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Associação Missionária Independente

 

Associação de Igrejas Batistas Regulares do Brasil

 

Comunhão Batista Bíblica Nacional

 



ESTUDOS BÍBLICOS

ESTUDOS BÍBLICOS

 

Cinquenta Coisas Que Devemos Saber Sobre Línguas E Cura

 

01. - Os judeus, como nação, iniciaram com sinais. (Romanos 4:11; Êxodo 4:8, 9, 17, 28, 30; 7:3; 8:23; 10:1-2; 13:9; 31:13, 17; Deuteronômio 4:34; 6:22).

02. - Os judeus do Velho Testamento viviam em função de sinais. (Deuteronômio 11:18; Josué 4:6; 1 Samuel 10:7; 2 Reis 19:29; Isaías 7:14 38:7, 22; Ezequiel 4:3; 20:12-20).

03. - Os judeus exigiam sinais do Senhor Jesus  Cristo. Mateus 12:38; 16:1-4; 24:3; João 2:18; 6:30).

04. - Os judeus pedem um sinal, não os gentios. (1 Coríntios 1:22: João 4:48).

05. - Conforme o Senhor Jesus Cristo, os dons de línguas e cura são sinais (Marcos 16:16-20).

06. - Estes sinais tinham o propósito de confirmar a palavra de Deus. (Atos 14:3; Hebreus 2:3-4).

07. - Estes sinais são mencionados no tempo passado, na 2 Coríntios 12:12 e em Hebreus 2:3-4, não no tempo presente nem futuro.

08. - Os que ainda buscam sinais e maravilhas, hoje em dia, estão pisando em terreno perigoso, pois o Anticristo enganará o mundo com sinais e maravilhas (Apocalipse 13:13-14; 2 Tessalonicenses 2:8-12).

09. - O Senhor Jesus Cristo disse que “uma geração má e adúltera pede um sinal”. (Mateus 12:39).

10. - A Bíblia fala sobre vários dons espirituais para os crentes, mas as línguas e sinais nunca são enfatizados mais do que os outros dons (1 Coríntios 12:4-11).

11. - Os dons de línguas e cura não eram considerados os melhores dons (1 Coríntios 12:28-31).

12. - Os dons de cura foram um sinal (Mateus 16:17-18; Êxodo 4:6-8; 2 Reis 20:8-9).

13. - Não é a vontade de Deus que todos os cristãos sejam curados (2 Coríntios 12:5-10).

14. - O Apóstolo Paulo não pôde curar a si mesmo (2 Coríntios 12:5-10).

15. - Quase no final do seu ministério, Paulo não pôde curar Trófimo  (2 Timóteo 4:20).

16. - Em vez de curar Timóteo, Paulo lhe deu um conselho médico. (1 Timóteo 5:23).

17. - Ao contrário dos curandeiros modernos, as “ofertas de amor” e as “ofertas de fé” não faziam parte dos ministérios de cura dos discípulos (Mateus 10:8-9).

18. - Um cristão que não confessou os seus pecados nem deles se arrependeu não tem razão de esperar que Deus o cure de coisa alguma (Salmos 6:1-4; 41:4; 2 Crônicas 7:14; Oséias 5:10-13; 1 Coríntios 11:29-32; Tiago 5:14-16; 1 João 1:7-10).

19. - Se os modernos curandeiros da fé possuem de fato o dom de curar, então por que não comprovam o seu ministério, visitando hospitais e casas de repouso, para curar os enfermos, em vez de escrever livros, fazer reuniões de cura e pedir dinheiro na TV? (2 Timóteo 4:5; Mateus 10:8-16; 1 Timóteo 6:5-10).

20. - Satanás tem o poder de curar e isto levará milhões a apostatarem, no futuro período da Tribulação. (Apocalipse 134:1-4, 12).

21. - O dom de línguas foi dado como um sinal. (Marcos 16:17; 1 Coríntios 14:22).

22. - O dom de línguas foi uma habilidade sobrenatural de alguns cristãos para falarem em línguas estrangeiras, na presença dos judeus incrédulos. (Atos 2:7-11).

23. - Deus nunca ordenou nem fez com que os cristãos falassem em línguas desconhecidas (Marcos 16:17; Atos 2:4; 1 Coríntios 12:10; 1 Coríntios 14).

24. - A Bíblia não afirma uma vez sequer que as línguas sejam evidência do batismo do Espírito Santo.

25. - Não existe batismo do Espírito Santo em 1 Coríntios 14.

26. - Paulo disse que os verdadeiros cristãos foram batizados no corpo de Cristo pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:13), mas todos os cristãos não falaram em línguas (1 Coríntios 12:29-31).

27. - A Bíblia nunca diz que o batismo do Espírito Santo seja uma segunda experiência ou bênção do cristão.

28. - O batismo de fogo é a condenação dos ímpios no inferno (Mateus 3:11-12), não estar “no fogo do Senhor”.

29 - Atos 2:3 fala de “línguas repartidas, como que de fogo”, mas o Livro de Atos nada diz sobre línguas de fogo ou batismo de fogo.

30. - Se alguém não tem o espírito de Cristo, nada tem a ver com o batismo do Espírito Santo, pois ele nem mesmo pertence a Cristo (Romanos 8:9).

31. - O Pentecoste nunca foi um movimento religioso nem uma experiência religiosa. Era um dia de festa judaica, a qual acontecia 50 dias após a Páscoa. (Levítico 23:15-22).

32. - Jesus disse que quando Ele viesse (o Espírito Santo), não falaria de Si mesmo, mas glorificaria Cristo (João 16:13-14).

33. - A nenhum cristão na Bíblia é dito para orar, pregar, cantar ou louvar a Deus em línguas.

34. - Os discípulos receberam o Espírito Santo em João 20:22, porém não falaram em línguas, quando isto aconteceu.

35. - Encher-se do Espírito Santo, conforme Atos 4:31 e Efésios 5:18-20, não inclui o falar em línguas.

36. - Quando fala dos dons espirituais em Efésios 4:8-12, Paulo não menciona as línguas.

37. - Houve apenas três casos no Livro de Atos em que as pessoas falaram em línguas (não em línguas desconhecidas) e estas línguas eram sempre um sinal, porque os judeus pedem um sinal (Atos 2:1-11; 10:44-46; 19:6-8; 1 Coríntios 1:22; 14:22).

38 - A primeira e a última chuvas de Joel  nada têm a ver com Atos 2 nem com o atual moderno Movimento Carismático, porque a chuva de Joel 2 é literalmente chuva molhada, vinda do céu de Israel (Joel 2:1-31).

39. - As línguas nem sequer são mencionadas na lista dos dons espirituais, em Romanos 12:6-8.

40. - Embora as línguas (não línguas desconhecidas) fossem permitidas em 1 Coríntios 14 (porque havia judeus na sinagoga de Corinto - Atos 18:1-4), elas não eram encorajadas, pois as línguas não edificavam a igreja (1 Coríntios 14:4-5, 26).

41. - É melhor falar cinco palavras claramente  do que dez mil em língua desconhecida (1 Coríntios 14:19).

42. - A não mais que três pessoas era permitido falar em línguas na reunião da igreja e somente uma, de cada vez, poderia falar. (1 Coríntios 14:27).

43. -  A ninguém era permitido falar em línguas na igreja, sem que houvesse um intérprete (1Coríntios 14:27-28).

44. - As mulheres não tinham permissão de falar em línguas na igreja (1 Coríntios 14:34-35).

45. - Os que falavam em línguas (línguas estrangeiras) tinham domínio sobre o seu próprio espírito. (1 Coríntios 14:32).

46. - Um homem religioso que não refreia a sua língua engana o seu coração e sua religião é vã (Tiago 1:26).

47. - Muitos espíritos enganadores  estão no mundo e o dever de todo cristão é testar os espíritos (1 Timóteo 4:1; 1 João 4:1; Apocalipse 2:2).

48. - A palavra de Deus é a regra pela qual devemos julgar todas as doutrinas (Isaías 8:20; 2 Timóteo 3:16-17).

49. - O homem espiritual discerne bem tudo (1 Coríntios 2:15).

50. - Ensinar a Verdade Bíblica sobre sinais, cura e línguas não significa ser inferior, preconceituoso ou intolerante. É simplesmente uma questão de obedecer à ordem de DIVIDIR CORRETAMENTE a palavra de Deus (2 Timóteo 2:15).

James Melton https://www.biblebelievers.com/jmelton/tongues.html

 

COMO DEUS FALA HOJE?

"AMADOS, PROCURANDO EU ESCREVER-VOS COM TODA A DILIGÊNCIA ACERCA       DA SALVAÇÃO COMUM, TIVE POR NECESSIDADE ESCREVER-VOS, E EXORTAR-VOS       A BATALHAR PELA FÉ QUE UMA VEZ FOI DADA AOS SANTOS." Judas 3.

"TOMAI TAMBÉM O CAPACETE DA SALVAÇÃO, E A ESPADA DO       ESPÍRITO, QUE É A PALAVRA DE DEUS;" Efésios 6:17.     

Algumas pessoas reivindicam que Deus fala-lhes por sonhos e visões.       Em uma ocasião, eu perguntei a uma mulher como ela sabia que tinha       sido salva e disse me que sabia que tinha sido salva porque estava no hospital,       numa noite, próxima à morte e, no meio da noite, o Senhor       apareceu-lhe em uma visão e lhe disse que não se preocupasse       porque ela ficaria bem.     

Algumas pessoas reivindicam que Deus fala-lhes através de revelações       especiais ou pelo dom de profecia. Afirmam que Deus dá-lhes as mesmas       revelações especiais que deu aos apóstolos, no tempo       do Novo Testamento. Algumas pessoas reivindicam que Deus fala-lhes com voz       audível. Conheci um pastor que constantemente dizia: "Deus disse-me       para fazer isso" ou "Deus falou-me que isso ia acontecer."     

Algumas pessoas reivindicam que Deus fala-lhes através de impressões       imediatas nas suas mentes ou daquilo ao qual gostam de se referir como "uma       voz suave e quieta". Dizem que fizeram isso ou aquilo porque repentinamente       sentiram-se fortemente movidos a fazer algo.     

Como Deus fala, hoje? Como revela Deus a Sua vontade a nós, hoje?       Como Deus fala aos homens, hoje, chamando-os a pregar o evangelho? Como       Deus fala-nos em tempos de tristeza e morte, a fim de trazer-nos conforto       e paz? Os dois versículos do nosso texto dão-nos respostas       a todas essas perguntas.     

A BÍBLIA É A PALAVRA FINAL DE DEUS AOS HOMENS

Judas 3 diz: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência       acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos,       e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos."       "Fé", nesse caso, não se refere à fé pela qual       uma pessoa recebe a salvação. Não se refere à       convicção nem a confiança que tem o salvo no Senhor       Jesus Cristo para a salvação. Essa "fé", ou literalmente       a ÚNICA fé, aqui, refere-se a todo o corpo de doutrina que       o Senhor deu ao Seu povo pela revelação. Refere-se ao corpo       da verdade revelada. A Bíblia, às vezes, refere-se a essa       fé como a PALAVRA DA FÉ (Romanos 10:8). "FÉ", nessa       passagem de Judas, é um termo objetivo e se refere à totalidade       daquilo no qual os cristãos crêem.     

Judas menciona o fato de que essa fé, ou, ainda, a Palavra de Deus,       FOI DADA aos santos. A palavra grega traduzida aqui como "dada" significa       que esse ato se completou no passado sem que tivesse continuidade. A força       da expressão "uma vez" no grego exclui qualquer possibilidade de       repetição. "De uma vez para sempre" é o que essa expressão       significa.     

Toda a verdade de Deus para o homem está contida nas Escrituras,       pois, "de uma vez para sempre", foi-lhe entregue a Palavra de Deus, a Bíblia.       Tudo aquilo de que precisamos saber de Deus e da nossa relação       com Ele encontra-se na Bíblia Sagrada. Toda a verdade que veio de       Deus contem-se nas Escrituras. A Bíblia é a única revelação       que Deus nos deu. A revelação de Jesus Cristo nas Escrituras       foi a última palavra entregue por Deus ao homem. Dessa forma Deus       deu a Sua última palavra. Ele não tem mais nada a adicionar       ao que está expresso na Bíblia Sagrada. Nenhuma nova revelação       deve ser esperada. A Palavra de Deus foi dada uma única vez. A fé       foi dada uma única vez.     

Não estamos dizendo que Deus não poderia dar uma nova       revelação se quisesse. Esse não é o assunto       agora! Estamos afirmando que Deus não revela novos fatos porque é       isso que Judas e outros afirmam, na Bíblia. A Bíblia é       a total e completa revelação de Deus para o homem.     

TUDO o que se exige que o homem saiba de Deus, o Seu trabalho e a Sua vontade       contem-se nas Escrituras. Nada, além disso, é necessário.       As Escrituras são absolutamente suficientes para se saber as coisas       de Deus. "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa",       diz o Apóstolo Paulo em II Timóteo 3:16-17, "para que o homem       de Deus seja perfeito (espiritualmente amadurecido), e perfeitamente instruído       (totalmente equipado) para toda a boa obra."     

A Bíblia é a verdadeira e completa revelação       de Deus para o homem. Deus não tem nada mais a dizer ao homem debaixo       do céu que não possa ser achado na Bíblia. Eu gosto       das palavras daquele grande e velho hino AS PROMESSAS DE DEUS que diz (#166       no Cantor Cristão, 6a impressão):     

ACASO PODÍAMOS NÓS CONSEGUIR       MAIOR SEGURANÇA DO QUE POSSUIR       AS LINDAS PROMESSAS DO NOSSO BOM DEUS       FIRMADAS NA BÍBLIA PRA TODOS OS SEUS,       FIRMADAS NA BÍBLIA PRA TODOS OS SEUS.     

Então, se a revelação de Deus está completa,       não pode haver mais nenhumas visões, revelações,       sinais milagrosos ou predições infalíveis. São       realmente reivindicadas visões, sonhos divinos vindos de Deus, vozes       e dons especiais de profecia, pois há aqueles que querem receber       comunicações especiais ou inspiradas de Deus. Mas o Senhor       Jesus claramente afirma-nos, em João 15:15, que "... tudo quanto       ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." Como pode alguém reivindicar       a possibilidade de mais revelação levando em conta essa declaração?     

Provérbios 30:6 adverte-nos: "Nada acrescentes às Suas palavras,       para que não te repreenda e sejas achado mentiroso." Nosso texto,       em Judas 3, diz que a fé foi dada aos santos uma vez e que vale para       sempre. Como uma pessoa pode acrescentar algo à fé que uma       vez foi dada aos santos? Além disso, o Senhor Jesus considera um       anátema, amaldiçoado, qualquer um que acrescenta algo ao que       já está escrito na Bíblia: "Se alguém acrescentar       alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão       escritas neste livro;" em Apocalipse 22:18.     

Por que é anátema aquele que acrescenta algo ao livro de       Deus? Porque a revelação está completa! Nada mais é       necessário. Deus fechou o Livro! Apocalipse é o último       livro que veio de um Apóstolo. Qualquer profecia, depois dos tempos       dos Apóstolos, é anátema, segundo Deus.     

A posição que os batistas assumiram ao longo da história       acerca desse assunto está expressada claramente na Confissão       de Fé da Filadélfia.

"Todo o conselho de     Deus relativo a todas as coisas necessárias para a Sua própria     glória, a salvação do homem, fé e vida, ou está     expressamente afirmado ou necessariamente contido nas Escrituras Sagradas;     nada pode ser-lhe acrescentado, seja por nova revelação do espírito,     seja pelas tradições dos homens."

Muitas pessoas,     hoje, querem "uma nova mensagem do céu" em vez das Escrituras Sagradas.     Alguns, com olhos escurecidos, lêem as próprias declarações     do Filho de Deus e, depois, procuram por coisas mais excitantes fora delas!     As pessoas que buscam sonhos e VISÕES como sendo revelações     vindas de Deus estão pressupondo claramente que a Bíblia não     pode tornar um homem perfeito e perfeitamente instruído para toda a     boa obra. Estão negando a suficiência das Escrituras!     

Henry W. Frost, um dos principais escritores do movimento Pentecostal moderno,       fez uma declaração reveladora em seu livro "Cura Miraculosa"       (Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo,       páginas 99-100, 1984.):

"Talvez se possa esperar     com confiança que, à medida que a atual apostasia aumentar,     Cristo manifestará Sua deidade e Seu senhorio em proporção     cada vez maior através de sinais prodigiosos, inclusive curas. Não     dizemos, portanto, que a Palavra é suficiente. É suficiente     para os que a conhecem e acreditam nela; mas não é para aqueles     que nunca ouviram falar dela ou que, tendo ouvido, não creram nela.     Para essas pessoas, deve ser feito um apelo num plano mais facilmente entendido,     a saber, no plano físico."

Esse modo de pensar, abertamente     e sem nenhuma ressalva, nega que a Bíblia seja capaz o suficiente para     suprir todas as necessidades do homem

DEUS FALA AOS HOMENS HOJE PELA BÍBLIA

Os meios ou as ferramentas pelos quais Deus fala aos homens hoje não       são visões, sonhos, vozes ou dons especiais de profecia. O       meio pelo qual Deus fala hoje é a Palavra de Deus escrita.     

O Apóstolo Paulo diz em Efésios 6:17: "Tomai também       o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que       é a Palavra de Deus." O Apóstolo Paulo está dizendo       aqui que o Espírito Santo de Deus usa a Palavra de Deus para falar       e para fazer o Seu trabalho nesse mundo hoje. A Palavra de Deus escrita       é a espada, o instrumento e a ferramenta do Espírito Santo,       com os quais Ele opera nesse mundo para falar aos homens, hoje. As Escrituras       são uma espada afiada que convence os homens do pecado, mostra a       ira de Deus, refuta o erro e a heresia, resiste às tentações       de Satanás e revela a vontade de Deus.     

A BÍBLIA e SOMENTE A BÍBLIA é a Palavra de Deus, hoje.       O único meio pelo qual o Espírito Santo fala a esse mundo       hoje é a Palavra de Deus escrita, a Bíblia. Somente nEla e       através dEla que chegamos ao conhecimento dAquele que é a       imagem do Deus invisível e ao contato com Ele.     

Como sabemos qual é a vontade de Deus, hoje? Como descobrimos qual       é especificamente a vontade de Deus para nossas próprias vidas?       Pastores, conselheiros, pais e amigos podem ajudar-nos a entender a mensagem       e o significado da vontade de Deus, mas eles, contudo, devem estar baseados       nas Escrituras Sagradas. Não há nenhum conhecimento da vontade       de Deus de que o homem necessite hoje que não esteja declarado na       Bíblia ou que não possa ser deduzido da Bíblia através       de meditação espiritual dEla.     

Toda necessidade espiritual que possamos ter está completamente       abordada na Palavra de Deus escrita. Ela é absolutamente suficiente       para cada necessidade que possivelmente tenhamos, se não em declarações       diretas, em princípios estabelecidos. Repetindo, II Timóteo       3:16-17 afirma que "toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa       para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;       para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído       para toda a boa obra." Escute! O Espírito Santo nunca revela nada       à alma que não está nas Escrituras! Não tenha       dúvidas!     

E a vontade de Deus para a tua e a minha vida? Como Deus revela a Sua vontade       a nós, hoje? Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que a vontade       de Deus está sempre concordante com a Sua Palavra. Deus não       tratará conosco sem observar a Sua palavra (as Escrituras Sagradas)!     

O que, então, devemos fazer dos sonhos, visões, impressões       e dons de profecia etc." O que devemos pensar sobre os sonhos? Muitas pessoas       crêem que seus sonhos são mensagens de Deus. Precisamos entender       que todo mundo, mais cedo ou mais tarde, sonha. Este é um fenômeno       que Deus construiu na psique humana.     

Há muita coisa envolvida quando o assunto são sonhos. Quando       eu trabalhava na penitenciária estadual em Granito, Oklahoma, cheguei       a perceber que os presos têm alta incidência de sonhos sérios       e por isso comecei a pensar e a estudar sobre sonhos. Uma coisa que descobri       foi o fato de que, durante o nosso sono, nossas mentes e, especialmente       nosso subconsciente, está livre e desinibida. Muitas vezes, o que       ouvimos, pensamos ou relembramos nas últimas 24 horas volta-nos em       sonhos à noite.     

Eu também descobri que coisas como culpa, especialmente a culpa,       mexe com o subconsciente de forma que os pensamentos, às vezes, tornam-se       muito mais vívidos e sérios. Homens que se sentem culpados       freqüentemente têm pesadelos, visões e sonhos sérios       mais do que aqueles que não se sentem culpados. Existem várias       outras coisas que produzem e estimulam sonhos, tais como indigestão       e preocupação.     

Eu também descobri que sonhos são um dispositivo que Deus       embutiu em nossas mentes a fim de nos ajudar a permanecer adormecidos quando       estamos prestes a despertar ou quando temos um sono leve. Portanto sonhos       têm um propósito no esquema de Deus, mas esse propósito       não é revelar a mensagem de Deus ou a Sua vontade!     

E as fortes impressões que as vezes nos animam a fazer algo para       o Senhor? O perigo de confiar que impressões são mensagens       ou instruções de Deus está no fato de que, além       do Espírito Santo, existem outros seres espirituais e influências       que podem trazer-nos impressões. I João 4:1 diz: "Amados,       não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos       são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm       levantado no mundo." E o fundamento pelo qual julgamos os espíritos       é, obviamente, a Palavra de Deus.     

Quando uma mulher se sente "impressionada" ou "conduzida pelo espírito"       para pregar no púlpito, ela não está sendo movida pelo       Espírito Santo, está guiada por um "outro espírito",       porque as Escrituras Sagradas, pela qual o Espírito de Deus fala,       proíbe radicalmente que as mulheres preguem em I Timóteo 2:12.       Se um jovem Cristão se sente "conduzido" a se casar com uma incrédula,       ele está sendo movido por um "outro espírito", não       pelo Espírito Santo, porque a Palavra de Deus proíbe isso       estritamente em II Coríntios 6:14-18.     

De maneira nenhuma devemos viver de acordo com nossas próprias intuições       e impressões aparte da Palavra de Deus. Temos que medir essas impressões       pela Palavra de Deus. Temos que buscar aquilo que Deus diz na Sua palavra.       O critério que devemos usar para julgar a liderança do Espírito       em todas as coisas é unicamente a Palavra de Deus. Tudo deve ser       medido pela Palavra de Deus. O Espírito Santo comove as pessoas para       que façam coisas. Mas sempre concordantes, fundadas e consistentes       tendo em vista a Palavra de Deus escrita.     

O Espírito Santo faz que o coração se disponha a aceitar       a verdade e os deveres ensinados pelas Escrituras. Quando ficamos fortemente       comovidos a testemunhar a alguém sobre o Senhor Jesus Cristo, é       porque o Espírito Santo está implementando a Palavra de Deus       que nos manda pregar o Evangelho a toda criatura. Num tempo ou outro, lemos       ou recebemos essa instrução da Palavra de Deus e Ele impressiona       essa verdade em nossos corações em relação a       algum indivíduo particular.     

Pensemos um pouco mais sobre a obra que o Espírito Santo tem de       falar através das Escrituras. Como é que o Espírito       Santo fala pela Bíblia? Como é que Ele fala pela Palavra de       Deus?     

É possível que alguém conheça fatos da Bíblia       e, ainda assim, não saiba qual é a vontade de Deus. Os Judeus,       na época de Jesus, tinham as Escrituras e a conheciam nos mínimos       detalhes de cada letra e, mesmo assim, não conheceram a Deus, o Filho,       quando apareceu entre eles. O que estava errado?     

A Palavra de Deus é uma espada, uma espada afiada de dois gumes,       mas a sua eficácia depende no Espírito Santo. Sem a obra do       Espírito Santo na Palavra, Ela não é eficaz. O Espírito       Santo faz com que a Palavra de Deus seja eficaz e poderosa. Um pregador       explica isso da seguinte maneira: O ESPÍRITO NÃO NOS ENSINARÁ       SEM A PALAVRA. A PALAVRA NÃO NOS ENSINARÁ SEM O ESPÍRITO.     

Esse trabalho educador que tem o Espírito Santo, a eficácia       da palavra do Espírito, que é a Palavra de Deus, é       aquilo a que normalmente nos referimos como a obra iluminadora do Espírito       Santo ou a obra de iluminação pelo Espírito Santo.       John Owen definiu iluminação como:

"A operação     efetiva do Espírito Santo, livrando nossas mentes da escuridão,     ignorância e preconceitos, permitindo-nos discernir coisas espirituais     da maneira correta."

A iluminação interior     do Espírito de Deus se faz necessária para que haja compreensão     salvadora das coisas que são reveladas na Bíblia. Não     podemos chegar a qualquer compreensão adequada da palavra sem essa     obra do Espírito Santo.

O Espírito Santo ilumina o nosso entendimento e conduz a nossa vontade       para que façamos o que agrada a Deus. O Espírito Santo opera       na palavra e pela palavra, abrindo o nosso entendimento aos ensinos, às       advertências, às condenações e a convites da       Palavra de Deus. Deus fala hoje pela operação iluminadora       do Espírito Santo, abrindo a compreensão daqueles em quem       Ele trabalha, para que façam a sua vontade como é revelado       na Sua Palavra.     

ALGUMAS APLICAÇÕES

Primeiramente, se Deus fala pela Palavra escrita, a espada do Espírito,       temos que nos tornar estudantes diligentes da Sua Palavra se queremos saber       qual é a Sua vontade. Sabendo qual é a vontade de Deus, muitos       problemas podem ser resolvidos se, em vez de perguntar "é essa a       vontade de Deus?", perguntássemos, "isso está de acordo com       a Palavra de Deus?"     

A cada decisão que tomamos, a cada plano que temos, a cada ação       que executamos, perguntamo-nos, "isso está em harmonia com a Palavra       de Deus escrita?" Se alguma coisa está em harmonia com a Palavra       de Deus, podemos assegurar-nos de que essa é a vontade de Deus, porque       ela está revelada na Sua Palavra. Se estou fazendo o que ensinam       as Escrituras, devo ser conduzido pelo Espírito de Deus, porque o       Espírito nunca leva ninguém a agir em oposição       à Palavra de Deus escrita.     

Em segundo lugar, se Deus só fala pela Sua Palavra, hoje, é       essencial que oremos para que o Espírito Santo nos ilumine de forma       que possamos entender a Palavra que recebemos. Não precisamos de       revelações adicionais de Deus. Precisamos orar para que o       Espírito de Deus nos ilumine de tal forma que entendamos a Sua Palavra       que já temos conosco. Temos que orar fervorosamente para que o Espírito       de sabedoria e de revelação abra os olhos da nossa compreensão.       Precisamos orar como Davi no Salmo 119:18, "Abre Tu os meus olhos, para       que veja as maravilhas da Tua lei." Essa é uma oração       que pede a obra iluminadora do Espírito Santo.     

Em terceiro lugar, se a Bíblia é a fé uma vez dada       aos santos, como Judas 3 diz que é, temos que orar, temos que ensinar       e distribuir a Palavra de Deus com toda dedicação. De outra       forma, o mundo não se conforma à vontade de Deus para a salvação,       no quotidiano ou em qualquer outra atividade.     

Em quatro lugar, se somos chamados para batalhar pela fé que Deus       deu aos santos para sempre, sobre a qual Deus nos deu Sua última       palavra, temos que rejeitar qualquer reivindicação por novas       revelações. Nem anjos nem milagres deverem levar-nos a aceitar       qualquer acréscimo à Palavra de Deus escrita. A Palavra de       Deus escrita é perfeita, completa, suficiente e o homem de Deus deve,       portanto, recusar qualquer outra revelação. Porque a revelação       de Deus está completa e porque unicamente o Espírito Santo       opera pela Palavra de Deus escrita. Qualquer reivindicação       por outra revelação, além daquela que Deus já       nos concedeu pela Bíblia, é falsa e deve ser rejeitada.     

Algumas seitas reivindicam o fato de Deus ter se pronunciado através       de outros livros desde a época em que a Bíblia foi escrita.       Por isso temos "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras",       "O Livro de Mórmon", "Doutrinas e Alianças" e "Pérola       de Grande Valor". Algumas das marcas de uma seita são reivindicar       outros livros, outras revelações consideradas necessárias       além da Bíblia e que Deus continua falando desde que a Bíblia       se completou.     

CONCLUSÃO

A Bíblia, a preciosa Palavra de Deus, é de extrema importância.       Tudo o que se relaciona à salvação, à vida presente       e ao porvir depende dela.     

Deus, por meio da Bíblia, fala aos pecadores perdidos. A Bíblia       fala aos homens e às mulheres e aos meninos e às meninas que       estão perdidos no pecado e indo ao inferno por isso. A Bíblia       nos diz que não há nada que um pecador possa fazer para se       salvar ou para ajudar a se salvar. A Bíblia nos diz que a salvação       é uma obra da graça de Deus e que, somente quando o Espírito       Santo regenera um pecador e lhe dá vida espiritual, esse pecador       pode arrepender-se dos seus pecados, crer no evangelho de Jesus Cristo e       ser salvo.     

Meu amigo pecador, a Bíblia tanto manda quanto convida que te arrependas       de teus pecados e venha a Cristo para a salvação. Que o Espírito       Santo ilumine teu coração hoje, abrindo os seus olhos de forma       que você entenda e responda à vontade de Deus como é       revelado na Sua Palavra.     

LAURENCE JUSTICE    

Laurence Anson tem cinqüenta e sete anos, é casado com Lyndy       Eddy que veio de Searcy, Arkansas, e tem três filhos. Justice é       formado pela Universidade Batista de Oklahoma e pelo Seminário Teológico       Batista do Sudoeste. Ele tem pastoreado a Igreja Batista na Avenida Kentucky,       Oklahoma City, a Primeira Igreja Batista de Willow, Oklahoma, e a Igreja       Batista Hillcrest, Midwest City, Oklahoma, e está pastoreando a Igreja       Batista da Vitória em Kansas City, Missouri. Ele também tem       pastoreado no Alabama e servido como Chapelão na prisão estadual       de segurança média em Granite, Oklahoma.     

Entre suas publicações, incluem-se: "Pequeno Alcatraz", "A       Música na Igreja", "Por que, Senhor, Por que?", "O Pentecostalismo",       "Uma Igreja Batista Deve Ter Anciões?", "Uma Igreja Batista Deve       Reconhecer O Batismo Estranho?", "Uma Igreja Batista Deve Consagrar Diaconisas?",       "Uma Igreja Batista Deve Praticar Um Governo Democrático Na Igreja?",       "Os Batistas Devem Adotar Confissões de Fé?", "Cristãos       Devem se Aposentar?", "O Cristão e o Serviço Militar" e "Deve       uma Igreja Batista Tolerar Musica Contemporânea Moderna?"

 

Autor: Pr Laurence A. Justice    

 

A Fé e As Obras - I

A Fé e As Obras - I

Somos justificados pela fé ou pelas obras?

Rm. 3.28, “o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”

Tg. 2.24, “o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”

Introdução - Os evangélicos de hoje estão divididos sobre o evangelho. Os judaizantes do passado pregavam que a justiça provinha das obras (At. 15.1; Gl. 2.21). Existem muitos evangélicos hoje que pregam que a graça não é suficiente para preservar os salvos até o dia de Jesus Cristo. Pregam que, além de crer em Cristo Jesus é necessário ser batizado , falar línguas , ser fiel às Escrituras , guardar o sábado , e outros deveres diversos . Portanto, os evangélicos ensinam igual aos judaizantes, pois adicionam obras à graça para efetuar uma eterna salvação, ou seja, a salvação não é por Deus somente pela graça, mas incluem as obras do homem.

Existem os que pregam que a salvação é puramente pela graça de Deus e que Ele termina aquilo que Ele começou (Jo. 10.27-30; Fp. 1.6; Jd. 24-25). Dizer que é necessário uma obra qualquer do homem salvo para manter, selar, completar, ou segurar a sua salvação de qualquer forma, não é a mensagem de Cristo (Mt. 4.17) e nem dos apóstolos (At. 15.7-11; 20.21) e portanto não é uma mensagem alternativa do evangelho. Tal pregação não é salvação mas é maldição (Gl. 1.6-9). Tal pregação não é uma pregação bíblica da graça, mas uma heresia que fundamenta uma suposta salvação nas obras (Rm. 11.6; Gl. 5.1-4). Então se vê que os evangélicos estão divididos sobre o evangelho.

O Argumento da Justificação Sem as Obras - O apóstolo Paulo diz pela inspiração que somos salvos pela fé e não pelas obras. (Ef. 2.8-10, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”; Gl. 2.16). Essa verdade é enfatizada pela vida de Abraão: “Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.” (Rm. 4.2). Usando Abraão ainda mais ele termina: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (Rm. 3.28). O assunto não é difícil de entender. Somos salvos pela fé e não pelas obras. A nossa justificação é por confiar nas obras de Cristo na cruz. Pela fé na Sua obra, somos salvos! Não haveria dúvida nenhuma sobre esse assunto se não tivesse outro comentário que usasse a palavra justificação em conexão com as obras.

O Argumento da Justificação Pelas Obras – Tiago usa a palavra justificação em conexão com as obras. Tiago, um homem santo de Deus falando palavras pela inspiração ensina que a fé sem as obras é morta (Tg. 2.17, “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.”) Ele pronuncia a verdade tão pura quanto Paulo raciocina que as obras são verdadeiramente necessárias e faz uma afirmação interrogativa: “Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?” (Tg. 2.21). O raciocínio claro de Tiago conclue o assunto: “Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” (Tg 2.24). Se não tivesse outra afirmação na bíblia sobre o assunto feita por outro escritor, não teríamos nenhuma dúvida que somos salvos pela operação conjunta de fé e as obras.

Quando a bíblia parece estar contra si mesma, é necessário um olhar bem melhor. Qualquer argumento que lança as Escrituras contra as Escrituras nunca é um argumento sábio. Quando parece estar contra si mesma é necessário um exame melhor do contexto de cada passagem. Só assim saberemos o que Deus intentou nos ensinar. O Pr. Davis Huckabee, no seu estudo sobre hermenêutica cita um colega dele: “Não há nenhum texto separado do contexto”. 

O Contexto de Rm. 3.28, “o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”

Em Romanos capítulo três, o apóstolo Paulo trata salvação pela fé. Ele explica primeiramente sobre a condição deplorável do homem pecador, tanto judeu quanto gentio (Rm. 3.1-9). É estipulado que os dois povos estão igualmente debaixo do pecado, e portanto, condenados de igual forma (Rm. 3.10-20). Diante da lei todos são pecadores, e, pela graça de Deus, sem um tratamento diferenciado para com o judeu sobre o gentio, todos que creem Jesus Cristo pela fé conhecem a justiça de Deus (Rm. 3.21-24). Paulo ensina que tal salvação pela fé exalta Deus por Ele ser tanto o justo e justificador daqueles que tem fé em Jesus (Rm. 3.26). Tendo tratado o assunto da salvação pela fé igualmente ao judeu ou ao gentio Paulo declara: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente, visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.” (Rm. 3.28-30).

Quando Paulo usa a palavra “justifica” (v. 30); “justificada” ou “justificado” (v. 20, 24, 28) ele a usa em sentido judicial, ou seja, de homem para com Deus. No grego essa palavra tem este significado: apresentar (manifestar, demonstrar) justo ou inocente (#1344, dikaioo, Strongs). O culpado pode ser apresentado justo e inocente (justificado) diante de Deus somente pela fé na obra de Jesus Cristo. 

No capítulo quatro, Paulo continua essa lógica bíblica em que a salvação é pela graça de Deus para com todos que creem pela fé em Jesus Cristo. Paulo relembra aos cristãos na igreja em Roma que Abraão creu em Deus pela fé, e, igualmente como todo e qualquer pecador salvo, a sua fé lhe foi imputada como justiça (Rm. 4.1-3). Se fosse a salvação de outra forma qualquer, não seria segundo a graça, mas segundo a dívida (Rm. 4.4). Essa fé de Abraão, para a salvação da sua alma, não foi quando ofereceu o seu filho prometido a Deus (Gn. 21), mas uns quarenta anos antes, quando ainda na incircuncisão (Gn. 15; Rm. 4.9-22).  Resumindo, Abraão foi salvo pela fé em Jesus Cristo como qualquer pecador arrependido em qualquer época. O contexto das declarações de Paulo é um contexto de salvação. Ele ensina isto: o pecador arrependido é feito justo diante de Deus pela fé nas obras de Cristo Jesus e não pelas obras do pecador.

O contexto de: Tg. 2.24, “o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”

Tiago tem outro foco, ou seja, os salvos comprovam a sua fé pelas obras de obediência da Palavra de Deus. Na passagem de Tiago capítulo dois ele está falando aos “irmãos” (v. 1), ou seja, aos salvos, sobre a vivencia da sua fé (“não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo ..., v. 1). Ele ensinou que os que tinham a fé verdadeira não deveriam tratar os salvos ricos com mais amor e respeito do que os salvos de menos poder aquisitivo (v. 1-14). Ele relembra que Deus salva mais pobres do que ricos (v. 5-7) e além disso, devem amar o próximo (rico ou pobre) como a si mesmo (v. 8-13).  Resumindo: Tiago enfatiza que os salvos comprovam a sua fé pelas obras de obediência. 

Tiago usa a mesma palavra de Paulo (#1344, dikaioo, Strongs) para ensinar essa verdade. Mas uma diferença importante é observada, ou seja, a apresentação da sua qualidade de justo ou inocente não está diante de Deus (uso judicial) mas diante dos irmãos e do mundo (uso prático)! 

Tiago ensina essa verdade para mostrar como a nossa fé deve ser exercitada diante dos homens. Por exemplo: para com os que não têm o suficiente para vestir ou comer (v. 14-20). Ele raciocina, se a fé em Jesus Cristo não faz diferença na sua vida para com os irmãos; se não manifesta a conformidade à imagem do Salvador (Rm. 8.29); se não há compaixão para com o seu irmão, a sua fé está morta! Ele implica que tal “cristão” está enganado, e não tem a fé verdadeira! A lição de Tiago é: As suas obras justificam ou manifestam se você é um justo verdadeiro. Ou em outras palavras, a sua fé é justificada (manifesta, declarada, apresentada como justa) pelas obras.

Outro exemplo de Tiago para ensinar que a comprovação da fé é pelas obras é Abraão. Abraão manifestava ou apresentava a sua fé pelas obras quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque (v. 21-24). Nesse mesmo sentido Tiago usa Raabe como outro exemplo para ensinar que a comprovação da fé é pelas obras. Raabe apresentava a sua fé pelas obras diante dos outros quando recolheu os emissários, e depois despediu por outro caminho (v. 25-26). A fé destes foi justificada pelas obras. Resumindo: Tiago ensina que a fé correta produz as obras de obediência.

Aplicação – Paulo e Tiago estão ensinando verdades bíblicas e inspiradas. Todavia não estão ensinando a mesma verdade ao mesmo grupo de pessoas. É como foi dito por um teólogo: “O pecador é justificado pela fé. A fé do cristão é justificada pelas obras” (Dr. J. B. Link, citado pelo B. H. Carroll)

Paulo ensina que há uma justificação diante de Deus e essa é somente pela fé nas obras de Cristo na cruz pelos pecadores que se arrependem e creem. Você tem essa justificação? Se tiver, a sua fé é de Deus pela graça.

Tiago ensina que há também uma justificação diante dos outros e essa é pelas obras do cristão em obediência à Palavra de Deus. A lealdade do cristão é provada pelas obras. Você tem essa manifestação bíblica da sua fé diante dos outros? Se não tiver, a sua fé não é tão boa quanto pensa; é morta.

Bibliografia

BÍBLIA SAGRADA. São Paulo, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1994.

CARROLL, B. H., B. H. Carroll’s Interpretation of the Whole Bible., em CD, kdoidaho@earthlink.net

Let Us Reason Together, A Fe Sem as Obras é Morta, tradução por Mary Schultz, https://www.cpr.org.br/fe_sem_obras.htm

 

A Palavra Final de Deus

  1.  Uma Breve História da Revelação Divina
  2.  Os Apóstolos de Cristo
  3.  "Sola Scriptura"
  4.  A Doutrina “Sola Scriptura” Aplicada de Maneira Prática

 

Capítulo I - Uma Breve História da Revelação Divina

 

Deus falou? De que modo Ele falou? O que foi que Ele disse? Será que Ele disse tudo o que Ele tinha intenção de dizer? Onde é que nós podemos encontrar um registro acurado de Sua revelação ao homem? Aqueles que procuram conhecer, adorar e servir a Deus não podem evitar essas perguntas.

Os cristãos afirmam que Deus falou em uma variedade de formas. Assim como música e arte são atos de autoexpressão, assim também a criação de Deus é um ato de autorrevelação.

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Salmos 19:1[1]).

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” (Romanos 1:19-20)

Não tivessem os corações dos homens sido enegrecidos pelo pecado, todo vislumbre de florestas, céu e mar seria um sermão.

Até mesmo no coração humano, Deus não se deixou sem testemunho. A consciência, em uma medida limitada, fala da lei de Deus e do julgamento vindouro. Até mesmo o ladrão que justifica sua ambição percebe claramente o mal do roubo quando ele se torna a vítima. No juízo, Deus não terá problema em desmascarar a hipocrisia daqueles que alegam não ter conhecimento do certo e errado.

Os teólogos se referem a tais formas de autorrevelação divina como sendo “revelação natural”. Enquanto que a revelação natural é de todas as maneiras digna do Todo-Poderoso, ainda assim ela falha em ir de encontro à necessidade humana em seu estado caído. A criação clama por um Criador, mas não pode levar os homens a adorá-Lo ou até mesmo a reconhecer a sua existência. A consciência fala da lei de Deus, mas não pode produzir obediência. Nem pode ela ainda encontrar um caminho de perdão para o transgressor da lei. Alguém poderia estudar o volume da natureza por toda a vida e nunca leria:

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)

Deus, em Sua graça, supriu nossa necessidade. Na revelação, Ele se moveu além do natural, indo para o sobrenatural. Ao comum, Ele acrescentou o especial. Na revelação especial, Deus se revelou a Si mesmo, a Sua vontade e o Seu gracioso plano de redenção através de Jesus Cristo. Esse presente da revelação é suficiente para a salvação e como um guia para a adoração e a obediência.

A Bíblia declara-se ser um registro inspirado e inerrante de revelação especial. Os cristãos aceitam essa declaração. Eles crêem ser a Bíblia a “Palavra de Deus”.

Não é nenhuma surpresa que Deus viesse a produzir um livro. O homem deve ser tratado usando o veículo da linguagem humana. Sendo nossa memória limitada e falível, esse registro precisou ser escrito. Nós precisávamos de um registro acurado, completo e permanente. Precisávamos de um livro! Note as palavras que a profecia coloca na boca de Cristo:

“Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito.” (Salmos 40:7)

A história da revelação registrada na Bíblia mostra que a revelação foi de natureza progressiva. A jornada do Éden ao Calvário foi uma jornada longa e cheia de eventos. Com o passar dos séculos, Deus revelava mais e mais de Si mesmo e de Seu plano. O progresso foi esporádico, mas não aleatório. Cada passo foi em direção ao objetivo. Cada palavra foi em preparação para a Sua palavra final. Há cerca de dois mil anos, Deus falou a Sua palavra final. O sol da revelação alcançou o seu zênite.

A epístola aos Hebreus nos dá uma breve declaração disso. Nós poderíamos chamar esses versículos de uma “breve história da revelação especial.”

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,

A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hebreus 1:1-2)

João Calvino vai ao âmago da questão nesta breve tabela de Hebreus 1.1-2.

“Deus falou

Antigamente pelos profetas: agora pelo Filho

Então aos pais:                     mas agora a nós

Então em muitas épocas:                agora no fim dos tempos.” [2]

Ao olhar para Hebreus 1:1-2, nós entendemos porque a Bíblia tem duas divisões principais: O Velho e o Novo Testamento. Nos referimos a essas duas divisões da Escritura como sendo “testamentos” porque cada uma delas se centra em uma aliança divina. O Velho Testamento registra a história e os detalhes da aliança que Deus fez com Israel no Monte Sinai. O Novo Testamento fala da história e exposição da Nova Aliança que veio a ser implantada pela morte de Jesus O Cristo.

O Velho Testamento então registra a história e conteúdo de revelação especial anterior à vinda de Cristo. Esta veio em uma variedade de maneiras e através de muitas pessoas. Profetas, sacerdotes, reis, soldados, mulheres e até mesmo crianças ouviram Deus falar. Ele falou a Adão no jardim e a Moisés na sarça ardente. Ele falou a Miquéias sobre Belém, a Isaías sobre o Calvário e a Joel sobre o Pentecostes. Deus falou de Sua criação, Sua santa lei, Sua nação escolhida e dos detalhes de Sua aliança com Israel. Repetidamente, Ele falou de um Salvador por vir, cuja vinda introduziria os últimos dias e uma nova aliança.

Esse período inicial de revelação especial se deu desde a época de Adão e avançou até seu desfecho com o encerramento do ministério do profeta Malaquias. O relato dessa atividade reveladora está escrito pela inspiração nos 39 primeiros livros da Bíblia. Esses livros são aquilo a que chamamos o “Velho Testamento”.

Nessas revelações preliminares, Deus estava preparando o caminho para a Sua palavra final. Ao dar Sua santa lei, Deus expôs o pecado do homem e sua necessidade de um Salvador. Profecias messiânicas asseguraram que quando Jesus viesse, Ele teria o testemunho delas às suas reivindicações. Os tipos, ofícios, cerimônias, e mesmo o povo do Velho Testamento, ilustraram conceitos e produziram uma linguagem que possibilitou que nós entendêssemos a Pessoa e a Obra de Cristo.[3] Tendo, no tempo de Malaquias, dito tudo, a não ser Sua palavra final, Deus não disse nada mais por quatrocentos anos.[4]

Ao irmos para o segundo período de revelação especial, nós novamente observaremos o “mini esboço” dado em Hebreus 1:1-2.

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,

A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.”

A palavra final de Deus veio a nós através de Jesus Cristo. Sua vinda é tão significativa que ela dividiu tanto o calendário histórico quanto a nossa Bíblia. Cristo Jesus é o antítipo de todos os tipos da velha aliança, o assunto dos profetas e o objeto da fé futurística de Israel.

          Tão grande foi a revelação feita através do Filho, que Ele é chamado: “O Verbo”.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.” (João 1:1-2)

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14)

Quem pode considerar completamente a glória dAquele que podia verdadeiramente dizer “Eu Sou a luz do mundo”?[5] Que verdade poderia ser adicionada à revelação dAquele que é “a verdade”?[6] Será que a teologia do “Deus manifesto em carne”[7] precisa de acréscimos?

A vida de Cristo na terra é nosso único exemplo perfeito. Outros devem ser seguidos apenas na medida em que eles seguem a Cristo. Seus ensinos são a essência de toda a verdade do Novo Testamento; o botão a partir do qual a flor da exposição apostólica desabrochou. Sua obra salvadora são as “boas novas” a serem proclamadas a todos. Ele é a completude da revelação de Deus nesta era; Ele é a palavra final de Deus.

Quão belamente isso foi expresso pelo saudoso F. F. Bruce em sua exposição de Hebreus 1:1-2:

“O estágio principiante da revelação foi dado em uma variedade de formas: Deus falou em Suas poderosas obras de misericórdia e de julgamento, e pelos Seus servos, os profetas, fez conhecido o significado e o propósito dessas obras; eles foram admitidos em Seu conselho secreto e conheceram seus planos antecipadamente. Ele falou em meio a tempestade e trovões a Moisés, e em uma voz mansa e delicada a Elias. Àqueles que não atentaram às águas brandas de Siloé, Ele falou através do transbordamento do Eufrates. Sacerdotes e profetas, sábios e poetas foram, em suas diversas maneiras, Seus porta-vozes; ainda assim, todos os atos sucessivos e diversos modos de revelação nas eras antes à vinda de Cristo não se somaram a ponto de completar a totalidade daquilo que Deus tinha a dizer. Sua palavra não foi completamente expressa até quando Cristo veio; mas quando Cristo veio, a palavra falada nEle foi de fato a palavra final de Deus. Nele todas as promessas de Deus vão de encontro com um correspondente “sim!” que sela o seu cumprimento ao Seu povo e evoca deles um correspondente “amém!” A história da revelação divina é um relato de progressão até chegar a Cristo, mas não há progressão além dEle. É ‘no fim da época’ que Deus falou em Cristo e, por esta expressão, nosso autor quer dizer mais do que só “recentemente.” É uma tradução literal da expressão hebraica que é usada no Velho Testamento para estipular a época em que a palavra dos profetas seria cumprida, e o seu uso neste versículo significa que a vinda de Cristo, ‘de uma vez por todas no fim da época’, (Hebreus 9:26, RSV[8]) inaugurou aquela época do cumprimento. Os porta-vozes anteriores de Deus eram Seus servos, mas para a proclamação de Sua última palavra ao homem, Ele escolheu Seu filho[9].



[1] A não ser anotação em especial, todas as referências são da ACF (Almeida Corrigida Fiel) da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 2007.

[2] João Calvino, New Testament Commentaries; (Comentários do Novo Testamento) A New Translation (volume on Hebrews and I and II Peter) trans. W. B. Johnson (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., reprint 1974) p.5.

[3] Considere isso na próxima vez em que você pensar em Cristo como o cordeiro de Deus, um sacrifício pelos pecados, ou nosso grande Sumo Sacerdote.

[4] O período de tempo entre o encerramento do Cânon do Velho Testamento e a vinda de Cristo é normalmente referido como “os quatrocentos anos de silêncio.”

[5] “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12)

[6] “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6)

[7] “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” (I Timóteo 3:16)

 

[8] “for then he would have had to suffer repeatedly since the foundation of the world. But as it is, he has appeared once for all at the end of the age to put away sin by the sacrifice of himself.” Hb 9.26, Revised Standard Version - Fonte: https://quod.lib.umich.edu/cgi/r/rsv/rsv-idx?type=DIV1&byte=5433128

[9] F. F. Bruce, The Epistle to the Hebrews (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., 1973) p.2-3.

 

Capítulo II - Os Apóstolos de Cristo

 

Jesus Cristo é a palavra final de Deus. Qual então foi o propósito dos apóstolos[1] no plano de revelação especial de Deus? Visto que a vinda de Cristo foi um evento histórico, não poderia ser dito que eles foram as testemunhas, os historiadores, os expositores, bem como os divulgadores daquele evento? Através deles, o registro da palavra final de Deus foi transmitido a nós:

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida.

(Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada);

O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.” I João 1:1-3

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 

Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” Hebreus 2:3-4

Note como Cristo, em sua oração sacerdotal, liga a fé de gerações vindouras à obra dos apóstolos:

“Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. 

Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; 

Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste”. João 17.6-8

“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;” João 17:20

Podemos ainda enfatizar mais a natureza da obra apostólica mostrando que eles eram o elo entre o nosso Senhor Jesus: (o Verbo encarnado) e o Novo Testamento: a porção final da palavra de Deus escrita. Os 27 livros do Novo Testamento ou foram escritos pelos apóstolos ou por homens sob influência deles. O Novo Testamento é o relato escrito-inspirado da palavra final de Deus.

Não é novidade então que as crenças dos Cristãos sejam descritas em Atos 2:42 como sendo a “doutrina dos apóstolos”. Todas as igrejas neotestamentárias são fundamentadas no ensino deles.

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” Efésios 2:20

A natureza alicerçadora do trabalho deles é enfatizada na visão que João teve da Nova Jerusalém.

“E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” Apocalipse 21:14

Tendo essa posição importantíssima, aos apóstolos foram dadas qualificações especiais. Deus os equipou completamente para o seu trabalho. Em primeiro lugar, temos garantia de que eles foram testemunhas oculares de Cristo Jesus.

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” I João 1:1

“Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?” I Coríntios 9:1

“E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.” João 15:27

“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade.” II Pedro 1:16

          Pedro foi específico acerca dessa qualidade quando buscavam um substituto para Judas.

“É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, 

Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.” Atos 1:21-22

Em segundo lugar, os apóstolos receberam sua mensagem diretamente de Cristo. Diferentemente dos pregadores nas gerações subsequentes, eles não dependiam do testemunho ou do ensino de outros. Paulo fez a defesa de seu apostolado quando atacado na Galácia.

“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. 

Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.”  Gálatas 1:11-12

Em terceiro lugar, como instrumentos de revelação inspirados, eles foram credenciados por sua habilidade de realizar sinais. Isto pode ser chamado de “credenciais apostólicas”.

“E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.” Mateus 10:1

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;

Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” Hebreus 2:3-4

“Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.” II Coríntios 12:12

Em quarto lugar, como testemunhas e historiadores da maior revelação final da parte de Deus, foi prometida a eles a infalibilidade de memória.

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14:26

Podemos confiar na exatidão do registro do Novo Testamento.

Em último lugar, como expositores e intérpretes da palavra final de Deus, foi a eles prometido entendimento pleno.

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;” João 16:13

Durante a jornada terrena de Cristo Jesus, os apóstolos normalmente estavam limitados em sua compreensão de questões espirituais. Tudo isso mudou com a vinda do Espírito no dia de Pentecostes. Eles foram guiados em toda a verdade. Note que o Novo Testamento é o depósito inspirado dessa “verdade”. Sua existência é o cumprimento das promessas de Cristo feitas aos apóstolos.

Neste ponto, vamos dar explicação maior de um assunto já levemente mencionado. Tudo aquilo que os apóstolos ensinaram e registraram no Novo Testamento teve suas raízes nas palavras e na obra de Cristo. Ele, e não os apóstolos, foi a palavra final de Deus. O Espírito não veio para revelar coisas novas às suas mentes, mas para lembrá-los do que Cristo havia ensinado e feito. Não foram coisas novas, mas aquelas coisas sobre as quais eles foram iluminados a entender.

“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” João 15:26

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. 

Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. 

Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” João 16:13-15

O leitor é encorajado a considerar quão fundamental são as palavras e a obra de Cristo na mensagem apostólica. Medite como as doutrinas do Novo Testamento têm suas origens nas palavras de Cristo. Para que isso seja enfatizado, repetiremos o que foi anteriormente dito: “O ensino de Cristo é a essência de toda a verdade do Novo Testamento; o botão a partir do qual a flor da exposição apostólica desabrochou”.

Que Deus nos ajude a compreendermos a importância e a finalização dos trabalhos apostólicos. Negar a inspiração e a autoridade apostólicas é perder o relato de Cristo, nosso Senhor. Ir além dos apóstolos em nossa busca pela verdade é ir além de Cristo. A verdade sobre Jesus é a “doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Foi dito que a “fé” ou o “corpo da doutrina cristã” foi “uma vez dada”, porque foi transmitida pelos apóstolos em uma geração.   

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Judas 3

Sem os apóstolos, nós nunca teríamos ouvido a palavra final de Deus!

 



[1] Em nosso estudo, estaremos nos referindo exclusivamente aos Apóstolos de Cristo. A palavra grega traduzida “apóstolo” (‘apostolos’, #652, Strong’s) é também usada em um sentido mais geral no Novo Testamento. Em II Coríntios 8:23, a palavra é traduzida “embaixadores” e se refere a homens que eram enviados a representar igrejas individuais. As palavras gregas traduzidas por “presbítero” ou “diácono” são exemplos de outras palavras usadas tanto em sentido oficial como geral.

 

Capítulo III - “Sola Scriptura”

 

Temos traçado a história da revelação especial desde o tempo de Adão até a sua consumação em Cristo Jesus. O lugar dos apóstolos na palavra final de Deus foi explicado. Então qual é a implicação de tudo isso para nós que, nos dias de hoje, desejamos ouvir a Deus?

Sola Scriptura” é uma expressão cunhada durante a Reforma que significa “somente a Escritura”. A intenção dessa frase era afirmar que apenas a Escritura é a fonte de revelação para os cristãos pós-apostólicos. Cremos que um verdadeiro entendimento da história da revelação especial nos leva a essa crença. Dizer que Cristo é a palavra final da parte de Deus é dizer que “a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática”.

Ao explicar a verdade de “Sola Scriptura”, há alguns pontos aos quais devemos nos referir:

1. “Sola Scriptura” é uma afirmação da suficiência da Bíblia como guia espiritual. Como revelação ela não precisa de quaisquer acréscimos. Isto é frequentemente declarado nas Escrituras:

“E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;

Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” II Timóteo 3:15-17

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Salmos 119:105

2. “Sola Scriptura” é uma afirmação da completude da Escritura. Isto está logicamente conectado à suficiência da Bíblia. Aquilo que é suficiente não precisa de acréscimos. A velha aliança prometia uma nova aliança. Quando Cristo trouxe esta nova aliança, trouxe a palavra final de Deus:

“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” João 1:17

Não há uma aliança mais nova além de Cristo. Os Cristãos que têm uma Bíblia completa não esperam e nem precisam de qualquer outra palavra da parte de Deus. Somar algo ao registro apostólico é adicionar algo às revelações que Deus deu por seu Filho. Fazer isso é negar a plenitude e a integralidade de Jesus, a “Palavra”.

Conectado à integralidade das Escrituras está o fato de a Bíblia ter duas divisões principais. Lembrando de que a história da revelação especial tem duas divisões principais, é exatamente como esperaríamos. Tanto Cristo como os judeus ortodoxos aceitavam os primeiros 39 livros da Escritura como um registro inspirado da primeira aliança[1]. Não é de se surpreender então que com a vinda de Cristo, e com uma nova aliança, um novo conjunto da Escritura viesse a emergir. E o caso foi este mesmo. Nos tempos apostólicos, à medida que os livros do Novo Testamento eram produzidos, os mesmos eram reconhecidos como tendo igual autoridade à Escritura da velha aliança[2]. Retornando agora à integralidade da Bíblia relaciono isso ao assunto: Da mesma forma em que a história da revelação especial tem duas divisões, é de se esperar que a Escritura em seu estágio completo e final tenha igualmente duas divisões principais. A nossa Bíblia, composta de duas partes, está completa, e é definitiva.

Embora sob o risco de ser repetitivo, fecharemos esta seção de nosso estudo revisando os fatos que nos levam a afirmar a verdade de “Sola Scriptura”. É impossível superestimar a importância desta questão. Eis então uma breve exposição revisando nossa linha de pensamento:

1. O Velho Testamento foi recebido por Jesus Cristo como a Palavra de Deus e como o registro de revelação especial indo até o fim do ministério de Malaquias.

2. Jesus Cristo, em sua vinda, foi a palavra final de Deus; a plenitude daquilo que Deus tinha a dizer.

3. Os apóstolos de Cristo foram testemunhas oculares e expositores da palavra final de Deus.

4. A eles foi prometida infalibilidade de memória concernente a Cristo, bem como plenitude de entendimento. Eles foram guiados em toda a verdade.

5. Seguindo o padrão dos profetas da Velha Aliança eles produziram um conjunto de Escrituras contendo a plenitude das revelações recebidas.

6. Os apóstolos ao produzir o Novo Testamento entregaram em seu tempo de vida um registro da palavra final de Deus. É por isso que Judas 3 fala da fé ou conjunto de doutrina que “uma vez foi dada”.

7. Sendo mortos os apóstolos, e sendo verdadeiras as promessas de Cristo, a Palavra de Deus agora está completa. O Novo Testamento contém a “doutrina dos apóstolos”, a “fé que uma vez foi dada aos santos”, a “toda a verdade”, e o “tudo” trazido à memória.

8. Qualquer tentativa de se fazer acréscimos ao Novo Testamento é uma tentativa de ir além de Cristo como sendo a palavra final de Deus.

 



[1] O conteúdo do Cânon Judaico é exatamente aquele de nosso Velho Testamento e nunca incluiu nenhum livro apócrifo. Nosso Senhor nunca citou os apócrifos, mas constantemente aceitou e usou o Cânon Judaico como autoridade.

[2] O apóstolo Paulo cita os escritos tanto de Moisés como de Lucas como sendo de igual autoridade (I Timóteo 5:18). Pedro reconheceu as epístolas de Paulo como sendo “Escritura” (II Pedro 3:15-16).

 

Capítulo IV - A Doutrina “Sola Scriptura” Aplicada de Maneira Prática

A exposição doutrinária deve ser seguida de aplicação prática. Depois de afirmarmos a suficiência e a finalização da Escritura, vem a pergunta de como isso se aplica aos nossos dias. Fazendo assim, estamos seguindo o exemplo não apenas de apóstolos inspirados como Paulo, mas também de sábios pregadores através dos séculos. Veja as palavras de João Calvino, por exemplo, que depois de expor Hebreus 1:1-2 fez uma forte aplicação prática para seus dias:

Quando ele diz “a nós falou-nos nestes últimos dias”, ele quer dizer que não existe razão pela qual deveríamos ter dúvidas se devemos esperar ou não alguma nova revelação. O que Cristo trouxe não foi uma parte da Palavra, mas a palavra finalizadora. É este o sentido em que os apóstolos entendiam “os últimos tempos” e “os últimos dias”. Isto também é o que Paulo entende quando ele escreve “para quem já são chegados os fins dos séculos.” (I Coríntios 10:11). Se Deus já falou a Sua última Palavra, é certo avançarmos até este ponto, tão certo também devemos parar de ir além quando chegamos a Ele. É de suprema necessidade que reconheçamos ambos os aspectos, pois uma grande falha dos judeus foi a de eles não admitirem a possibilidade de que Deus ter adiado um ensino mais completo para outra época. Eles estavam contentes com a sua própria lei, e não avançaram em direção ao objetivo. Por outro lado, desde que Cristo apareceu, o mal oposto começou a ter efeito no mundo. Eis que os homens tentam ir além de Cristo. O que mais é o sistema papal na sua íntegra, a não ser a transgressão desse limite fixado pelos apóstolos? Logo, enquanto que o Espírito Santo, nesta passagem, convida todos a virem até Cristo, Ele os proíbe de ir além de sua última Palavra da qual Ele faz menção. Em resumo, o limite de nossa sabedoria está localizado aqui no evangelho.[1]

Seguindo tais exemplos, conclamamos as pessoas em nossos dias a se submeterem ao Senhorio de Cristo reconhecendo-o como a palavra final de Deus. Há um grande perigo em negligenciar o evangelho de Cristo.

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 

Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” Hebreus 2:3-4

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” João 3:18

Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Ele morreu para pagar pelos pecados e ressuscitou para provar que isto foi consumado. Ele é o único caminho ao Pai, e o único meio para se obter perdão. Sem Cristo, você está sem Deus e sem esperança. Deus chama você ao arrependimento e a crer em Seu filho.

“Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I João 5:10

Lembramos os nossos amigos judeus que rejeitar a Jesus como sendo o Cristo é fechar os ouvidos à palavra final de Deus. Moisés e os profetas prepararam o caminho para Ele. Ele é o mediador da nova aliança prometida nos Seus profetas. Ele é a esperança de Israel, o profeta como Moisés, a semente de Davi, e o rei de Israel. Que Deus não permita que Ele venha a se posicionar como a luz para os gentios enquanto vocês fiquem deixados em trevas.

Em terceiro e ultimo lugar, advertimos as pessoas acerca do perigo de ir além de Cristo. Pense, por exemplo, no caso dos mulçumanos que reconhecem Cristo como sendo um profeta e logo correm em direção a Maomé. Da mesma forma os mórmons pensam que honram a Cristo e ainda deixam Ele para trás e correm em direção a Joseph Smith. Tal é o caso em grande número de movimentos religiosos. Eles trocam a luz do Filho de Deus pela fraca luz da vela do pensamento humano ou do engano satânico.

Até mesmo entre aqueles que se dizem cristãos, existe o perigo de ir além de Cristo Jesus. Pense nos erros do Catolicismo Romano. Ao Velho Testamento eles adicionam os apócrifos. Ao Novo Testamento de nosso Senhor e Salvador eles acrescentam tradição, infalibilidade papal juntamente com inúmeras visões e aparições de Maria no decorrer dos anos. O mais básico nesse sistema de erro é a crença de que os apóstolos de Cristo têm sucessores na pessoa do Papa. Tendo negado a suficiência e a integralidade da Escritura, eles têm uma revelação sempre aberta ao invés da “fé que uma vez foi dada aos santos”. Não é de maravilhar que novas doutrinas foram e estão sendo adicionadas ao sistema da crença católica[2]. A palavra final de Deus perde a sua completude.

No final das contas, o debate chega à seguinte pergunta: “O que a Bíblia ensina sobre isso?” Será que podemos provar nas Escrituras que certos dons foram apenas temporários? À primeira vista, os cessacionistas parecem estar numa posição de desvantagem. As Escrituras parecem pouco adequadas para rebaterem as acusações. Mas, será que é isso mesmo?

Como um cessacionista, eu respondo com o aviso de que nós precisamos ter cautela acerca de ideias pré-estabelecidas sobre como a Bíblia deve ensinar algo. Deixe-me ilustrar isso com uma pergunta. Onde é que diz na Bíblia que o cânon do Novo Testamento se fecharia com a morte dos apóstolos? Embora nunca tenha sido explicitamente expresso, será que tal posição não estava implícita nas promessas de Cristo feita aos apóstolos? (Veja o capítulo acerca de Sola Scriptura). Será que essas mesmas promessas também não implicariam na cessação de qualquer dom envolvendo revelação direta? Será que é lógico proibir profecias escritas e ainda permitir profecias orais? Ou a palavra de Deus está completa, ou não está.

Será que é mais racional perguntar: “Onde é que a Bíblia diz que a profecia iria se encerrar com o fim dos apóstolos?” ou perguntar “Como é que nós sabemos que o cânon se encerrou com a escrita do livro de Apocalipse por João?” Eu não questiono o fato de que muitos não-cessaciontistas sinceramente acreditem que eles são comprometidos com a completude e a perfeição das Escrituras. O que eu questiono é a consistência dessa posição deles. Talvez você já tenha ouvido do provérbio árabe acerca do focinho do camelo. Os não-cessacionistas que permitem que o ‘focinho’ das línguas e profecias entre em sua tenda não são teoricamente tão diferentes do não-cessacionista que permite que o camelo inteiro da tradição católica e da infalibilidade papal entre na tenda.

Continuando, nós percebemos que a maioria dos não-cessacionistas concorda que o ofício de apóstolo era alicerçador e temporário. Enquanto ficamos felizes pelo fato de que isso é entendido, parece estranho quando nos recordamos de que em Efésios 4:8-11 os apóstolos são classificados como “dons”. Até mesmo não-cessacionistas que são comprometidos com a Escritura devem se tornar um tipo de cessacionista.

Finalmente, eu gostaria de lembrar os nossos amigos não-cessacionistas daquilo que parece óbvio. As igrejas apostólicas tinham necessidades que nós não temos. Depois da ascensão de Cristo, um período de cerca de sessenta anos passou antes que o Novo Testamento estivesse completo. Imagine as igrejas do Novo Testamento operando com nenhuma parte, ou pouco do Novo Testamento. Como eles poderiam ter recebido verdades da nova aliança aparte do ministério dos apóstolos e profetas? É claro que tal ministério foi acompanhado de sinais para autenticar as revelações dadas (Hebreus 2:2-3). Deus supriu a necessidade deles de maneira maravilhosa. Ainda fica o questionamento sobre por que as igrejas hoje, que possuem Bíblias completas, precisariam de profetas e sinais. Verdadeiramente, uma igreja com todos os sessenta e seis livros da Escritura Sagrada está mais bem equipada do que a igreja mais dotada com os dons no tempo apostólico. Nosso tratamento deste assunto foi muito breve. Àqueles que desejem um estudo mais profundo acerca deste assunto nós recomendamos o seguinte livro: To Be Continued”, Samuel Waldron, Calvary Press Publishing, https://www.calvarypress.com/products/to-be-continued-are-the-miraculous-gifts-for-today

Finalmente, deixe-me falar aos amigos não-cessacionistas[3]. Historicamente os evangélicos têm crido que dons espirituais que envolviam direta revelação ou dons que funcionassem como sinais para autenticar essas revelações eram para ser uma base somente e cessaram com o fim dos apóstolos. A existência desses dons era considerada desnecessária àqueles que possuíssem uma Bíblia completa. Quando você afirma que esses dons operam ainda hoje, pense a quem você associa. A maioria dos Pentecostais/Carismáticos/Terceira Onda recua ante qualquer ideia em acrescentar algo à Palavra de Deus. Mas é difícil de esquivar-se de tal acusação[4]. Não são os profetas deles que declaram falar “palavras de Deus”? Quantas vezes nos seus cultos ouve-se essas expressões: “Deus me revelou” ou “Deus disse a mim”? Será que realmente há alguma diferença entre um Papa que afirma falar “ex cathedra” e um profeta que assegura aos seus adeptos de que sua mensagem vem diretamente de Deus? Será que ambas essas situações não se constituem em uma negação da suficiência e integralidade das Santas Escrituras? Será que realmente há algo a ser dito além daquilo que Deus já disse através de Seu Filho? Quando os apóstolos nos deram um relato inspirado de Cristo, a porta da revelação não foi fechada? Será que não é melhor que deixemos um cadeado nessa porta?

Cessacionismo não é algo acerca do estilo de adoração. Não é uma negação do sobrenatural ou da nossa necessidade do Espírito de Deus. Tem a ver, de fato, com o nosso ponto de vista acerca da Escritura, acerca dos apóstolos e, finalmente, acerca de Cristo Jesus. O Cessacionismo não é uma limitação ao Todo-Poderoso, mas uma exaltação de Cristo como a palavra final de Deus.

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,

A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Hebreus 1:1-2

 



[1] João Calvino, New Testament Commentaries; A New Translation (volume on Hebrews and I and II Peter) trans. W. B. Johnson (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., reprint 1974) p.6.

[2] Aqueles que desejarem mais informações acerca deste assunto podem consultar: The Gospel According to Rome (O Evangelho Segundo Roma); James G. McCarthy; Harvest House Publishers; (Eugene, Oregon 1995). Dê mais ênfase ao Capítulo 12. Nesse capítulo, o autor relata como foi que a “Assunção de Maria” se tornou um dogma Católico Romano.

[3] Um cessacionista é alguém que crê que certos dons do Espírito cessaram com a morte dos apóstolos. Um não-cessacionista nega isso. Nenhum deles questiona a existência do sobrenatural ou da necessidade de muitos dons espirituais em nossos dias. De fato, a igreja não poderia funcionar como um corpo sem dons espirituais. A controvérsia gira em torno apenas dos dons que envolviam revelação direta ou daqueles que produziam sinais. Os cessacionistas vêem tais dons como sendo estritamente apostólicos ao passo que os não-cessacionistas crêem que esses dons têm um propósito continuado.

[4] Os não-cessacionistas têm tentado esquivar-se de tal acusação afirmando a possibilidade de profecias de qualidade não canônica ou não escritural. Enquanto várias formas deste ensinamento têm sido afirmadas até mesmo por estudiosos reconhecidos, o completo ideal parece não ser convincente. Mais uma vez, somos lembrados do Catolicismo onde é dito que o Papa é o porta-voz de Deus, mas que ele é proibido de criar Escritura canônica. Para mais informações recomendamos novamente o livro de Samuel Waldron.

 

O Fundamento Bíblico para Liderança

I Co 11.1

INTRO. Alguém disse que existe três tipos de pessoas no mundo; Os que são imóveis, os que podem ser movidos e aquele que os movem. Os que movem pessoas são líderes e o ato de mover pessoas chamamos de liderança. A obra de uma Igreja Batista depende de liderança. 

A intenção desta mensagem é responder a seguinte pergunta. De onde vem a autoridade para a liderança em uma Igreja Batista? Em busca da resposta desta pergunta, quero chamar sua atenção para três fatos essenciais sobre liderança na Igreja...primeiro:

QUEM POSSUI A AUTORIDADE NA LIDERANÇA DA IGREJA.

A autoridade sobre todas as coisas relacionados a Igreja do Novo Testamento é Jesus Cristo. 

Ele é a autoridade necessária para fundar uma Igreja e para determinar a doutrina desta Igreja. Ele também é autoridade sobre toda prática da Igreja, doutrina da Igreja e sobre a liderança da Igreja também. Na grande comissão dado a suas Igrejas, O Senhor Jesus revela que Ele mesmo possui autoridade absoluto sobre todas as coisas na terra e no céu também. 

Mt 28.18-20.  “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”

Em Apocalipse 1.18 O Senhor Jesus disse que possui autoridade sobre o inferno:“e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno.”

Possuindo autoridade sobre todas as coisas na terra inclui autoridade sobre as suas Igrejas. Abrem para Efésios 1.22-23, esta passagem afirma a autoridade de Cristo sobre as Igrejas: “E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja,

23  que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” Como cabeça, Ele possui o lugar de autoridade, comandando o corpo inteiro. 

Abrem para Mt 18.20. O senhor Jesus está falando a respeito da Igreja. “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” A Igreja do Novo Testamento não apela nem busca outra autoridade terrena. A autoridade no Novo Testamento não está no Papa nem em algum cardinal ou arcebispo. Nenhum sacerdote ou bispo possui autoridade em uma Igreja neotestamentário. A autoridade da Igreja neotestamentário não está nas mãos de denominações ou Assembleia Geral ou sínodo. A autoridade da Igreja não está nas mãos de alguma Igreja mãe, mesmo se esta Igreja chamada mãe, é Batista.  

A autoridade da Igreja não é algum presbitério ou concílio de homens ordenados. Uma Igreja local é formado debaixo da autoridade de Jesus Cristo e deve suprema aliança somente á Ele. A autoridade da Igreja do Novo Testamento não está em alguma convenção ou associação de Igrejas. Está somente em Cristo! Autoridade nos alcança verticalmente de Cristo, não horizontalmente de algum papa, Igreja ou conselho. A Igreja do Novo Testamento está totalmente debaixo da autoridade de Cristo. Esta autoridade que a Igreja possui, nunca pode ser transferido ou delegado. Cristo não transfere sua autoridade á sua Igreja, ele à retem e é somente dele. 

Uma Igreja não precisa uma transferência de autoridade à Ela porque Cristo habita em suas Igrejas até o fim do mundo de acordo com Mt 28.20. Quando escolhemos nossos líderes e nus preparamos para liderar uma Igreja Batista, temos que considerar a suprema liderança do nosso Senhor Jesus Cristo  para obedecer suas instruções. 

O segundo fato essencial é reconhecer o que é liderança na Igreja Local. 

ONDE VAMOS ACHAR A VONTADE DE CRISTO NA LIDERANÇA DA IGREJA.

Existe somente um legislador na Igreja, isto é Jesus Cristo. O que Ele tem nos dado instruções clara a respeito do que crer e a maneira que devemos viver e o que devemos fazer. Ele nos deu estas instruções na sua palavra, especialmente no Novo Testamento.  Cristo nos ensina através de sua palavra. O Novo Testamento é autoritativo na Igreja porque revela a vontade de Cristo que é o cabeça da Igreja. A Igreja em Roma não deu esta autoridade ao Novo Testamento! A autoridade do Novo Testamento é Cristo Jesus, filho de Deus e Deus filho. II Tm 3.16-17 Nos diz que a palavra de Deus nos fornece e completamente nos equipa para fazer toda boa obra: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” 

Já que o Novo Testamento é a vontade de Cristo escrito, acaba sendo a autoridade supremo na Igreja. Ao olhar para o Novo Testamento, nossa intenção deve ser como à de Samuel, que disse, “Fala, porque o teu servo ouve.” Quando o Novo Testamento fala, todos se emudecem! O Novo Testamento é revelação suprema da sua vontade á Igreja.  O Novo Testamento não é um dos recursos pra alcançar autoridade, é a autoridade divina! O Novo Testamento não é um livro guia suplementar, é o único guia para a Igreja. Se alguma prática da Igreja não pode ser provado como mandamento de Cristo ou os Apóstolos do Novo Testamento, teremos que considerar-lo somente uma opinião ou invenção humana. O Senhor Jesus Cristo através das escrituras revela tudo que precisamos conhecer a respeito de liderança na Igreja. Foi nos dado um estandarte fixo pela qual temos como julgar os que nos lideram na Igreja, e este estandarte é o Novo Testamento.

A Igreja de Jesus Cristo terá que se render a autoridade e suficiência da palavra de Deus em toda sua obra e especialmente no que se trata a sua liderança. Quando uma Igreja cessa de seguir o que Cristo tem revelado no Novo Testamento esta Igreja cessa de ser uma Igreja verdadeira! A Igreja que segue tradições e regras instituídos por homens em vez das escrituras, tanto os lideres como os liderados são cegos e é por isto que Jesus disse o que disse em Mt 15.14: “… são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” A vontade de Cristo para lideres da Igreja será encontrado no Novo Testamento.  

O terceiro fato essencial no que si diz de liderança de uma Igreja Batista é...

QUEM É O LÍDER DA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO.

No processo de identificar quem é o líder da Igreja, precisamos responder quatro perguntas importantes. 

1. O que é liderança?  Liderança é algo executado por um líder. Um líder, é alguem que está na frente para mostrar o caminho. Um líder é quem persuade, influencia, e direciona outros fazer o que ele faz por seguir seu exemplo. Ele guia ou anda na frente para que os quem vem atrás sabem o caminho. Um líder é alguém que conhece o caminho, quem pode estar na frente e que conduz outros por onde ele mesmo anda.  Deus criou os homens para serem liderados e para liderar também. A palavra liderança nem se encontra em alguns dicionários antigos, como no meu dicionário de 1959 da Websters. O dicionário Random House que pesquisei defina liderança   como uma posição ou função de um líder. Tendo habilidade para liderar. Alguem disse que liderança é a capacidade para reunir pessoas debaixo de um propósito comum, possuindo um caráter que inspira confiança.

2. O que é liderança espiritual?  Liderança na Igreja é muito mais que apenas uma liderança natural como já mencionamos. A natureza supernatural da Igreja demanda uma liderança que sobre maneira excede uma liderança simplismente humana. Liderança na Igreja do Novo Testamento é uma liderança Espiritual! Um líder espiritual consegue liderar pessoas espiritualmente porque o Espírito Santo opera nele e através dele de uma maneira maior que naqueles a quem lidera. Resultados espirituais são conseguidos somente por homens espirituais usando métodos espirituais. Os líderes espirituais da Igreja exercem influencia que atinge muito mais longe que lideres normais e naturais. Esta influencia tem a eternidade como alvo! Um líder precisa conhecer seu alvo e como os pastores da antiguidade, caminhar na frente do rebanho. O líder espiritual é obrigado permanecer na frente enquanto direciona e guia os que estão atrás. Este é o método do Supremo Pastor que reconhecemos em Jo 10.4: “E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.” Liderança comum e natural e liderança espiritual possuem algumas características em comum mas em outras características são até mesmo oposto. Por exemplo, um líder natural possui confiança própria enquanto o líder espiritual coloca confiança somente em Deus.

Um líder natural faz suas próprias decisões enquanto o líder espiritual procura a vontade de Deus. Um líder natural é ambicioso enquanto o líder espiritual se faz um servo. Um líder natural é independente, o líder espiritual depende de Deus.  Não importa quanta habilidade ou charme um homem possui, não são estas coisas que lhe dará direito de liderar a Igreja. 

3. Quem é o líder na Igreja do Novo Testamento?  O Senhor Jesus ordenou dois ofícios na sua Igreja, Pastor-ancião-bispo, e diáconos. Paulo autentica ambos os ofícios em Fl 1.1, vamos ler: “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:” Estes são os dois ofícios na Igreja, mas só existe um líder, o pastor! Os diáconos são serventes da Igreja, não são líderes e At 6.1-6 dá informação a respeito de suas responsabilidades. A própria palavra diácono significa servo. O Senhor Jesus deu o cuidado de sua Igreja aos pastores, e cada pastor tem seu próprio rebanho. At 20.28 instrui pastores em como liderar seu rebanho, vamos ler: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”

Um pastor pastoreia sua Igreja. Possuem três obras principais. Eles olham pelo rebanho, apascentam, e protegem. O plano de Deus para sua Igreja é que fossem liderados por um pastor-ancião-bispo e não por uma comissão ou grupo de diáconos! O Senhor nunca escolheu ou chamou uma comissão ou concílio para liderar sua Igreja! O Apóstolo Paulo ordenou anciãos, pastores e bispos em todas as Igrejas! O plano de Cristo para sua Igreja é que seja liderado por um pastor, não existe outro plano no Novo Testamento! Se existe um líder então por necessidade haverá seguidores! Ovelhas no Oriente Médio seguem seu pastor, ele não os enxota como gado.

Ao contrário, quando o pastor levanta, as ovelhas levantam e começam o seguir. Vamos olhar par Jo 10.4: “E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.” Para que uma ovelha segue seu pastor, é necessário quem tenham a fé do pastor, a fé que prega e a fé pela qual vive e morre. Vemos o que diz Hb 13.7 “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Seguir o pastor também significa participar dos seus sofrimentos, problemas e dificuldades que fazem parte da profissão que temos em Cristo. Seguir o pastor significa seguir suas instruções tirados da palavra de Deus. Seguir o pastor é descobrir seus princípios e aceitar seus planos. Muitos do crentes modernos são mais como o gado que não sabem seguir e sim precisam ser enxotados. Na Igreja um lidera e os outros precisam o seguir.

Quando Cristo levanta um líder, ele tem pessoas prontos para serem guiados. Quando o Senhor manda um pastor ele sempre possui um rebanho a ser instruído. Os membros da Igreja precisam se submeter a liderança do seu pastor. Paulo muitas vezes chamou aos convertidos e pediu que o seguisse junto como seus companheiros. Como exemplo, vamos dar uma olhado em 1Co 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.” Em Fl 3.17 Paulo pediu que os membros da igreja em Filipos o seguissem. Abrem e vamos ler: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.” 

Como em qualquer entidade a ordem é conseguido na Igreja seguindo o pastor e voluntariamente se submetendo a estes líderes. Ver em Hb 13.17: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” Uma palavra de cautela! As ovelhas devem seguir seu pastor, os membros da igreja devem seguir seu pastor enquanto ele segue Cristo.

No nosso texto e 1Co 11.1, Paulo mostrou até onde os convertidos podiam seguir sua liderança; “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.” Paulo nunca desejou que alguem o seguisse Cristo alem do que ele mesmo seguia. Paulo sabia que seguia e para onde ia e assim pude incentivar outros á segui-lo. Um pastor deve si perguntar isto: Estou liderando as ovelhas  para seguir Cristo? A mensagem que todo pastor deve passar é este, me segue do mesmo modo que estou seguindo Cristo, porque ninguém deve seguir um pastor que não está seguindo Cristo! Não devemos ser um discípulo do pastor, mas de Cristo!

O pastor lidera sua Igreja de duas maneiras; Primeiro, exortando as ovelhas de Cristo através das escrituras. Segundo, pelo exemplo que ele da pela sua vida pessoal perante as ovelhas. Pastores lideram com suas vidas e com seus lábios. Paulo não podia só dizer faz o que eu mando, mas faz o que eu faço. Vê 1 Co 4.16: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.¨! Em II Ts 3.9 Paulo fala aos membros da igreja em Tessalônica que ele junto como os outros pastores se fizeram de exemplos para que outros o seguissem. Abrem para o verso:“não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.” A pregação e o seu proceder devem ser iguais. Pastores não devem só apontar o caminho para o céu e sim guiá-los nesta direção. Um homem que não abraça a palavra de Deus e não tem compromisso em à viver não está preparado para pregá-la! 

A quarta pergunta que temos que responder á respeito de quem um líderes da Igreja pode ser é:

4. Como se tornar o líder da Igreja?

A resposta é, Cristo coloca seus pastores no seus lugares de liderança na Igreja. Só Cristo pode fazer um homem líder nas sua igreja. Salmo 75.6-7 nos diz que é Deus quem exalta: “Porque nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o juiz; a um abate e a outro exalta..” 

Romanos 10.14-15 no relata que Deus chama seus pastores. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?15  E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” O Senhor Jesus Cristo escolhe o homem, coloca na liderança sobre sua Igreja, equipa ele para o trabalho e ordena seu povo á segui-lo. Quando um líder falece, o Senhor chama outro para tomar seu lugar. Se Cristo dá um destes homens escolhidos para a Igreja, é a responsabilidade do povo segui-lo!

CONCLUSÃO

Concluindo, a autoridade da liderança na Igreja de Cristo provem de Jesus Cristo. A vontade de Cristo para esta liderança é achado somente no Novo Testamento! A maior necessidade das Igrejas de hoje é que a liderança seja espiritual e que olhem para Cristo por sua autoridade.     

 

 APOSTILA DE HERESIOLOGIA

 

No livro These Also Believe (Eles também crêem), o Dr. Charles Braden e John G. Schaffer, com relação ao termo “seita”, dizem o seguinte: “Ao empregar o termo “seita”, não é minha intenção depreciar nenhum grupo ao qual ele se aplique. Seita, no meu entender, é qualquer grupo religioso que, em doutrina ou prática, difira, de forma significativa, dos grupos religiosos considerados a expressão normativa da religião em nossa cultura.

“Gostaria de acrescentar que a palavra pode ser aplicada também a um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”. Heresia deriva da palavra grega háiresis e significa: escolha, seleção, preferência.

No sentido bíblico, heresia abarca a idéia de facção, isto é, o indivíduo ou grupo religioso que se afasta da doutrina bíblica e adota e divulga crenças, ensinos e práticas estranhas, em matéria de religião. Em resumo, heresia é todo desvio da verdade divina, a verdade bíblica.

Os teólogos liberais se preocupam mais com o modo de atuar das seitas do que com a razão de ser das suas doutrinas, e parece que adotaram como norma de conduta a afirmação de Gamaliel. Lembremos, porém, que Gamaliel estava aconselhando os judeus a não se oporem aos cristãos dizendo que “se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los” (At. 5:38,39). Entretanto,não devemos esquecer também que o conselho de Gamaliel não constitui doutrina bíblica, e se fôssemos aceitá-lo na forma como é expresso, teríamos de crer que o Islamismo é “de Deus”, pois experimentou um crescimento rápido e propagou-se vigorosamente por todo o mundo. Por isso devemos examinar as seitas e as heresias sob à luz da revelação divina que possuímos, a Palavra de Deus, a qual pode pesá-las “na balança de precisão da verdade absoluta”.

A Perspectiva Bíblica

A era que presenciou o advento de Jesus Cristo foi uma época rica de religiões, que iam desde o Animismo crasso e dos rituais sexuais adotados em grande parte do mundo até os panteões romanos com seus deuses e as misteriosas crenças dos gregos. O Judaísmo cessara com suas atividades missionárias, já que os judeus se achavam debaixo do tacão de ferro do paganismo romano que lhes era adverso.

Seus escribas e rabinos haviam interpretado e reinterpretado tanto a lei de Deus e acrescentando a ela tantas emendas que Jesus chega a dizer o seguinte, aos líderes religiosos de seus dias: “Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?... E assim invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição” (Mt. 15:3,6). E foi no meio desse torvelinho de filosofias humanas deterioradas e de revelação divina deturpada que apareceu o Filho de Deus. Juntamente com o evangelho da graça de Deus, Jesus anunciou e profetizou que seus seguidores iriam enfrentar provações e tribulações, tanto dentro como fora da igreja e que uma das maiores dificuldades que teriam seria a presença de falsos cristos e falsos profetas, que viriam em seu nome e enganariam a muitos (Mt. 24:5).

Ele disse ainda que os frutos dos falsos profetas seriam visíveis e que a igreja iria

identificá-los prontamente.

A Bíblia fala de falsos cristos, falsos profetas e falsos apóstolos, bem como de “obreiros” fraudulentos transformando-se em apóstolos de Cristo. A perspectiva bíblica com relação a esses falsos profetas e seus falsos ensinos é a de que devemos ter compaixão e amor por aqueles que foram envolvidos nos ensinos deles, mas também precisamos nos opor vigorosamente às doutrinas, com o supremo objetivo de ganhar a alma do indivíduo, e não de discutir com ele.

O propósito deste estudo é fornecer dados sobre as seitas e heresias expandidas em nosso meio, bem como recursos aos crentes para que saibam responder corretamente quando abordados por eles, e ao mesmo tempo, apresentar-lhes as bases do evangelho de Cristo com uma forte preocupação pela salvação deles. Outra meta é levá-los a enxergar a maravilhosa herança que temos na fé cristã e se sinta inspirado a

viver para o Salvador e a testemunhar dele de modo eficaz. As seitas têm lucrado muito com o fato de a igreja cristã não compreender bem os ensinos delas e não criar uma metodologia prática para evangelizar seus adeptos, refutando seus argumentos. É verdade que a estrutura doutrinárias delas contém inúmeras verdades, todas elas, diga-se de passagem, retiradas de fontes bíblicas. Mas acham-se tão mescladas de erros humanos que acabam sendo mais mortíferas que uma mentira frontal.

As interpretaçãos

A era em que vivemos, com sua mentalidade científica, criou, no sentido exato do termo, um vocabulário novo, que se não for compreendido, pode trazer sérios problemas para a comunicação humana. A revolução cultural que modificou o vocabulário da tecnologia, psicologia, medicina e política afetou também as religiões do mundo, de modo geral, e a teologia cristã em particular. Hoje o teólogo moderno tem algumas vezes, empregado a terminologia da Bíblia e da tecnologia histórica com um sentido totalmente diverso do que pretendia a dos escritores sacros.

A questão semântica (estudo da significação das palavras de uma língua) sempre teve um papel preponderante nos negócios humanos, pois através do seu uso ou abuso – seja qual for o caso – muitas igrejas, tronos e até governos têm se levantado, permanecido no poder, e depois sido destituídos. Uma típica seita não cristã deve sua existência ao fato de sempre utilizar a terminologia do Cristianismo, citar passagens bíblicas (quase sempre fora do contexto), e colocar em sua estrutura doutrinária inúmeros “clichês” e termos evangélicos, sempre que eles favorecem seus interesses. Até o presente, eles têm obtido muito sucesso nessa tentativa de apresentar seu sistema como sendo cristão. Um exemplo concreto dessa reinterpretação é o caso de quase todas as seitas gnósticas que dão ênfase à cura, terem

em comum um conceito panteístico de Deus (como por exemplo: Ciência Cristã, Seicho-No-Iê, Rosacrucianismo, Escola da Unidade, Novo Pensamento e outras).

Outro aspecto dessa manipulação semântica que deixa confuso o crente é o volume de citações bíblicas que um membro de uma seita faz e o fato de dar a impressão de que concorda com quase todos os argumentos cristãos. É muito simples para o adepto da seita espiritualizar e modificar o sentido dos textos e ensinos bíblicos, de forma a estar em harmonia com a fé cristã histórica. Essa harmonia, porém, é bastante superficial, e baseia-se numa ambivalência das palavras, que não passa pelo crivo da gramática e do contexto bíblico e nem de uma exegese correta. As principais seitas modificam, sem o menor constrangimento, o sentido de termos estabelecidos ao longo da História. E depois respondem às interpretações dos teólogos cristãos com esta argumentação sem sentido: “Você interpreta do seu jeito, eu interpreto do meu. Precisamos ter mente aberta. Afinal, qualquer interpretação é boa”. Espiritualizar os

textos e doutrinas bíblicas ou tentar explicá-los com frases obscuras é praticar desonestidade intelectual. Não é incomum encontrar esta prática nas principais seitas. Mas, seus adeptos ainda irão descobrir que o poder do Cristianismo não se encontra em sua terminologia, mas no relacionamento do indivíduo com o Cristo da revelação. Despir a terminologia cristã de seu significado histórico só serve para criar confusão e nunca diminuirá a força do evangelho, que é a pessoa do Salvador a executar sua função vital: redimir o pecador pela graça divina.

O ZEN-BUDISMO

Uma das mais antigas seitas é uma ramificação do Budismo, uma das principais religiões do mundo, que conta com milhões de seguidores. Conhecida na América como Zen, esta seita originou-se de um ramo japonês da escola de meditação da filosofia budista, levada da China para o Japão no século VII da nossa era. Os dois grandes pioneiros do Zen-Budismo no Japão foram Eisai, que fundou a seita Rinzai em 1191 a.D., e Dogen, que fundou a seita Soto em 1227 a.D. Os leais seguidores do Zen-Budismo atribuem sua origem a Buda que, segundo eles, comunicou a seus discípulos, o Mahakasyapa (ou simplesmente Kasyapa), a chamada “doutrina da mente de Buda”. Diz a lenda que Buda apenas colheu uma flor em silêncio, e desse modo comunicou o fragmento místico de sua mente. Daí provém a importância da “mente de Buda” nessa seita.

O Budismo

Gautama Buda, o fundador do Budismo, era filho de Sudodana, um governante de uma região próxima ao Himalaia, no que hoje é o Nepal. Ainda bem jovem Sidharta Gautama (seu verdadeiro nome) começou a perceber as diversas contradições e problemas da vida. Não podendo mais suportar uma vida de nobre aristocrata, abandonou a mulher e o filho e tornou-se um asceta errante à procura da verdade sobre a existência humana. Dizem os historiadores budistas que, após quase sete anos de peregrinações, ele encontrou “o verdadeiro caminho” e experimentou a “grande iluminação” debaixo da lendária árvore bodhi (árvore da sabedoria) e desse modo atingiu o nirvana, o supremo estado que, segundo o Zen-Budismo, pode ser alcançado por qualquer membro da escola de meditação. Nesse ponto eles divergem do budismo clássico que ensina que para se alcançar o nirvana são necessários diversos ciclos de reencarnações. Segundo o zen é possível chegar-se a ele agora, ainda nesta vida.

Os ensinos de Buda focalizam as “Quatro Nobres Verdades” e suas ramificações: o sofrimento, sua causa, seu fim e o caminho que leva a esse fim. O ramo Zen do Budismo dá uma forte ênfase à vida presente e à meditação prática. O Zen é revolucionário, pois afirma que o homem obtém a iluminação através do esclarecimento e simplificação, ponto em prática os velhos valores do tempo e da experiência, e estribando-se apenas na suprema experiência, o “agora”.

Os adeptos do Zen podem formular conjuntos de doutrinas, fazendo-o, porém por sua conta e para benefício próprio e não devido ao Zen. Não há no Zen livros sagrados ou assertivas dogmáticas, nem qualquer fórmula simbólica através da qual se obtenha um Semeador 13 acesso à sua significação. O Zen não cultua nenhuma Deus; não observa nenhum rito cerimonial, nem tem um lugar para onde os mortos irão no futuro, e, acima de tudo, não vê a alma como algo cujo bem-estar deva ser obtido através de outrem, e cuja imortalidade é uma questão importante. Não afirmam nem negam a existência de Deus. Somente não existe o Deus concebido pelas mentes judaicas e cristãs.

No Zen não existem milagres, nem intervenções, recursos ou refúgios sobrenaturais. O homem é inteiramente responsável por seus atos e nenhum sábio, seja ele quem for, tem o direito de invadir seu livre arbítrio. A pessoa é responsável tanto por sua liberdade quanto por sua escravidão. Também não há nada para adquirir, ensinam os mestres Zen. Não há nada que se possa receber de fora para dentro, nem nada que se possa edificar ou “criar” no sentido mais comum da palavra. Pelo contrário, tem-se que “desfazer” o complexo amontoado de falsos valores que se cultiva. Tudo é o presente. Não há nada faltando no homem, nem nas profundezas do espírito, nem nas estruturas materiais do corpo. Apenas é necessário estabelecer uma coordenação, uma harmonia funcional entre os diversos elementos que constituem o ser. Concluindo, o Zen é uma filosofia que nega a existência de um Deus pessoal. Nega também a realidade do pecado, por falta de um padrão absoluto de lei e santidade. E rejeita ainda a ideia de que o homem precisa livrar-se do castigo do pecado, livramento esse revelado na Pessoa de Jesus

Cristo, que é o Caminho. Na realidade, a verdadeira natureza do Zen-Budismo é a auto absorção, já que o indivíduo vive todo voltado para si mesmo e não vê seus pecados nem a necessidade de removê-los. Além disso, vivem alheios à responsabilidade social, nada tendo para justificar sua existência na terra.

Algumas falhas e imperfeições do Zen-Budismo

1. Descarta a doutrina de um Deus Criador. Em primeiro lugar, o Zen é uma sutil e peculiar forma de ateísmo (negação da existência de Deus). Nega a existência de um Deus infinito e transcendente, um Deus vivo e pessoal, pois identifica-o com a natureza. Então, todos os objetos visíveis são considerados modificações subjetivas de uma essência auto existente, inconsciente e impessoal, que pode ser chamada de Deus.

O Zen-Budismo retira de Deus sua soberania, despindo-O de sua capacidade de autodeterminação em relação ao mundo. Deus fica reduzido às dimensões do desconhecido. Como eles não afirmam a existência de Deus, acham-se destituídos não apenas da especial que Ele deu em sua Palavra, mas desconhecem também o Deus que se revelou.

2. Cria um espírito de misticismo. Em segundo lugar, ele possui (embora negue) uma forte tendência para criar um espírito de misticismo ao refugiar-se nas suas doutrinas da intuição radical, tais como: “Não há necessidade de palavras e letras”; “a transmissão especial da Mente”; etc. Muitas vezes, após um êxtase espiritual eles afirmam ter recebido extraordinárias revelações e, no entanto, não conseguem explicar nenhuma delas. Ademais, o misticismo dissociado da revelação divina é perigoso e leva o homem à destruição. 

3. Ignora a santidade de Deus. Em terceiro lugar, o Zen-Budismo é uma forma muito radical de iconoclastia (é contra imagens religiosas, símbolos, obras de arte etc.; é contra convenções e tradições). Na concepção dos adeptos dessa seita não existe pecado contra Deus. Afirmam abertamente que “nem mesmo os mais imaculados iogues entram no nirvana, e os monges que violam preceitos não vão para o inferno; a tentativa de evitar o pecado e o mal obedecendo a uma lei moral não passa de um ato vão...”

4. Nega a existência de um Salvador. Em quarto lugar, o Zen é a mais completa forma de auto salvação. Como observa Herman Bavinck, “o princípio básico do paganismo é negar a existência do Deus verdadeiro e o dom da sua graça; ao mesmo tempo é a noção de que o homem pode obter a salvação através de seu próprio esforço e sabedoria”. No Zen não existem intervenções, recursos, refúgios sobrenaturais. Todos são inteiramente responsáveis por seus atos e nenhum sábio, seja ele quem for, tem o direito de invadir o livre arbítrio. Embora eles insistam em dizer que isso não é prova de orgulho pessoal, esse ensinamento logicamente leva ao endeusamento do eu, o que é uma característica blasfema e uma falácia idólatra do paganismo.

Os piores erros do Zen-Budismo

1. Estudar a própria natureza. Alguns filósofos descrevem o homem como um microcosmo, um espécime raro de poder, sabedoria e virtude divinos, que contém em si mesmo maravilhas tais que deixam nossa mente intrigada. Isso não está totalmente errado. O apóstolo Paulo, depois de dizer aos atenienses que eles podiam buscar “a Deus se, porventura, tateando o possam achar”, logo revela: “Ele não está longe de cada um de nós”. Todo homem possui em si mesmo uma evidência clara da graça celestial, pela qual “vivemos e nos movemos, e existimos”...! Como só existe vida em Cristo, que o mundo perdeu logo no início, o homem precisa voltar a essa vida fundamental e tornar-se de novo filhos de Deus, crendo em Seu nome. Portanto, será necessário aniquilar a antiga natureza, e não “estudar a própria natureza”, e formar de novo em cada um a imagem de Deus que foi corrompida quando Adão pecou.

2. A experiência da iluminação. Paulo ensina claramente em I Coríntios 2.5: “Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana. E sim, no poder de Deus”. O Zen afirma que sem a iluminação (satori), o “Zen é um livro selado”. Mas o problema é que sem uma revelação especial o “satori” também não pode comcretizar-se. E ao dizer isso não estamos deixando levar por preconceitos contra a seita. Até o psicólogo Carl G. Jung, que era simpatizante dela, partilha dessa opinião. Disse ele: “Se ele não houver um critério a respeito da iluminação, nunca poderemos saber com certeza se um indivíduo é de fato um iluminado ou se ele simplesmente imagina que o é...”. Na China, os mestres Zen, muitas vezes são denominados “mo-wang” (rei dos demônios). O fato é que embora afirmem haver atingido o estágio de iluminados ou terem conseguido entender a própria natureza, e embora preguem e escrevam com atraente eloquência não percebem que se acham encerrados na sombra da morte e que ainda continuam na triste condição de perdidos.

3. Sobre o caminho da salvação. Será que o Zen pode ensinar o caminho da salvação? A experiência do satori exige muita incubação inconsciente. Dizem eles que ela pode sobrevir em conseqüência de uma ocorrência meramente casual, um som, uma cena que se presencia. Muitas vezes é acompanhada de fenômenos emocionais intensos, como tremor, uma crise de choro ou suores frios. Concluindo, pelo que acabamos de ver, fica evidente que o Zen-Budismo atrai adeptos através de seus argumentos ilusórios, mas não oferece a verdade ao homem. É antes a mentira dos “guias cegos”, e não o verdadeiro Caminho. A luz que oferece é muito débil; ele não dá a verdadeira luz nem a vida, “a vida (que) era a luz dos homens”.

Toda a criação geme e sente dores de parto; procura e tateia nas trevas. E, no entanto, os homens não entenderam a luz que veio ao mundo e brilhou nas trevas. Eles amaram mais as trevas do que a luz, e por isso, tornaram-se presa fácil dos falsos profetas.

O Zen é condenável não apenas porque seus ensinos são imperfeitos, mas também porque não realiza nada. É imperfeito porque nega a existência de um Deus vivo, pessoal, infinito e transcendente, já que o identifica com a natureza. Na verdade é uma forma sutil de ateísmo, camuflada com a linguagem do ateísmo e embelezada por sua atraente eloquência. Além disso, cria um espírito de misticismo quando defende sua doutrina da intuição radical, que dá ênfase à ideia de estudar a própria natureza. Quem procura “dentro de si mesmo” uma orientação segura, não levando em conta a revelação divina, poderá ser enredado na mentira de Satanás. Depois nega também a necessidade de existir um padrão absoluto de moralidade

A tônica do Zen-Budismo

de. Isso inevitavelmente conduz a humanidade para um relativismo anárquico total. Ademais rejeita a graça de Deus e a necessidade de o homem ter um Salvador, ao exaltar e divinizar o ser humano. Tal atitude certamente levará a humanidade à perdição, pois “o mundo jaz no maligno”. E não há dúvida de que o Zen-Budismo é um “caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminho de morte” (Pv. 14:12).

Em suma, além de não ter base bíblica, nem teológica, o Zen-Budismo é psicológica e socialmente pernicioso. Trata-se na realidade de um bom meio de se provocar um colapso nervoso. Hoje em dia, muitos ocidentais, cansados de sua religião e de sua filosofia, estão se interessando por ele e se tornando presa de seus ensinamentos lógicos. Se essa tendência não for revertida, as consequências serão desastrosas para a nossa cultura.

O Zen-Budismo é uma das seitas mais filosóficas e marcadamente orientais. Ele se adapta à mente ocidental, pois elimina decisivamente o sobrenatural, entretanto ensina o satori (iluminação), que é “a descoberta de nossa original união indissolúvel como universo”. A meta suprema da seita é a “libertação da vontade”, na qual, “tudo borbulha conjuntamente numa contínua inter-relação”. Quem quiser ser discípulo da seita tem que permitir que seu ego se desligue de tudo, até que afinal, “o seu verdadeiro ser

passe a flutuar calmamente acima do mundo caótico” à semelhança de uma bolinha de pingue-pongue ricocheteando sobre as turbulentas corredeiras da vida. Porém, o fato é que a negação de realidades tais como a privação, a fome, doença, morte e a constante ameaça de uma guerra nuclear, chega a ser um crime. Em nossa opinião, o Zen-Budismo é o sistema filosófico mais egoísta, mais egocêntrico que a alma humana decaída pode abraçar. Ele nega os dois princípios básicos sobre os quais se apoia a realidade espiritual: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento... Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37,39.).

Para o adepto do Zen, o amor a si mesmo vem sempre em primeiro e último lugar. Essa é a tônica da seita, libertar o indivíduo de sua responsabilidade espiritual e substituir a conversão por uma iluminação intelectual, e a paz com Deus por desinteresse para com o próximo. Historicamente o Budismo não produziu nada, a não ser as indescritíveis condições em que vivem seus adeptos. Em quase todas as religiões do mundo onde ele predomina, em qualquer uma de suas formas, prevalecem as doenças, fome e corrupção moral e espiritual. Os povos orientais são escravos de suas religiões. E uma das piores é o Budismo, com seu egocentrismo, seu conceito de vida e responsabilidade social inerentemente egoísta. Aqueles que consideram o Zen como uma forma superior de filosofia religiosa precisam examinar bem sua história e os frutos que ele produz, pois “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20).

 

 

RAHNEESHIM

HARE KRISHNA

E MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL

 

 

Nos últimos quinze anos, presenciamos um fantástico desenvolvimento de seitas religiosas da new age (nova era), ligadas ao ocultismo, cujas raízes estão plantadas no pensamento clássico hinduísta. Existem hoje virtualmente centenas de seitas, pequenas ou grandes, que adotam idéias e práticas orientais. No breve sumário que apresentaremos em seguida, vamos examinar as raízes hinduístas dessas seitas e analisar de forma sucinta três das mais conhecidas dessas crenças importadas: o Rahneeshimo, a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON ou Hare Krishna) e a Meditação Transcendental. Daremos então a seguir um breve histórico do Hinduismo e um estudo introdutório dessas três seitas, com um resumo doutrinário delas.

O Hinduísmo

O Hinduísmo hoje não é mais o mesmo de cinco mil anos atrás. Em todos esses séculos de história religiosa da Índia, essa religião se modificou muito. Ela procura ser uma síntese das diversas ideias e correntes religiosas em circulação no país, representadas por centenas de grupos culturais, sociais e tribais distintos. O termo hindu não é originário da Índia. É o nome persa dado ao rio Indo. Os escritos sagrados do Hinduísmo foram compilados durante centenas de anos, iniciando-se com a transcrição da tradição oral, por volta da segunda metade do segundo milênio antes de Cristo. Esses escritos são conhecidos como Vedas (“sabedoria” ou “conhecimento”). A parte final dos Vedas constitui os Upanixades, uma síntese dos

ensinamentos védicos. Entre as teses apresentadas pelos Upanixades estão o panteísmo, a punição pelo karma e a reencarnação.

As centenas de seitas hindus podem ser divididas em três grupos básicos. Primeiro, há os monistas abstratos que acentuam a unidade filosófica do universo, em vez de ideias teístas e religiosas. Em segundo lugar, temos os vishnuítas, que adoram de maneiras as mais variadas o deus Vishnu (em suas diversas manifestações), considerando- o a suprema forma de divindade. O terceiro grupo é o dos shivaítas, que adoram o deus Shiva, considerado por eles como a mais elevada manifestação divina. A meditação Transcendental, com sua ênfase na concentração filosófica, situa-se no grupo monista. Os Hare Krishnas creem que o Deus supremo é Krishna, também conhecido como Vishnu. Portanto identificam-se com o grupo vishnuíta. Os seguidores de Rajneesh diferem dos dois pelo fato de serem filosoficamente agnósticos, mas na prática são hinduístas. Eles não têm o menor acanhamento em modificar o hinduísmo para adaptá-lo às suas interpretações pessoais, principalmente na área da moralidade.

Crenças Hindus

1. Sobre Deus. O Hinduísmo não comporta apenas uma idéia acerca de Deus. Seus conceitos de divindade podem abranger: monismo (tudo que existe é feito de uma só substância); panteísmo (Deus está na criação como a alma está no corpo); animismo (Deus ou deuses vivem em objetos, como pedras, árvores, animais etc); politeísmo (existem muitos deuses); henoteísmo (existem muitos deuses, mas adoramos apenas um) e monoteísmo (existe apenas um Deus).

2. Karma e Samsara. Uma idéia fundamental na crença hinduísta é a de que todas as almas são eternas e responsáveis pelos atos que praticam. O Karma é o débito que pesa sobre nós devido aos pecados que cometemos e que precisam ser expiados (por meio dos vários sistemas hindus), para que o indivíduo possa libertar-se do samsara ou reencarnação (a alma habita sucessivamente diversos corpos humanos) ou transmigração (a alma habita sucessivos corpos: humanos, de animais ou mesmo plantas e objetos inanimados).

3. Salvação. Os três principais caminhos para a “salvação” no Hinduísmo são: karma marga (método), o caminho da ação altruística; bhakti marga, o caminho da devoção; e jnana marga, o caminho do conhecimento ou da revelação mística. Pela jnana marga, o indivíduo alcança a auto-realização através de uma consciência intuitiva e iluminação mística. Na bhakti marga, atinge-se a auto-realização através de 

sacrifícios e disciplina ritualística. Rajneeshismo (Bhagwan Shree Rajneesh) Rajneesh Chandra Mohan nasceu a 11 de dezembro de 1931 numa vila do interior da Índia, sendo o mais velho de sete filhos e cinco filhas. Uma nuvem que obscureceu sua infância foi o fato de que seu pai, um comerciante malsucedido estava sempre ausente de casa, em viagem. Então, para Rajneesh, a “figura paterna” foi preenchida por seu avô, de quem ele gostava imensamente. Mas o avô faleceu quando ele tinha apenas sete anos, o que foi uma experiência fortemente traumática para ele. A partir de então ele se sentiu estranhamente atraído pela idéia da morte. Em seu diário de 1979 (que foi levado a público) há a informação de que ele acompanhava enterros como outras crianças correm atrás de um circo.

Rajneesh prosseguiu os estudos e em 1957 concluiu o seu mestrado em filosofia. Entre 1957 e 1966, lecionou filosofia em duas universidades. Em 1966 pediu demissão de seu cargo de professor, como explica ele, para dedicar-se a realizar a vontade de Deus. Sentia-se chamado a trabalhar pela regeneração espiritual da humanidade, para que ela possa sobreviver ao holocausto que segundo ele deverá ocorrer futuramente. Nessa ocasião tornou-se ‘mestre’, adotando o título de Acharya Rajneesh. Percorreu vários estados da Índia, a pé ou montado num jumento com o objetivo de ensinar ao povo que todos deveriam mudar de vida e dar meia volta, se quisessem sobreviver. Mas não obteve muito sucesso nessa missão. Em 1970 encontrava-se pobre e cansado, mas pelo menos descobrira que possuía carisma e poder. Instalando-se em Bombaim (índia), resolveu formar um grupo de seguidores aos quais pudesse transmitir sua mensagem.

O número de discípulos foi aumentando, chegando ao ponto de seu apartamento não ser mais suficiente para acomodá-los. Em 1974, mudou-se para Poona, que fica cerca de 190 quilômetros ao sul de Bombaim. Alugou várias casas e fundou ali o seu ashram (comunidade religiosa ou mosteiro). Mudou seu título de Acharya para Bhagwan (que significa “deus”), determinou que seus discípulos usassem túnicas alaranjadas e colares de conta de madeira. No início de 1978, já calvo e de barba, mas sempre fotogênico, ganhou destaque nos meios de comunicação dos Estados Unidos. O grande interesse despertado por Rajneesh originou-se, em parte, do emprego da “tantra ioga” (que entre outras coisas adota o nudismo e a liberação sexual), bem como do fato de utilizar uma grande variedade de terapias e técnicas “psicoespirituais” muito populares.

No final da década de 70 e início de 80, ele foi sendo cada vez mais aclamado pelo movimento Nova Era da América, Inglaterra, Alemanha e de quase todos os países industrializados do mundo livre.

Os ensinamentos da seita

Um breve estudo dos ensinos de Rajneesh logo revela claramente que o “rajneeshismo”, em todos os seus aspectos, é contrário à fé cristã. Vejamos alguns trechos de seus discursos:

− “Por que ser cristão, se você pode ser um Cristo?”.

− “Permita que eu seja a sua morte e ressurreição”.

− “Ninguém é pecador. Mesmo aquele que está vivendo o momento mais negro de sua vida ainda é divino. Ninguém pode perder essa divindade. Eu afirmo, não há necessidade de salvação; ela já está dentro de nós”.

− “...a desobediência não é pecado, é um aspecto de crescimento”.

− “Deus não é nem ele nem ela... se alguém disser que ele é mulher, direi que é homem; se disser que é homem, direi que é mulher... seja qual for a sua crença, eu a anularei” (grifo nosso).

− “Se Jesus tivesse tido um pouco de inteligência e ponderação não teria ido para Jerusalém, para morrer na cruz. Mas assim também não haveria necessidade dEle declarar que era o Messias e Filho de Deus... Esse messias é essencialmente louco”.

− “Ele cria piamente que sua crucificação demonstraria que estava certo. É por isso que acho que ele abrigava interiormente uma tendência suicida. Se

20 Seitas e Heresias há alguém que é responsável pela sua crucificação é ele mesmo. Foi bem merecida. E não há documentação judaica daquela época que comprove a ressurreição; só o Novo Testamento afirma isso. É uma narrativa fictícia. “Ele não ressuscitou”.

− “O argumento do diabo para Eva foi de que Deus quer que sejamos ignorantes... Ele tem ciúmes. E isso não faz sentido, pois o Deus dos judeus é muito ciumento. Não quer que eles se tornem iguais a ele. Essa

não é a atitude de um pai amoroso... não é pecado ter o conhecimento. Eu os aconselho a comerem da árvore do conhecimento”. Todo aquele que leva o ensino bíblico a sério logo vê, pelas citações acima, qual é o verdadeiro espírito que inspira e impulsiona Rajneesh e sua “religião” (Mt 24:2,4,5, 23, 24; 7:15; I Tm 4:1-6). Parece bem claro que é o mesmo poder espiritual que falou no jardim do Éden por intermédio da serpente e que fala agora abertamente por meio de Rajneesh. Evidentemente ele está totalmente dominado por esse espírito.

Hare Krishnas (ISKON)

Uma das principais seitas hinduístas é o Hare Krishna, uma divisão moderna do hinduísmo vishnu, que é um desdobramento dos ensinos de um homem chamado Chaitanya, que viveu no século XX. Ele institui o culto ao deus Vishnu, opondo-se ao culto da divindade local, Shiva. Ele ensinava que Krishna era a principal divindade.

O Hare Krishna propriamente dito teve início em Nova Iorque, na década de 60, fundada pelo iogue vishnu, Sua Divina Graça Abbhay Charan de Bhaktivedanta Swami Prabhupada, nascido em Calcutá, Índia, em 1896. Os seguidores da seita, chamados de Hare Krishnas, são muito conhecidos na América pela sua prática de levantar fundos pedindo esmolas pelas ruas e cantarem em público o sankirtana, seu cântico religioso.

As Crenças dos Hare Krishnas

1. Sobre Deus. Embora grande parte dos livros sagrados hinduístas seja panteísta (a crença de que tudo que existe é parte de Deus), há porções deles, principalmente do Bhagavad-Gita, que são manifestações basicamente monoteístas do Hinduísmo. Por ser uma síntese das crenças e do pensamento indiano, o Hinduísmo contém em sua vasta tradição escrita grande variedade de idéias acerca de Deus, embora elas sejam contraditórias entre si. Como o Bhagavad-Gita, que sugere uma forma de monoteísmo, é a mais sagrada escritura dos Hare Krishnas, podemos concluir que eles têm uma fé basicamente monoteísta, sendo Krishna, para eles, a principal divindade. Qualquer encarnação do deus único é uma encarnação de Krishna.

2. Sobre Cristo. Para os Hare Krishnas, Jesus Cristo é Filho de Krishna, mas não se acha numa posição superior impossível de ser atingida pelo homem. Para eles, então, Jesus Cristo não é o Filho de Deus, uma pessoa singular, Deus manifesto na carne – nem é tampouco uma encarnação de Krishna.

3. Sobre a Salvação. Para os hare krishnas alcança-se a salvação removendo-se o carma, o débito que todos temos. Consegue-se isso pela devoção a Krishna e pela prática de boas obras nas diversas encarnações. “Todos os praticantes da fé que conhecem o significado de sacrifício, purificam-se da reação pecaminosa e, tendo saboreado o néctar dos restos de tal sacrifício, vão para a suprema atmosfera eterna”. Dizem também os hare krishnas: “Aqueles que dançam batendo palmas perante a divindade em demonstrações de êxtase, desses vão saindo todos os pássaros das práticas pecaminosas, que voam para o alto”.

Meditação Transcendental

É uma ioga ou prática espiritual, introduzida no Ocidente pelo seu criador, o iogue Maharishi Mahesh, que a apresentou como uma filosofia ou exercício religioso. Encontrando certo ceticismo por parte dos ocidentais, menos místicos que os orientais, Maharishi fez uma reformulação de seu programa. Na década de 70, passou a apresentá-la e a divulgá-la como um exercício psicológico, com bases científicas, cujos objetivos eram aliviar o stress, produzir paz interior – portanto com efeitos positivos para a sociedade – e capacitar o seu praticante a participar da projeção astral (experiência em que a alma sai do corpo) e da levitação. Até hoje a Meditação Transcendental é divulgada com essa fachada de prática não religiosa, e a maioria dos ocidentais desconhece sua verdade natureza e suas teses.

Crenças da Meditação Transcendental

1. Sobre Deus. A Meditação Transcendental baseia-se nos escritos sagrados do Hinduísmo que oferecem uma visão panteística de Deus. Portanto, o deus da seita é panteístico, e o objetivo do fiel é integrar-se plenamente à unidade divina. É claro que tal posição anula a doutrina de um Deus singular, com personalidade distinta.

2. Sobre Jesus Cristo. A Meditação Transcendental ignora quase totalmente a pessoa de Jesus Cristo, mas Maharish ensina que qualquer um pode tornar-se um iluminado como Jesus, se adotar as técnicas da Meditação Transcendental. Pelo modo como ele desconhece Jesus e por sua visão do mundo, podemos deduzir que ele não o vê como o único Filho de Deus, manifesto em carne.

3. Salvação. Nesta seita, atinge-se a salvação quando se tem consciência de estar em união com a Inteligência Criadora. “A solução para todos os problemas é o fato de que não há problemas. Assim que alguém reconhece essa verdade, não tem mais problemas”. Para se chegar a esse ponto, é preciso praticar a meditação da seita: “...pela Meditação Transcendental podemos obter a união, e por meio dela, destruir uma imensa montanha de pecados, de quilômetros e quilômetros de extensão. Não existe outra saída”. O termo salvação talvez nem seja adequado aqui, “ já que ninguém é de fato pecador, estando apenas esquecido de sua unidade com a divindade”. Em conclusão, lembramos que o Hinduísmo, com suas facetas variadas e suas contradições, não tem afinidade alguma com o Cristianismo. Eles negam a Trindade bíblica, a divindade de Cristo e as doutrinas da expiação, do pecado e da salvação pela graça através do sacrifico de Cristo. Trocam a ressurreição pela reencarnação e a graça e a fé por obras humanas. Portanto, é impossível obter-se a paz com Deus por meio do Hinduísmo ou de qualquer uma de suas seitas. Não é olhando para dentro de si mesmo que o homem obtém a paz com Deus, mas olhando para aquele sobre quem Moisés e os profetas escreveram: Jesus de Nazaré, o Filho e o Cristo de Deus.

SEICHO-NO-IÊ

O movimento Seicho-no-iê é uma mistura de Xintoísmo (antiga religião do Japão), Budismo e Cristianismo. Foi fundado pelos idos de 1930, por Masaharu Taniguchi, nascido em Kobe, Japão. Em 1932, Taniguchi, o fundador do movimento, publicou o livro A Verdade da Vida, obra que contém a filosofia Seicho-no-iê. Em 1963, começou o movimento em diversos países, inclusive no Brasil, adotando o nome de Igreja Seicho-no-iê no Brasil. Tendo São Paulo como o seu principal centro, esta seita falsa já alcançou quase todos os estados da federação, tendo como adeptos principalmente aqueles que buscam a cura física. Esse movimento afirma ser a harmonia de todas as coisas do universo e o congraçamento de todas as religiões. Ensina, inclusive, que Cristo, na Judéia, Buda na Índia, e o Xintoísmo no Japão, são manifestações de Amenominakanuschi, o Deus absoluto, e que todas as religiões têm como fundamento a verdade de que todos os seres humanos são irmão, filhos do mesmo Deus. Proclama também aos quatro ventos que a sua missão é transmitir ao mundo parte dos ensinamentos de Cristo e de Buda, que ainda não foram suficientemente revelados.

As crenças do movimento Seicho-no-iê

Além de possuir uma crendice com base na compensação material, como saúde, dinheiro e bem-estar, possui um sistema doutrinário que o identifica muito bem com outras seitas.

1. Sobre Deus. “Amenominakanuschi, é o Deus absoluto. Não importa os nomes que tenha nas diversas religiões, já que todas elas e todos os deuses levam o homem a ele”.

2. Sobre a salvação. “Ser verdadeiramente salvo é compreender porque a doença se cura; porque é possível ter uma vida financeira confortável e porque se pode estabelecer harmonia no lar”.

3. Sobre o céu. “O homem pode viver um ‘reino do céu’ desde que compreenda que não existem doenças, males, dores etc”.

4. Sobre o pecado. “O pecado é como a doença, os males e a morte, não passando de meras ilusões. Não existe, pois, Deus não o criou’.

 

EXERCÍCIO 1

 

1. ____ Não há no Zen Budismo livros sagrados ou assertivas dogmáticas.

2. ____ Na seita Zen a pessoa é responsável tanto por sua liberdade quanto por sua escravidão.

3. ____ O Zen descarta a doutrina de um Deus Criador.

4. ____ Uma idéia fundamental no Hinduísmo é a de que todas as almas são eternas.

5. ____ “Por que ser cristão, se você pode ser um Cristo” – ensinamento do Rajneeshismo.

6. ____ Para os Hare Krishnas, Jesus Cristo é o Filho de Krishna.

7. ____ “A solução para todos os problemas é o fato de que não há problemas” – ensinamento da Meditação Transcendental.

8. ____ “O pecado não existe” – ensinamento da Sheicho-no-iê

 

 

 

Fraternidade Rosacruz

Igreja da Unificação

Cientologia

Racionalismo Cristão

 

FRATERNIDADE ROSACRUZ

O Rosacrucianismo é um conjunto de seitas de forte inclinação mística. Possui um minucioso conjunto de doutrinas que contém traços de várias fontes, o que o torna de difícil compreensão, sendo assim praticamente impossível analisá-lo. O sistema teológico rosacruciano não somente é eclético, com sua mistura de mitologia pagã, Cristianismo e Judaísmo, com rudimentos do Hinduísmo e Budismo, mas é também um sistema de pensamento que procura sintetizar as verdades básicas de todas as religiões, incorporando-as à sua linha principal. Consideraremos neste estudo, a Fraternidade Rosacruz, embora muito do que será estudado aqui se aplica igualmente aos outros grupos rosacruzes.

Resumo Histórico

O fundador do Rosacrucianismo teria sido Christianus Rosenkreutz (1378-1484), um filósofo alemão que fazia firme oposição à igreja católica e alegava ser ele o revelador dos mistérios da rosacruz. Desde o início, a seita deu ênfase ao ocultismo e à religião mística do Cristianismo com as outras religiões do mundo. Um século depois de sua fundação, o Rosacrucianismo passou por uma fase de grande crescimento, com o apoio da maçonaria, que não apenas o considerava genuíno, mas ainda adotou alguns usos e costumes citados nos escritos daqueles que haviam satirizado a sociedade. Numa época em que o mundo estava tentando entender o sentido dos cometas, da alquimia e do ocultismo oriental, o pensamento rosacruciano passou a ser uma interessante alternativa para quem rejeitasse a ortodoxia cristã.

Existem hoje mais de quinhentos grupos rosacruzes espalhados pelo mundo, dos quais o maior é a AMORC. A AMORC foi fundada em 1907 pelo engenheiro alemão Carl Louis Von Grasshof (1865-1919) – mais conhecido pelo pseudônimo Max Heindel.

A Fraternidade Rosacruz preservou muitas das crenças da Sociedade Teosófica (da qual Hendel fazia parte), e alguns aspectos de seu vocabulário mostram grande semelhança com o glossário da teosofia, compartilhando o conceito de que o homem passa por várias encarnações, expiando em cada uma os pecados da existência anterior.

Nesta nossa era de ecumenização, os rosacruzes dão grande ênfase à chamada “fraternidade universal”. O grupo identificado pela sigla AMORC nega que seja uma religião ou igreja. Apresenta-se como uma fraternidade ou uma organização que está procurando ajudar a humanidade a tomar as rédeas de seu destino.

A doutrina da Fraternidade Rosacruz

Nas publicações da seita encontra-se significativos fragmentos de simbolismo, antropologia, transmigração e até espiritismo. Sua doutrina ensina que há sete mundos, com sete divisões, cujo nível superior é dirigido por um “espírito universal”. Nesta lógica, toda a natureza, toda a criação acha-se unificada, estando em relação direta com a cruz, que representa o símbolo do desenvolvimento evolutivo do homem – seu passado, presente e futuro; não tem sentido como símbolo do preço que Deus pagou para redimir os filhos dos homens (Ap 1:5). Embora seja um sinal importante para a seita, ela é vista de forma diferente, pois embora ocupe uma posição central nas suas crenças, aparece cercada de rosas. Cria-se assim o conceito de cruz rosada.

Acreditam também que o homem se desenvolve com base no místico número 7. Aos sete anos ele possui um corpo vital; aos quatorze, um corpo de desejo; e aos vinte e um a mente atinge sua plenitude, embora o chamado ‘corpo denso’ esteja presente desde o seu nascimento.

Caminhando pelo labirinto terminológico e doutrinário dessa seita, encontramos ainda os três céus, aos quais se pode chegar através do sofrimento, do silêncio e da meditação. Ensinam eles que o corpo físico ou denso está ligado ao espiritual por um cordão de prata. Por ocasião da morte, esse cordão se rompe,

libertando nossa natureza superior da física. A sua doutrina ainda envolve vários períodos (do sol, da lua, de saturno, etc.), os éteres, os corpos, e enfim numerosas hipóteses filosóficas. É impressionante o grande volume de dados que a seita conseguiu juntar para substituir as revelações bíblicas. A visão rosacruciana do mundo é panteísta (Deus é o conjunto de todos os seres), isto é, de algum modo, tudo que existe é parte ou expressão da essência ou natureza de Deus. Deus é tudo. Essa visão panteísta afeta todos os aspectos da crença.

A estrutura teológica do Rosacrucianismo

1. Sobre a Natureza de Deus. A Fraternidade Rosacruz afirma, e isto é amplamente conhecido, que Deus é um ser impessoal constituído de sete espíritos que se manifestam numa “divindade trina” com Pai, Filho e Espírito Santo. E para que não fique nenhuma dúvida, sobre isso, transcrevemos o que diz Heindel em um dos seus diversos livros: “...os sete espíritos que se acham diante do trono... são coletivamente deus e constituem a divindade trina... o Pai é o mais elevado iniciado na humanidade de Saturno... o Filho é o mais elevado iniciado na do Sol... o Espírito Santo (Jeová) é o mais elevado iniciado da Lua...” Nesse emaranhado semântico, a natureza de Deus, a Trindade santa ou o Deus trino da revelação bíblica, é apresentada de forma distorcida. Configura-se uma espécie de panteísmo oculto, que culmina com um ser espiritual impessoal, coletivamente designado como Deus. Para a Fraternidade, o Espírito Santo é Jeová, o terceiro aspecto da Divindade trina. Mas essas definições não têm sentido para o Cristianismo, pois a Bíblia afirma inequivocamente que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas divinas, todas coexistentes, com a mesma natureza e atributos, iguais e eternas.

2. Sobre a natureza e a obra de Jesus Cristo. Assim como a Fraternidade Rosacruz se opõe à doutrina cristã da Trindade, assim também rejeita a divindade de Cristo. Ela ensina que Jesus Cristo não era Jesus, nem o Filho unigênito de Deus. Para ela, ele foi apenas homem, o mais notável que existiu. O Cristo espiritual foi uma manifestação do Cristo cósmico, e o unigênito é “um ser exaltado que se acha acima de tudo o mais que há no universo a não ser no Poder que o criou”. Segundo a filosofia da Fraternidade “o espírito de Cristo, que entrou no corpo de Jesus quando o próprio Jesus o desocupou, era uma centelha do Cristo cósmico. Temos condições de apontar todas as encarnações anteriores de Jesus e acompanhar seu desenvolvimento até hoje”. Segundo o ensino da seita, Jesus Cristo, foi “um espírito que entrou na cadeia da evolução humana”. Essa tese nega a possibilidade de Deus estar encarnado na Pessoa do homem de Nazaré (I Jo 1: 1,14,18).

 Para eles, a missão do Senhor Jesus Cristo era manifestar-se ao mundo para auxiliar a humanidade no seu processo evolutivo. Jesus para eles se acha no nível da mais elevada manifestação: a iniciação do Filho. Assim como ocorreu com Buda e outros grandes líderes religiosos, ele foi revelado para facilitar a evolução humana. O soberano sobre todas as manifestações é o mais elevado

iniciado proveniente de Saturno. Esse é chamado de Pai. O Espírito Santo é conhecido como o mais alto iniciado da lua. Contudo nem o Espírito Santo nem o Filho têm atuação no sentido de operar uma expiação vicária ou regeneração espiritual que culminaria com a redenção do indivíduo. Isso ocorre pela reencarnação psíquica.

3. Sobre o destino da humanidade. O conceito da Fraternidade Rosacruz de humanidade também é antibíblico. Segundo o pensamento deles, o desenvolvimento do homem na terra teve vários estágios. Os negros, por exemplo, eram conhecidos como lemurianos, constituindo o terceiro desses estágios. Depois deles vieram a raça vermelha, a amarela e a branca. A raça branca era originalmente semítica, sendo a quinta das raças da Atlântida. Para a seita, o homem está-se evoluindo e chegará a ser divino. Aliás, na grande escala da evolução cósmica ele é uma espécie de ser divino, um semideus. Tendo essa visão da humanidade, eles podem de fato esforçar-se para criar uma fraternidade internacional, pois, segundo sua doutrina, a evolução cósmica e a lei da progressão apontam sempre para a frente e para o alto, culminando com a salvação de todos os homens. Com relação a isso, podemos lembrar as palavras do apóstolo Paulo que ofuscam a antropologia ocultista desses místicos. Diz ele: “O primeiro homem (foi)

“Adão” (I Co 15:45). Essa concisa palavra de Paulo derruba o conceito do aparecimento progressivo das raças, algumas das quais, segundo essa seita, seriam anteriores a Adão. Pela inspiração do Espírito Santo, o

Apóstolo afirma que houve só uma raça humana e que o progenitor dela foi Adão e que nele todos morremos (Rm 5:12; I Co 15:22) por causa do pecado e os rosacruzes não são exceção. Portanto, nem todos os amuletos ocultistas, nem os símbolos secretos, nem as cruzes cercadas de rosas, podem reconstituir o Adão esfacelado pelo pecado.

Para finalizar, é impossível conciliar o Cristianismo com a Fraternidade Rosacruz, pois o primeiro afirma que Jesus é a figura central de toda a história humana, é Deus, e a segunda coloca-o num panteão de divindades ou espíritos encarnados.

As Sagradas Escrituras ensinam que existe só um Deus (Dt 6:4; G1 3:20) e que conhecer a Ele e a Jesus Cristo, é possuir a vida eterna (Jo 17:3). A Fraternidade Rosacruz não o conhece não aceita seu sacrifício vicário pelos pecados (Is 53) e troca a ressurreição pela reencarnação. Ensina que o homem passa por diversas encarnações e várias esferas de perfeição progressiva, sempre como resultado da evolução cósmica.

A IGREJA DA UNIFICAÇÃO

A Igreja da Unificação, fundada e dirigida pelo coreano Reverendo Sym Myung Moon, representa um novo tipo de influência religiosa, bastante popular nos Estados Unidos, na atualidade. Dentre as principais características dessa seita encontram- se as seguintes: atrai principalmente jovens instruídos de classe média; utiliza inúmeros pseudônimos ou opera anonimamente, em particular quando faz aliciamento de adeptos; apresenta uma ocidentalização de idéias das religiões orientas; distorce as Escrituras para tentar convencer aqueles que se lhe opõem que sua linha de pensamento oriental é compatível com o Cristianismo bíblico, afirmando ser o cumprimento dele. Nesta breve análise da doutrina e prática da Igreja da Unificação focalizaremos alguns dos ensinos pelos quais ela pode ser classificada como seita não cristã em ambos os aspectos.

História

Tong Myung Moon (dragão brilhante) nasceu num lar cristão a 6 de janeiro de 1920, em Pyngan Buk-do, na região que hoje é a Coréia do Norte. Existem evidências de que ainda jovem ele se envolveu com práticas espíritas. Ele próprio narra que aos 16 anos teve uma visão na qual Jesus Cristo lhe apareceu pessoalmente, e lhe disse que o mundo seria transformado por intermédio dele, Moon. Contudo seus estranhos ensinos e práticas doutrinárias, bem como sua singular posição de líder e autoridade espiritual, só se cristalizaram na década de 1940. O jovem Moon continuou a ler e interpretar a Bíblia sozinho. Depois foi estudar no Japão, completando a estruturação de seu sistema religioso em 1945. O livro oficial da igreja, Divine Principle (Princípio Divino), contém a mais completa apresentação de seu sistema doutrinário. Após a Segunda Grande Guerra de volta à Coréia do Norte, Moon esteve associado com um grupo de pentecostais dissidentes que adotavam algumas estranhas crenças.

Ainda em 1945, ele recebeu a revelação que deu origem à Igreja da Unificação. Nessa experiência visionária foi declarado que ele seria aquele por meio de quem o mundo seria salvo. Para que seu nome se tornasse um símbolo de seu domínio espiritual, em 1946 ele modificou-o para Sun Myung Moon (sol e lua brilhantes). Nos três anos seguintes, ele esteve preso duas vezes pelas autoridades comunistas. Depois de

solto, Moon mudou-se para Pusan, na Coréia do Sul. Em 1954, em Seul, fundou sua igreja. A nova igreja recebeu o nome de Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial, e desde o seu início tem provocado muita controvérsia. Entretanto, a influência de Moon (e de sua igreja) cresceu bastante na Coréia do Sul, devido em grande parte às suas atividades seculares. Suas ideologias fortemente anticomunistas lhe valeram o apoio do governo.

A Doutrina da Unificação

1. Sobre Deus: “A positividade e negatividade básicas de Deus são os atributos essenciais de seu caráter e forma... Chamamos de positividade e negatividade divinas a sua masculinidade e feminilidade, respectivamente. Ou Deus projetou a plenitude de seu valor no objeto criado, ou então não criou nada... Portanto o homem é a forma visível de Deus, e Deus a forma invisível do homem. O sujeito e o objeto, em essência, são um só. Deus e o homem são um. O homem é a encarnação de Deus”. A doutrina de Deus ensinada pela Igreja da Unificação apresenta traços do Mormonismo e do Espiritismo, mesclados com a sempre presente ênfase psico sexual de Moon.

 A Bíblia ensina claramente que o homem, longe de ser a “encarnação de Deus”, é criatura dele, tendo sido criado “menor que os anjos”, e ainda mais: transgride as leis estabelecidas por Deus.

2. Sobre Jesus Cristo: “O Principle não nega a atitude de fé adotada por muitos cristãos que afirmam que Jesus é Deus, já que é fato também que (qualquer) um homem aperfeiçoado constitui um corpo com Deus. Precisamos entender que isso não significa que Jesus era o próprio Deus. Aqui na terra, ele era um homem como nós, a não ser pelo fato de que não possuía o pecado original”. Se Sun Myung Moon não tivesse escrito mais nada, essa citação seria suficiente para revelar que sua cristologia é essencialmente antibíblica. A Igreja da Unificação nega também que Jesus Cristo tenha ressuscitado corporeamente, e ensina que ele ressurgiu em espírito.

Mas essa tese é derrubada à luz do diálogo do Senhor com Tomé, registrado no capítulo 20 do Evangelho de João, e de seu aparecimento aos discípulos, quando apresentou seu corpo como prova tangível de sua ressurreição (Lc 24:36-39). Para se demonstrar a um “moonie” o erro grosseiro que o Rev. Moon comete nessa questão tão básica da doutrina cristã, basta citar passagens como João 2:19-22 e 20:28.

3. Sobre a Salvação: “Precisamos compreender que, pela crucificação, Deus e Jesus perderam tudo... No momento da crucificação, não havia nada ali, nada, nem a nação de Israel, nem a fé judaica, nem os discípulos, nem a família, nada, nada, nem o Cristianismo. Não houve redenção, nem salvação. E também não ocorreu ali o início do Cristianismo. Então, na cruz, não foi efetuada a salvação”. É desnecessário fazer maiores comentários sobre a doutrina da salvação aceita por Moon, já que a verdade da cruz anula tudo que ele ensina. Segundo a Igreja da Unificação, a salvação não é obtida pela graça, por meio do perfeito sacrifício do Senhor Jesus, mas tem de ser completada através de obras humanas, bem como dos ensinos, revelações e exigências do Rev. Moon.

A advertência que o Senhor Jesus nos faz a respeito de falsos cristos e falsos profetas vêm bem a calhar com relação ao Rev. Moon, pois ele, sendo coreano, não pode se apresentar como o Messias, já que Cristo disse: “... a salvação vem dos Judeus” (Jo 4:22).

CIENTOLOGIA

A Cientologia é uma seita que se fundamenta em promessas deslumbrantes para atrair os fracos, solitários, confusos e aqueles que se achem emocional e mentalmente abalados. Dizem seus dirigentes que a crença pode “ajudar o homem a resolver o problema das adversidades e dificuldades da vida. Pela Cientologia, pode-se recuperar a esperança e a felicidade”, naturalmente em troca de dinheiro.

Histórico

O criador da Cientologia, Lafayette Ron Hubbasrd, nasceu em Nebraska, a 13 de março de 1911. Segundo publicações da seita, ele seria formado em engenharia civil, com especialização em física nuclear, pela Universidade George Washington. No entanto, os registros da escola revelam que ele cursou apenas dois anos. O que se sabe realmente é que ele conseguiu tornar-se um razoável escritor de ficção científica e de outros tipos de romances, na década de 30, embora sem grande sucesso. Até 1952, o movimento de Hubbard era conhecido como “Danética”. Nesse ano, ele o reorganizou, mudou-lhe o nome para Cientologia, apresentou-o como um sistema religioso e seus centros de instrução como sendo igrejas. Hoje

os “conselheiros” são chamados de “pastores”, e até já adotaram o uso do colarinho clerical. Durante muitos anos, a sede internacional da Cientologia esteve em Saint Hill, Inglaterra. De 1966 a 1975, o grupo teve uma sede flutuante, o barco Apollo de noventa metros de comprimento, onde Hubbard morava. Ele dirigia a organização protegido por uma verdadeira muralha de assessores e auxiliares imediatos. Entre 75 e 79, passou grande parte do tempo em reclusão num deserto (provavelmente na Califórnia). De março de 1980 para cá, ninguém, nem sua esposa, nem os cientologistas, dizem telo visto pessoalmente. Contudo, existem até membros do alto escalão da Cientologia que duvidam que ele esteja mesmo vivo.

Algumas Doutrinas da Cientologia

1. Sobre Deus: “Existem deuses que estão acima de todos os outros deuses, e deuses além dos deuses dos universos”.

2. Sobre Jesus Cristo: “Encontramos a cruz como símbolo em todo o universo, e a lenda de Cristo implantada nos pré-esclarecidos já há um milhão de anos. Pelas evidências, nem o senhor Buda nem Jesus Cristo eram T.O. (tetãs operadores, o mais alto nível da Cientologia). Estavam apenas um pouco acima dos esclarecidos”.

3. Sobre Pecado e Salvação: “É terrível e totalmente indigno dizer-se a uma pessoa que ela é pecadora e tem de arrepender-se. A salvação pessoal (é) ficar livre do ciclo contínuo de nascimento e morte (reencarnação)... A prática religiosa de todas as crenças é o caminho universal para se chegar à sabedoria, à compreensão e à salvação”.

4. Sobre o Castigo Eterno (Inferno): “O inferno não passa de um mito, de uma mentira hedionda, uma invenção cujo único objetivo é afligir os homens”. Outro ponto falho da Cientologia é seu total desinteresse pelo social. Se ela desistisse de suas pretensões de ser vista como uma religião, não teríamos razão para criticá-la. Mas ela se torna censurável por se apresentar como uma igreja e ao mesmo tempo negligenciar as responsabilidades que uma igreja tem em sua comunidade e para com a nação e o mundo.

A Cientologia não oferece nada à sociedade, a não ser um método claro e altamente questionável de psicoterapia, cujo objetivo é a busca do auto aprimoramento, autocontrole e felicidade-pessoal. Dessa forma, a porta da salvação fica fechada para quem não pode pagar o preço necessário. E não se diz nada acerca das condições dos pobres, enfermos, desabrigados, oprimidos... Assim como o apóstolo Paulo lastimava o legalismo que afastava os cristãos gálatas da salvação pela fé somente, assim também os evangélicos devem repudiar as falsas premissas dos cientologistas, que os afastam da graça de Deus em Cristo: a ingênua concepção de que a natureza humana não se acha maculada pelo mal, que o cérebro do homem pode ter perfeito discernimento e julgar corretamente os fatos, que o conhecimento perfeito automaticamente resulta em conduta correta, que não é necessário nos arrependermos de nossos pecados, nem precisamos da graça divina, e, acima de tudo, que Deus (a maioria deles crê na existência de Deus) é de todo irrelevante para a vida humana. (Joseph Hopkins – Cientologia, religião de extorsão).

RACIONALISMO CRISTÃO (CIÊNCIA CRISTÃ)

Foi organizada e fundada no ano de 1879. Mary Baker Eddy, sua fundadora, desde criança padecia de crises nervosas. Ainda jovem, tornou-se membro da Igreja Congregacional, sem, no entanto, haver experimentado conversão genuína. A sua vida matrimonial foi uma verdadeira desilusão do princípio ao fim. Ficou viúva do primeiro marido não muito depois do casamento. Teve de divorciar-se do segundo marido, vindo a contrair um novo casamento com um dos seus primeiros discípulos, de nome Asa Eddy, que também veio a morrer, anos depois. Em meio a todos esses problemas matrimoniais, e acometida de uma grave enfermidade, se deixou influenciar pelos ensinos de um curandeiro e hipnotizador popular

chamado Fineas Quimby, que negava a existência da matéria, do sofrimento, da enfermidade, do pecado e do mal.

As crenças do Racionalismo Cristão

1. “A Bíblia é a única autoridade”. Contudo sem os ensinos do racionalismo Cristão é impossível compreender a Bíblia; e todos estes ensinos foram divinamente inspirados.

2. “Deus é um princípio divino, um Ser supremo incorpóreo; que é mente, espírito, alma, vida, verdade e amor. Deus é toda substância, inteligência”.

3. “Nas palavras de São João: ‘Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja sempre convosco...’, este Consolador é a Ciência Divina... A Ciência Cristã é o Espírito Santo”.

4. “Jesus não é o Filho de Deus num sentido diferente daquele em que todo homem é filho de Deus. Jesus é o ser humano, e Cristo, a idéia humana. A virgem-mãe concebeu essa idéia de Deus e deu a seu ideal o nome de Jesus”.

5. A eficácia da crucificação reside no fato de que ela demonstrou afeto e bondade práticos para com a humanidade. O sangue material de Jesus não era mais útil quando foi derramado na cruz do que quando corria pelas suas veias em vida. Veio a salvar os homens da crença de que eram pecadores. O homem já é perfeito”.

6. O que os evangélicos chamam de ressurreição de Cristo, era a demonstração da Ciência Divina, o triunfo da Verdade e do Amor imortal sobre o erro”.

7. “A segunda vinda de Cristo é o despertar de um sono enganoso para dar-seconta da verdade”.

8. “O diabo é o mal irreal da mente falsa e mortal” .

9. “A oração não é petição, mas simples afirmação. A oração dirigida a um Deus pessoal é um obstáculo e pode levar à tentação. Não se persuade a Deus a fazer mais do que já fez”.

10. “O homem foi, é e será sempre perfeito.... O homem é incapaz de pecar. Posto que o homem é a idéia da imagem de Deus, perfeito. É completamente bom, fora do alcance do mal”.

11. “Não existe inferno, nem juízo. Não existe um céu literal; este simplesmente existe em harmonia perfeita com a Mente Divina”. Os ensinos da Sra. Mary Baker, seguidos pelos seus discípulos, são antibíblicos e absurdos.

 

EXERCÍCIO 2

 

1. ____ A Fraternidade Rosacruz afirma que Deus é um ser impessoal constituído de sete espíritos.

2. ____ Para eles, a missão de Jesus era manifestar-se ao mundo para auxiliar a humanidade no seu processo evolutivo.

3. ____ Moon recebeu a revelação, em 1945, que deu origem à Igreja da Unificação.

4. ____ Moon em seus ensinamentos diz que pela crucificação, Deus e Jesus perderam tudo.

5. ____ A Cientologia ensina que “o inferno não passa de um mito”.

6. ____ A Cientologia tem total desinteresse pelo social.

7. ____ O Racionalismo Cristão acredita que “o homem foi, é e será sempre perfeito”.

8. ____ Acredita também que o “o diabo é o mal irreal da mente falsa e mortal”.

 

Mormonismo

 e

Testemunhas de Jeová

 

MORMONISMO (OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS)

 

De acordo com o almanaque da Igreja Mórmon, seus primeiros membros no Brasil foram os imigrantes alemães Augusta Kuhlmann Lippelt e seus quatro filhos, que chegaram ao Brasil em 1923. O marido, Roberto, foi batizado vários anos mais tarde. Entretanto, os primeiros missionários no Brasil foram os “élderes” William F. Heinz e Emil A. J.l Schindler, acompanhados por Rheinold Stoof, presidente da Missão

Sul Americana em Buenos Aires, Argentina, que em 1928, começou o proselitismo entre as pessoas de língua alemã.

A história dos mórmons é marcada pelo racismo, em conseqüência de sua doutrina igualmente racista. Segundo o historiador mórmon Dr. Lawrence J. Nielsen, durante anos a igreja evitou converter pessoas de ascendência africana, e os missionários desenvolveram vários métodos (até a prática de verificar alguns de fotografias) para detectar tal linhagem a fim de não batizar pessoas erradas. Desenvolveram também códigos secretos – sinais de mão – para se comunicar sem serem reconhecidos pelos negros.

Segundo o pesquisador mórmon Mark L. Grover, durante os anos 50 a missão brasileira estabeleceu oficialmente como seu alvo principal a “pureza racial de todos os novos convertidos”.

Perspectiva Histórica

As sementes daquela que mais tarde seria a religião mórmon achavam-se em germinação na mente de Joseph Smith Jr., o “profeta”, que em 1816 era conhecido do povo de Palmyra, Nova Iorque, simplesmente como Joe Smith.

Seu pai era um homem místico que passava grande parte de seu tempo a procurar imaginários tesouros escondidos. Além disso, algumas vezes tentou imprimir dinheiro falso, o que, pelo menos numa ocasião, levou-o a um confronto com a policia local. A mãe era dada a idéias religiosas extremadas, e cria nas superstições mais triviais.

O chamado do “profeta” teve início no ano de 1820, quando ele alegou ter recebido uma visão maravilhosa, na qual Deus Pai e Deus Filho se materializaram e conversaram com ele, num momento em que orava numa floresta próxima. Ele narra o acontecido com grande riqueza de detalhes em seu livro The Pearl of Great Price (A pérola de grande valor) (Joseph Smith – História 1.1-25). Aí ele revela que os dois personagens expressaram uma opinião bem negativa da igreja cristã, e por extensão do mundo inteiro, e lhe anunciaram que era preciso proceder-se à restauração do verdadeiro Cristianismo, e que ele, Joseph Smith Jr., fora escolhido para dar início à nova dispensação.

Mas foi só em 1823, ocasião em que o “anjo Moroni” apareceu ao lado de sua cama, provocando nele um forte tremor que Smith começou a falar das fabulosas “placas de ouro” que depois se tornariam o Livro de Mórmon. De acordo com o relato que ele fez dessa extraordinária revelação, que se acha registrada no livro Pérola de Grande Valor (Joseph Smith – História 2.29-54), o anjo Moroni, filho glorificado de um homem chamado Mórmon, cujo nome dá título ao livro, apareceu ao lado de sua cama, e por três vezes apresentou ao caçador de tesouros, que afirma ter ficado estupefato, o chamado para uma missão. Smith só escreveu isso alguns anos depois, mas nem o lapso de tempo justifica o sério erro que cometeu ao relatar a proclamação feita pelo anjo. A confusão existe principalmente nas primeiras edições do livro Pérola de Grande Valor, nos quais o nome do anjo mensageiro é Moroni. Contudo, nas últimas edições, com a mesma autoridade profética, Joseph diz que o mensageiro divino fora Nefi, um personagem totalmente diferente, que aparece no Livro de Mórmon.

Esse desastrado truncamento do sistema de comunicações divino foi corrigido depois por escritores mórmons mais cautelosos, que procuraram expurgar dos escritos de Smith, Young e outros autores anteriores todos os enganos sobre fatos e dados históricos que não pudessem ser explicados. Portanto,

nas edições mais recentes, as “revelações” acham-se bem harmonizadas, e identificam “Moroni” como sendo o indivíduo que lhe apareceu á meia-noite. Contudo, para os mais fiéis, aparentemente não faz muita diferença se foi Moroni ou Nefi quem lhe levou a mensagem. Enfim, Smith alega ter recebido em 1827 as placas de ouro, a partir das quais teria escrito o Livro de Mórmon. Pouco depois do histórico encontro das placas, que ele desenterrou no monte Cumorah, perto da cidade de Palmyra, Smith pôs-se a

“traduzir” os hieróglifos nela escritos no idioma “egípcio reformado”. Para isso, utilizou uma espécie de óculos miraculosos, chamados “Urim e Tumim”, que o prestimoso Moroni teve a previsão de fornecer ao incipiente profeta.

Na época em que Joseph estava fazendo a tradução das placas (1827-29), certo professor, um mestre-escola itinerante de nome Oliver Cowdery, fez-lhe uma visita. Ali Cowdery convenientemente se “converteu” à religião do profeta, e pouco depois tornou-se um dos “escribas” que redigiram o que Joseph afirmava ser o conteúdo das placas, apesar de nunca as terem visto. Com o passar do tempo, os dois se tornaram amigos íntimos. O trabalho de “tradução” e o seu zelo espiritual foi tão intenso que, a 15 de maio de 1829, os céus não puderam mais conter sua alegria. Assim, “João Batista” em pessoa foi enviado a toda pressa ao pequeno Estado da Pensilvânia por ordem de “Pedro, Tiago e João”, para conferir a Joseph e Oliver o “sacerdócio aarônico”.

Em seguida, deixando o Estado de Pensilvânia, pois agora se achava mais santificado e imortalizado pelo fato de “João Batista” haver procedido ali à iniciação de Joseph no sacerdócio aarônico, voltou ao Estado de Nova Iorque, dirigindo-se para a casa de Peter Whitmer, na cidade de Fayette. Permaneceu ali até terminar a “tradução” das placas e publicar e registrar o Livro de Mórmon, o que se deu em 1830. Daí em

diante houve um grande crescimento desta seita.

Em 1844, Joseph Smith e seu irmão Hyrum foram brutalmente assassinados, quando estavam presos pela destruição do jornal que os denunciavam pela prática de poligamia. Isto aconteceu em Nauvoo, Illinois. Com o assassinato de Joseph Smith, a grande maioria dos mórmons aceitou a liderança de Brigham Young, que então tinha quarenta e três anos de idade e já comandara o grupo anteriormente, quando os salvara

da ira dos cidadãos de Missouri.

Em 1846 ele anunciou que os “santos” iriam deixar Nauvoo. Em 1847, após uma penosa viagem pelas regiões desérticas do sudoeste americano. Young chegou com o primeiro grupo de mórmons no vale do grande Lago Salgado. Brigham Young dirigiu a Igreja Mórmon por mais de trinta anos, tendo herdado, por indicação divina o mando profético de seu antecessor, prática que é ainda hoje observada. Assim cada novo presidente da Igreja Mórmon alega ter a mesma autoridade que tiveram Joseph Smith e Brigham Young – uma sucessão profética infalível.

Smith deu à seita o seu empurrão inicial. Brigham Young deu-lhe o impulso necessário para que ela se firmasse como uma religião de fato. O próprio Young foi uma personalidade de múltiplas facetas e é impossível compreender plenamente a doutrina da seita sem ver a enorme influência que exerceu sobre ela o “profeta” Young com seus ensinos. A doutrina mórmon é uma aglutinação dos ensinos de Smith, Young e dos pronunciamentos dos presidentes que os sucederam. Portanto, não se pode entender o Mormonismo sem a pessoa de Young.

Brigham Young foi um homem de grande coragem, possuidor de uma mente muito atilada, mas também capaz de atos de crueldade que hoje, convenientemente, foram esquecidos pelos historiadores mórmons. Uma evidência de sua determinação de controlar todo o estado de Utah foi o fato de ter dado ordem para a chacina de mais de cem imigrantes que não eram mórmons. O incidente ficou conhecido como “o massacre do Monte Meadows”. Nessa ocasião, em 1857, por razões que apenas Young conhecia, ele mandou que o “bispo” John D. Lee destruísse uma caravana na qual estavam os imigrantes, praticamente

indefesos. O bispo obedeceu fielmente e vinte anos depois foi preso, julgado, condenado à pena de morte e executado pelo governo dos Estados Unidos, por esse crime, um ato cruel e autocrático.

O Mormonismo hoje está bem diferente do que era na época de seus fundadores, no que diz respeito a princípios e práticas. É verdade que continua fiel às doutrinas básicas, mas nos casos em que o ensino da seita entra em conflito com as leis da nação ou prejudica sua influência política, como na poligamia, por exemplo, os Santos dos Últimos Dias sabiamente preferem ignorar (ou “reinterpretar”, como dizem) as orientações dadas pelos dois profetas principais. A história dos mórmons é bastante vasta e complexa.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sobressai entre todas as seitas religiosas ativas dos Estados Unidos pelo fato de possuir a história mais interessante. Ela merece a atenção e o estudo de todos os que se interessam pelas religiões originadas no continente americano.

Eles dividem-se em dois grupos principais: a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cuja sede fica em Salt Lake City, em Utah, e a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com sede em Independence, Missouri.

Desde a sua fundação, a Igreja Mórmon tem-se caracterizado por grande zelo e prosperidade, bem como por um admirável espírito missionário. Antes mesmos da Segunda Grande Guerra, a igreja já possuía mais de dois mil missionários em vários países do mundo. Após a guerra, a seita aumentou grandemente sua divulgação em toda a parte e hoje tem mais de 44.500 “missionários” ativos. Um fato curioso é responsável por esse grande número de obreiros: a Igreja Mórmon tem o hábito de incentivar seus jovens mais promissores – os rapazes aos 19 anos, e moças, aos 21 – a dar dois anos de trabalho num campo missionário, com sustento próprio. Em alguns casos, são os próprios pais dos jovens que os sustentam durante esse trabalho. É interessante observar que, aproximadamente a cada duas semanas, cerca de setenta a noventa jovens ingressam nesse tipo de atividade missionária.

Pelo que ensina a seita, o mórmon deve sempre manter seu corpo no melhor estado de saúde possível e os adeptos são aconselhados a não fazer uso de fumo e bebidas alcoólicas e até a evitar café, chá e outras bebidas que contêm cafeína, como a Coca- Cola. A igreja dá forte ênfase ao ensino sobre o dízimo, estabelecido no Velho Testamento e exige que todos os seus membros o pratiquem.

Difundida como é por um povo decidido, zeloso e de mentalidade missionária, que pratica uma religião de “boas obras” e vida pura, a seita mórmon aplica todos os anos milhões de dólares na divulgação dos ensinos de seus principais profetas, Joseph Smith e Brigham Young. Ao mesmo tempo, procura converter toda e qualquer pessoa que queira dar-lhe ouvidos,independente de filiação a outra seita ou religião. Além da arrecadação regular proveniente dos dízimos, a igreja incentiva também outro tipo de contribuição que chama de “ofertas de jejuns”. Essa prática incomum consiste de jejuar- se no primeiro domingo de cada mês, e dar para a igreja o dinheiro que seria gasto nessa refeição, como uma contribuição voluntária para o sustento dos pobres.

O Mormonismo valoriza bastante a educação como prova o fato de que possuem cursos de “seminários” e “institutos” para alunos de nível médio ou de faculdade. Além disso, eles possuem mais de cinqüenta escolas fora dos Estados Unidos, sendo a maioria delas no México e em países do Pacífico Sul.

Outro aspecto desse grupo é que está sempre construindo templos e capelas. Os templos são dedicados especialmente à realização de cerimônias secretas como casamentos “celestiais”, selamentos, batismo pelos mortos e outras ordenanças em favor dos mortos. Esse templo em geral, linda construções de alto custo, com mobiliário caro, são vedados a “gentios”, nome com que designam todos os que não pertencem à seita.

Além de darem forte ênfase à educação, os mórmons também apreciam esportes, passatempos, teatro,

música, cursos de economia doméstica para noivas, danças e festivais de teatro. Eles possuem uma organização encarregada de cuidar dessas atividades, a Mutual, que já promoveu milhares de bailes e outras programações, com o objetivo de oferecer entretenimento para os jovens.

Os mórmons constituem um grupo de influência nos Estados Unidos. É bom saber que são eles o grupo religioso com maior número de membros no “Who’s Who” (Quem é Quem – listagem de personalidades importantes no país). O mesmo pode-se dizer das sociedades científicas honoríficas americanas. Muitos líderes da igreja mórmon têm sobressaído também em cargos governamentais. A seita está longe de ser uma organização de pouca influência. Pelo contrário; constitui uma grande força política e social que deve ser encarada com respeito, fato reconhecido pelas pessoas mais bem informadas.

Sua organização

A organização e administração geral da Igreja Mórmon é dirigida pelas “Autoridades Gerais”. A mais alta autoridade é a Primeira Presidência (ocupada hoje por Ezra Taft Benson e dois conselheiros). Eles têm a assessoria do “Quorum dos Doze Apóstolos”, do “Primeiro Quorum dos Setenta” e sua presidência, do Bispado Presidente e do Patriarca da igreja. Toda a autoridade entre os mórmons acha-se atribuída ao sacerdócio, do qual existem dois tipos: “aarônico” (ou menor) e “de Melquisedeque” (ou superior); quase todos os membros do sexo masculino acima de doze anos pertencem a uma dessas duas ordens. Administrativamente a igreja é dividida em territórios que consistem de “alas” e “estacas”. A ala consiste de um grupo de quinhentos a mil membros. Cada ala é presidida por um bispo e dois conselheiros.

A estaca é formada pelo agrupamento de diversas alas, sendo supervisionada por um presidente de estaca e dois conselheiros, auxiliados por doze sumo sacerdotes, que constituem o alto concílio da estaca. Em média, os membros da seita caracterizam-se por uma vida moral muito boa. De modo geral, são pessoas agradáveis, quase sempre hospitaleiras, extremamente dedicadas à família e aos ensinos da igreja. Infelizmente, porém, a maioria ignora as questionáveis origens de sua religião, tanto no que diz respeito à sua história quanto à sua doutrina. Quando descobrem que a formação dela nada tem de belo e nem de cristão, mostram-se sinceramente chocadas. Essa faceta pouco conhecida do Mormonismo é “um lado da moeda” que inúmero de seus historiadores procuram esconder dos membros, numa tentativa de omitir certos fatos negativos, que podem ser facilmente comprovados. São esses fatos que vamos recordar agora, com o objetivo de obter um retrato fiel da religião de Joseph Smith..

A História do Livro de Mórmon

O Livro de Mórmon narra a história de dois povos antigos que teriam vivido no continente americano. Segundo ele, a primeira dessas duas civilizações teria partido da Torre de Babel (pelo cálculo deles no ano 2.250 a.C.), dirigiram-se para a Europa e de lá emigraram para a costa leste da América Central. O segundo grupo teria saído de Jerusalém por volta do ano 600 a.C., antes da destruição da cidade e do cativeiro babilônico. De acordo com a narrativa mórmon, esse povo cruzou o Oceano Pacífico, indo desembarcar na costa oeste da América do Sul.

O Livro de Mórmon pretende ser uma narrativa condensada dos pontos mais importantes da história dessas civilizações. O autor do livro é um profeta chamado Mórmon. O livro é a “tradução do relato abreviado dos registros dessas civilizações”, e “contém um breve esboço da história do povo jaredita, a primeira civilização extraído de registros nele encontrados durante o período de existência da segunda”.

Os jareditas foram destruídos devido à sua “corrupção”. Foram castigados por sua apostasia, e a civilização deles foi totalmente aniquilada. O segundo grupo, que chegou à América por volta do ano 600 a.C., eram judeus justos, cujo líder era um homem chamado Nefi. Eventualmente esse grupo também teve sorte igual à dos jareditas; dividiu-se em dois grupos que guerreavam entre si: nefitas e iamanitas (índios). Devido a suas práticas pecaminosas os Iamanitas receberam uma maldição, a pele amorenada. Dizem os registros

mórmons que Cristo foi à América (EUA), revelou-se aos nefitas, pregou o evangelho para eles e instituiu o batismo e a ceia do Senhor. Infelizmente os nefitas não conseguiram resistir aos iamanitas. Foram derrotados e dizimados por eles, numa grande batalha travada perto do monte Cumorah em Palmyra, estado de Nova Iorque, aproximadamente no ano 385 de nossa era. Cerca de mil e quatrocentos anos depois, dizem os mórmons, Joseph Smith Jr. Desenterrou a condensação feita por Mórmon, escrita em hieróglifos da língua egípcia reformada, em placas de ouro. Utilizando o urim e o Tumim (óculos sobrenaturais) ele os traduziu para o inglês. E foi assim que surgiu o Livro de Mórmon, publicado em 1830, tendo estampado o nome de Joseph Smith Jr., como seu “autor e proprietário”.

Para evitar confusão, é preciso que se diga que foram revelados a Smith quatro tipos de placas de Nefi, as de Mórmon, as de Éter e as de Latão de Labão. As placas de Nefi continham principalmente a história secular, embora houvesse ainda as menores, que supostamente narravam eventos sagrados. O segundo grupo de placas continha um resumo das de Nefi, feito por Mórmon, acrescido de comentários dele, e algumas notas históricas adicionais escritas por seu filho Moroni. O terceiro conjunto continha o registro da história dos jareditas, também condensada por Moroni, que a ela acrescentou ainda seu comentário. Este grupo leva o nome de Livro de Éter.

O quarto grupo de placas teria vindo de Jerusalém, e conteria extratos dos nefitas. Nelas se encontravam principalmente citações das Escrituras Hebraicas bem como genealogias. Joseph Smith alega ter recebido as placas em 1827 da mão de Moroni, “um ser que ressuscitara”.

Evidências Científicas Contrárias ao Livro de Mórmon

Numa tentativa de justificar as afirmações do Livro de Mórmon e dar-lhes validade, a maior autoridade em Mormonismo, Joseph Smith Jr., o profeta mórmon , relatou um acontecimento que, se verdadeiro, constituiria evidência fortemente favorável a algumas das afirmações dos mórmons com relação à sua Bíblia. Felizmente, trata-se de um fato sobre o qual podemos apresentar inúmeras evidências contrárias.Pelo que afirma Joseph Smith, seu colega Martin Harris obteve do erudito pro fessor Charles Anion da Universidade de Columbia, uma confirmação da tradução dos caracteres hieroglíficos em “egípcio reformado”, encontrados nas placas que Moroni lhe havia dado. O problema dessa afirmação de Smith é que o professor Anthon nunca disse nada disso, o que, felizmente, ficou registrado numa longa carta que dirigiu ao Sr. E. D. Howe, um contemporâneo de Joseph Smith que efetuou uma extensa e exaustiva pesquisa acerca do profeta mórmon e das origens do Mormonismo.

Os mórmons nunca conseguiram refutar Howe e por isso o temem e detestam. Isso se aplica não apenas aos historiadores da seita, mas também a outros membros dela em nossos dias.

Assim que Howe ficou sabendo da afirmação de Smith com relação a Anthon, escreveu para ele, na Universidade de Colúmbia. A carta resposta do Prof. Anthon é bastante reveladora e destrói toda a veracidade das palavras de Smith e Harris. Além disso, podemos questionar também como o professor Anthon poderia ter dito que as letras que lhe foram mostradas por Martin Harris, copiadas por Joseph Smith, e apresentadas como parte do material extraído da revelação do Livro de Mórmon, eram caracteres

“egípcios, caldeus, assírios e arábicos”, quando o próprio Livro de Mórmon afirma que a escrita era em “egípcio reformado”, a língua falada pelos nefitas. E já que a língua do Livro de Mórmon não era falada por “nenhum outro povo”, como o professor Anthon poderia ter confirmado que a tradução feita por Smith estava correta? Até hoje ninguém achou o menor traço dessa língua que chamam de “egípcio reformado”. Todos os lingüistas reconhecidos que estudaram as provas apresentadas pelos mórmons as rejeitam,

dizendo que não passam de fábulas.

O Livro de Mórmon ainda afirma a existência de trinta e oito civilizações que foram realmente poderosas, e que, pelas leis da pesquisa arqueológica de povos antigos, deveriam ter deixado grande quantidade de  

resíduos que poderiam ser analisados. Mas isso não se deu.

O Instituto Smithsonian, de Washington, pronunciou-se acerca das alegações feitas no Livro de Mórmon: “O Instituto Smithsonian nunca utilizou o Livro de Mórmon como fonte de orientação científica. Os arqueólogos deste instituto não vêem nenhuma conexão entre a arqueologia do novo Mundo e a matéria de que trata o livro”. Obviamente os mórmons não podem ignorar uma informação de fonte científica tão conceituada. Fica claro que as cidades mencionadas no Livro de Mórmon são imaginárias, que neste continente nunca houve elefantes, e que os metais nele citados nunca foram encontrados nas regiões habitadas por civilizações contemporâneas. Não se trata aí de um teólogo tentando atacar a doutrina dos mórmons, mas sim, de reconhecidos especialistas em arqueologia refutando o Livro de Mórmon com base no fato de que seus relatos não se acham em harmonia com as descobertas científicas.

Os missionários mórmons não gostam muito de conversar sobre pontos doutrinários cujas provas em contrário são bem conhecidas. O fato é que as provas existem e provêm de fontes irrefutáveis. Eles alegam que a Bíblia profetizou o aparecimento do Livro de Mórmom. Este por sua vez interpreta as profecias do Antigo Testamento e afirma ser parte da Nova Aliança de Deus com Israel. Supostamente, ele é também “outra testemunha” de que o evangelho de Cristo é verdadeiro. Mais, infelizmente para os Mórmons, essa suposta testemunha acha-se em conflito direto com a revelação bíblica.

Por último, quem estuda o Mormonismo deve comparar o conteúdo do livro com o da Bíblia. E assim que o fizer verá que ele não fala de acordo com “a lei e o testemunho” (Is 8:20). Dessa forma, deve ser rejeitado como uma falsa revelação, duas vezes condenada por Deus (Gl 18:9). O autor dessa “revelação”, Joseph Smith, foi descrito na Bíblia (como o foi também o castigo que receberia), cerca de três mil e trezentos anos antes de nascer. Seria bom que os mórmons atentassem para a seguinte passagem: “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti, e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los , não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o senhor vosso deus de todo o vosso coração, e de toda a vossa alma. Andareis após o Senhor vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou

o senhor vosso Deus, para andardes nele. Assim eliminarás o mal do meio de ti. Se teu irmão, filho de tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu amor, ou teu amigo que amas como à tua alma, te incitar em segredo, dizendo: Vamos, e sirvamos a outros deuses, – que não conheceste, nem tu nem teus pais, dentre os deuses dos povos que estão em redor de ti, perto ou longe de ti, desde uma até a outra extremidade da terra, não concordarás com ele, nem o ouvirás; não o olharás com piedade, não o pouparás, nem o esconderás, mas certamente o matarás. A tua mão será a primeira contra ele, para o matar, e depois a mão de todo o povo. Apedreja-lo-ás até que morra, pois te procurou apartar do senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, ,da casa da servidão” (Dt 13:1-10).

Portanto, o Livro de Mórmon constitui uma desobediência à Palavra de Deus, pois fez acréscimos a ela e à única revelação de Deus. O castigo para esse tipo de erro é terrível e assustador (Ap. 22:18-20). Joseph Smith declarou guerra ao Cristianismo, quando atribuiu a Deus a afirmação de que todas as denominações cristãs estão “erradas”, que os seus credos são “uma abominação” e “que todos os cristãos são corruptos. Tendo religiosidade aparente, mas negam o meu poder” (Joseph Smith – History 1.19).

Segundo a Igreja Mórmon tem afirmado, que desde a sus fundação, que eles possuem algo que nenhuma outra igreja possui: os sacerdócios de Arão (que já foi citado anteriormente) e de Melquisedeque. Eles ensinam que Joseph e Oliver receberam o sacerdócio aarônico das mãos de João Batista em 15 de maio de 1829, e que “o sacerdócio de Melquisedeque foi conferido a eles, por ministração de Pedro, Tiago e João,

depois de terem recebido o aarônico”. Eles afirmam que o sacerdócio de Melquisedeque sendo superior detém a mais alta autoridade do sacerdócio e as chaves do reino de deus em todas as eras do mundo, até a prosperidade final da terra. E também é o canal pelo qual são revelados dos céus todo conhecimento, doutrina, o plano da salvação e todas as questões importantes. Todas essas alegações são refutadas pela Bíblia.

Podemos tranqüilamente deixar o julgamento da “Bíblia” mórmon a cargo da História, e a doutrina deles ao pronunciamento da imutável Palavra de Deus. Mas temos de expor a verdade com relação a essas coisas e ter sempre em mente que, apesar de os mórmons serem sinceros, isso não deve impedir-nos de emitir críticas justas à fé deles e à base dela, o Livro de Mórmon, e às “revelações” de Joseph Smith. A verdade deve ser dita em amor, mas deve ser dita.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E A SOCIEDADE TORRE DE VIGIA

De acordo com o Anuário das Testemunhas de Jeová de 1974, os ensinos da Torre de Vigia chegaram ao Brasil depois de contatos de alguns marinheiros brasileiros com as Testemunhas de Jeová em Nova Iorque, Estados Unidos, por volta de 1920. Em março de 1922, a Sociedade enviou seu primeiro representante ao Brasil, marcando nesta mesma ocasião a primeira reunião pública no auditório do Automóvel Clube do Brasil, no Rio de Janeiro.

A primeira revista em português, A Torre de Vigia, foi publicada em 1923 (esta publicação foi interrompida nos anos 20 e reiniciada em 1937). O nome da revistafoi mudado para A Atalaia em 1940, devido à suspeita do governo em relaçãoao nome Torre de Vigia. Além disso, os Adventistas já tinham uma revista com nomesemelhante, e, assim, em 1943, o título passou a ser A Sentinela, que é o nomeatual da publicação. Uma outra importante revista da Sociedade foi publicada com otítulo de Consolação, e depois passou a ser chamada Despertai! A partir de 1940.

Um breve histórico da seita

O fundador da seita que hoje é conhecida como “Testemunhas de Jeová” foi Charles Taze Russell, que também a administrou dinamicamente e deu à organização as amplas dimensões que ela possui. A propósito, o nome de “Testemunhas de Jeová” foi adotado em 26 de julho de 1931, em Columbus, Ohio, EUA, para distinguir a Torre de Vigia dos seguidores do ensino de Russel. C. T. Russel nasceu a 16 de dezembro de 1852, filho de Joseph L. Russel e Anna Eliza Russel, e viveu a maior parte de sua infância em Pittsburgh e Alleheny, Pensilvânia. Ainda bem jovem rejeitou a doutrina do castigo eterno, provavelmente devido à rígida educação religiosa recebida na Igreja Congregacional. A partir daí, iniciou uma longa e diversificada atuação, antagonizando as “religiões organizadas”.

Em 1870, aos 18 anos, Russel fundou uma classe de estudos bíblicos em Pittsburgh, que seis anos depois o elegeu seu “pastor”. Segundo dados fornecidos pelo Anuário das Testemunhas de Jeová, em janeiro de 1991, a Sociedade (fundada em 1896), que é o ponto central da organização, tem trabalhos estabelecidos em mais de 212 países, e obra missionária com pregação do reino em mais de 250.

Russell continuou a divulgar seus ensinos até sua morte, que se deu em 31 de outubro de 1916, durante uma viagem de trem. O “pastor” foi alvo de inúmeros processos jurídicos, mas nem por isso deixou de obter sucesso no que fez.

Após a morte de Russell, o juiz Rutherford, que fora eleito presidente da Sociedade Torre de Vigia, compreendeu os perigos que a seita corria se permanecesse com o nome de “Russelismo”, e durante quinze anos esforçou-se para encobrir os aspectos desagradáveis do passado do “pastor”, que muito prejudicavam o avanço da organização.

Em 1931, ele conseguiu implantar o nome “Testemunhas de Jeová”, tirado de Isaías 43:10. Assim pôde camuflar as indesejáveis origens da seita e enganar milhões de pessoas. Os seguidores da seita que entraram para o movimento mais recentemente, negam publicamente e em particular que sejam russelistas. Entretanto, as semelhanças entre os dois sistemas não é mera coincidência nem é acidental, apesar dos autos protestos das testemunhas em sentido contrário. Os fatos falam por si mesmos.

 

Algumas Doutrinas das Testemunhas de Jeová

 

I. Existe apenas um único ser que vive desde a eternidade, Deus Jeová, Criador e Preservador do Universo e de todas as coisas visíveis e invisíveis.

II. O Verbo, ou Logos, é “um Deus”, um poderoso Deus, o “princípio da criação” de Jeová, que atuou como agente dele na criação de todas as coisas. O verbo se fez carne, na pessoa de Jesus, e sofreu a morte para constituir o resgate ou o preço a ser pago pela redenção daqueles que obedeceram.

 

III. A Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante, infalível e por ele inspirada, na forma como foi revelada originalmente, e foi por ele preservada para ser o meio pelo qual ele revela ao homem seus propósitos.

IV. Satanás foi um anjo muito importante, que se rebelou contra Jeová, e questionou sua soberania. Por intermédio dele, sobreviveram ao homem o pecado e a morte. O destino dele será a aniquilação total, juntamente com seus seguidores.

V. O homem foi criado à imagem de Jeová, mas pecou voluntariamente, por isso todos os homens nascem pecadores, e portanto são “da terra”. Aqueles que seguem Jesus Cristo e são fiéis até a morte herdarão com ele o reino celestial. As pessoas de boa vontade que aceitam Jeová e seu governo teocrático desfrutarão da “nova terra”. Todos os que rejeitam Jeová serão aniquilados.

VI. A expiação é um resgate pago por Jesus Cristo a Jeová Deus e pode ser aplicado a todos que o aceitam em retidão. Em suma, a morte de Jesus removeu os efeitos que o pecado de Adão teve sobre seus descendentes e estabeleceu os fundamentos do Novo Mundo de justiça, que inclui o milênio do reinado de Cristo.

VII.Depois de oferecer o resgate por aqueles que obedecerem, o homem Jesus Cristo ressuscitou, tornando-se uma criatura espiritual divina.

VIII. A alma do homem não é eterna, é mortal. Pode morrer. Os animais também possuem alma, mas o homem acha-se acima deles por ser uma criatura especial.

IX. O inferno, ou seja, esse lugar de “tormento e chamas” onde os pecadores permaneceriam após a morte até o dia da ressurreição não existe. É uma doutrina criada pela “religião organizada”, e não vem da Bíblia. O inferno é o sepulcro de todos os seres humanos. A forma original do hebraico, seol, significa “um lugar de descanso em esperança”, onde os que partem ficam dormindo até serem ressuscitados por Deus Jeová.

X. O castigo eterno é um castigo ou punição que não tem fim. Mas não quer dizer “tormento eterno” para a alma dos seres vivos. O destino de todos os que rejeitam Deus Jeová é a aniquilação, ou segunda morte, que é eterna.

XI. Jesus Cristo voltou à terra em 1914, expulsou Satanás do céu, e está atuando no sentido de derrubar a organização dele, para estabelecer o reino Teocrático Milenial, e vindicar o nome de Jeová Deus. Mas não voltou em forma física, achase aqui invisível, como o Logos.

XII. O reino de Jeová é supremo e como tal não se compatibiliza com o atual governo humano (a organização diabólica visível); e qualquer forma de associação om ele que fira a lealdade devida a deus constitui uma transgressão das Escrituras.

XIII. Somente 144.00 são capazes de entrar no Reino dos Céus, segundo Apocalipse,e estes se tornarão parte do Reino e se colocarão sobre o monte Sião. Essa, então, é a doutrina das Testemunhas de Jeová, seita criada por Russell, que não querendo buscar o ensino da Palavra de Deus e sem a necessária formação acadêmica, aplicou seu talento em um estudo isolado e inútil, sem a orientação do Espírito Santo. Com isso fundou uma seita que congrega pessoas resolutas, convencidas de que o Reino de Deus já está “presente” no mundo, e incisivamente tentam convencer a outros, crendo que elas, as Testemunhas de Jeová, são os únicos e verdadeiros servos do Deus vivo.

 

EXERCÍCIO 3

  

1. ____ Joseph Smith Jr. , “o profeta” foi quem fundou o mormonismo.

2. ____ Os mórmons constituem uma grande força política.

3. ____ Os mórmons dizem que Cristo foi à América (EUA), revelou-se aos nefitas e pregou o Evangelho para eles.

4. ____ Joseph Smith declarou que todas as denominações cristãs estão erradas.

5. ____ O fundador da seita “Testemunhas de Jeová” foi Charles Russel.

6. ____ Os “Testemunhas de Jeová” acreditam que o inferno não existe.

7. ____ Eles acreditam que os animais possuem alma.

8. ____ E que somente 144.000 serão capazes de entrar no Reino dos Céus

 

 

O Espiritismo

e

O Islamismo

 

O ESPIRITISMO

O espiritismo, em suas variadas formas, é inegavelmente uma das crenças religiosas mais populares do nosso tempo. Abrange desde crenças tão antigas como a transmigração das almas, do hinduísmo, com sua lei do carma, até os modernos fenômenos espíritas que tiveram início em meados do século XIX.

Breve História do Espiritismo

A crença na transmigração das almas apareceu na literatura Hindu por volta do século VII a.C., embora sua origem possa ser muito mais remota. Os Upanixades, hinos védicos hinduístas, manifestam claramente essa crença. O filósofo grego Pitágoras, que viveu no século VI a.C., advogava a transmigração das almas, como um meio para se alcançar a purificação total. Entretanto, quanto à afirmação de Alan Kardec,em O Livro dos Espíritos de que o espiritismo remonta à “origem dos tempos”, convém ter em mente que a antiguidade de uma idéia não é prova de que ela seja verdadeira e nem que tenha origem divina.

O espiritismo moderno surgiu em Hudesville, nos Estados Unidos, com as irmãs Margaret e Kate Fox. As duas eram ainda crianças quando em 31 de março de 1848, aconteceram as primeiras manifestações espíritas. Começaram a ouvir pancadas na casa da família Fox e depois móveis passaram a mover de uma parte para outra. Kate, então, teve a idéia de comunicar-se com o poder invisível que produzia os ruídos, pedindo-lhe que repetisse o estalido de seus dedos. O pedido foi atendido: cada estalido era respondido com breves pancadas. Kate e sua irmã Margaret desenvolveram um sistema de comunicação com o suposto espírito, que respondia a suas perguntas mediante um código previamente estabelecido.

Esses fatos foram amplamente divulgados e, pouco depois, sessões espíritas foram realizadas por toda a parte, nos Estados Unidos e na Inglaterra. As irmãs Fox passaram à História como as fundadoras do espiritismo moderno. Boaventura Kloppenburg relata que o Congresso Internacional de Espiritismo de 1925 aprovou a proposta de erigir um monumento comemorativo em Hudesville, que foi construído dois anos mais tarde com a seguinte inscrição: “Erigido a quatro de dezembro de 1927 pelos espiritistas de todo o mundo, em comemoração da revelação do Espiritismo moderno em Hudesville, N.Y., a 31 de março de 1848, em homenagem à mediunidade, base de todas as demonstrações sobre que se apóia o Espiritismo. A morte não existe. Não há mortos”.

A divisão do Espiritismo

Embora consideremos o Espiritismo iníquo em toda a sua maneira de ser, os próprios espíritas preferem admitir diferentes formas de Espiritismo. Assim sendo, fornecemos abaixo a sua divisão:

I. Espiritismo Comum, destacamos:

- Quiromancia. Adivinhação pelo exame das linhas da palma da mão. O mesmo que quiroscopia.

- Cartomancia. Adivinhação pela decifração de combinações de cartas de jogar.

- Grafologia. Estudos dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita.

- Hidromancia. Arte de adivinhar por meio da água.

- Astrologia. Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros, especialmente dos signos, no destino e no comportamento dos homens; também conhecido como “uranoscopia”.

II. Baixo Espiritismo ou Espiritismo Pagão:

- Vodu. Culto de negros antilhanos, de origem animista, e que lança mão de certos elementos do ritual católico. Praticado principalmente no Haiti.

- Candomblé. Religião dos negros ioruba, praticado principalmente na Bahia.

- Umbanda. Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da macumba e dos candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da Amazônia, do catimbó e outros cultos espíritas sincréticos.

- Quimbanda. Ritual da macumba que se confunde com o da umbanda, tendo ambas diferentes objetivos maléficos.

- Macumba. Sincretismo religioso afro-brasileiro, derivado do candomblé, com elementos de várias religiões pagãs africanas, de religiões indígenas brasileiras e do Catolicismo.

III. Espiritismo Científico:

É também conhecido como Alto Espiritismo, Espiritismo Ortodoxo, Espiritismo Profissional. Ele se manifesta, inclusive, como sociedades, como, por exemplo, a LBV (Legião da Boa Vontade).

- Ecletismo. Método filosófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo de cada sistema a parte que lhes parece mais próxima da verdade.

- Esoterismo. Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade deve reservar-se a um número restrito de iniciados, escolhidos por sua inteligência ou valor moral.

- Teosofismo. Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que tem por objetivo a união do homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito até à iluminação.

IV. Espiritismo Kardecista.

Os principais grupos religiosos ligados diretamente ao espiritismo no Brasil são classificados em duas grandes categorias – de origem kardecista, incluindo a Federação Espírita Brasileira – e o baixo espiritismo, nome genérico dado aos cultos religiosos de origem africana que, chegando ao Brasil, incorporaram, com o passar do tempo elementos do kardecismo e do catolicismo popular, sendo por isso também designados como cultos afro-brasileiros, entre os quais se incluem a umbanda, o candomblé e outros. Para fins de maior clareza, dividiremos a análise do espiritismo em três partes: à primeira, será dedicada ao kardecismo, por ser sua doutrina encontrada em todas as outras formas de espiritismo; à segunda, chamaremos de cultos afro-brasileiros, que tratará do baixo espiritismo; e à terceira, a Sociedade Teosófica ou Teosofismo, que fala sobre o espiritismo científico.

KARDECISMO (ALLAN KARDEC)

A primeira sessão espírita registrada nos anais do Espiritismo brasileiro foi realizada na noite de 17 de setembro de 1865, em Salvador, na Bahia. No Rio de Janeiro, o primeiro movimento organizado surgiu em 2 de agosto de 1873 e era chamado Sociedade de Estudos Espiríticos do Grupo Confúcio. Dois anos depois, esse núcleo espírita lançou a Revista Espírita e providenciou a tradução de várias obras fundamentais de Alan Kardec. Mais tarde, devido a divisões internas, surgiram outros núcleos espíritas.

Em 1883 foi fundada a Revista Reformadora, que se tornou o órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, organizada no ano seguinte. A partir de então, multiplicaram-se os núcleos, grupos e centros espíritas, levando à formação de federações de âmbito estadual. O nome mais conhecido do Espiritismo kardecista no Brasil, hoje, é o do médium Francisco Cândido Xavier.

História

Hyppolyte Leon Rivail nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804. Anos depois, mudou-se para Yverdun, na Suíça, onde estudou com Pestalozzi, de quem se tornou fiel discípulo e cujo sistema educacional ajudou a propagar. Rivail formou-se em letras e ciências e doutorou-se em medicina.

Em 1854, um magnetizador chamado Fortier, amigo de Rivail, falou-lhe do fenômeno das mesas gigantes. Mais tarde, o mesmo Fortier disse-lhe também que era possível conseguir-se que mesas falassem (de modo semelhante ao que acontecera na casa das irmãs Fox). Rivail rejeitou peremptoriamente a idéia por considerá-la absurda. No ano seguinte, entretanto, após a explicação de um amigo chamado Carlotti, que afirmava ser o fenômeno das mesas girantes e falantes um resultado da intervenção dos espíritos, Rivail assistiu a uma reunião na casa da Sra. Plainemaison, onde presenciou fenômenos que o impressionaram profundamente.Aceitando a teoria da intervenção de espíritos naqueles fenômenos, Rivail passou a  

freqüentar uma casa onde eram realizadas sessões de mediunidade. Observador atento, procurou dar

um cunho científico ao estudo das novas revelações.

No dia 25 de março de 1856, numa sessão, Rivail recebeu, através de um medium, a revelação de que certo espírito seria dali por diante o seu guia espiritual. Esse espírito identificou-se como “A Verdade”. Mais tarde, foi-lhe revelada a sua missão de divulgar a nova religião, “verdadeira, grande, bela e digna do Criador”. Rivail veio a saber depois que o espírito “A Verdade” era o próprio Espírito Santo, o Espírito da Verdade que Jesus prometera enviar. Em consonância com a crença na reencarnação dos espíritos, Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec, que teria sido o seu suposto nome numa encarnação anterior, na qual acreditava ter sido um druida. Kardec faleceu em 31 de março de 1869, devido à ruptura de um aneurisma.

A crença do Espiritismo/Kardecismo

O Espiritismo reivindica ser uma religião. E mais, reivindica ser a verdadeira religião, superior a todas as outras. Assim, mesmo que alguns de seus adeptos aleguem que o Espiritismo é uma ciência ou filosofia, as autoridades espíritas são concordes em afirmar a sua natureza religiosa. Alega ser a verdadeira religião de Cristo, “a revivescência do vero Cristianismo”, ou, conforme a revelação dos espíritos, “a única tradição verdadeiramente cristã”. O Cristianismo tem suas bases histórias e doutrinárias na Bíblia; portanto, qualquer seita, grupo religioso ou crença que alegue ser cristã deve ter seus ensinos confrontados com a Palavra de Deus para se verificar a veracidade dos mesmos e, se de fato, podem ser chamados cristãos.

Allan Kardec arroga ao Espiritismo a condição de ser a terceira revelação de Deus, que vem complementar a revelação iniciada com o Antigo Testamento, por meio de Moisés, e com o Novo Testamento, por meio de Jesus: “A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés; a do Novo Testamento está personificada em Cristo; o Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não personificada em nenhum indivíduo porque ele é o produto de ensinamento dado, não por um homem, mas pelos espíritos, que são as vozes dos céus, sobre todos os pontos da terra, e por uma multidão inumerável de intermediários...” Em outro trecho, Allan Kardec afirma que “o Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa”.

O Cristianismo ortodoxo e histórico se fundamenta na Bíblia, a revelação de Deus aos homens; logo, se o Espiritismo de fato ensina as mesmas doutrinas que o Cristianismo, não haverá melhor forma de conferir a veracidade dessa afirmação senão por um confronto entre o que diz o Espiritismo e o que ensina a Bíblia.

É evidente também que se o Espiritismo é uma revelação que procede de Deus, então ela deve confirmar as duas revelações anteriores e não contradizê-las. Entretanto, quando comparadas, verifica-se que o Espiritismo ensina o oposto do Cristianismo. Além disso, o Espiritismo também nega a inspiração divina e a infalibilidade da Bíblia.

O Kardecismo nega a criação de Deus descrita no primeiro capítulo de Gênesis; acredita no evolucionismo, sendo o homem o ser mais elevado da escala evolucionista. Por isso, admite que o registro bíblico não deve ser tomado literalmente, mas apenas em sentido figurado. Jesus, entretanto, confirmou o relato bíblico como autêntico, ao ensinar em Mateus 19:4-6 que o homem foi criado diretamente por Deus. Assim, através de suas maiores autoridades, nega a revelação divina encontrada nas Escrituras, relegando-as ao nível de uma mera compilação de fatos históricos e lendários. É curioso, entretanto, que querendo dizer-se cristão, o espiritismo frequentemente lance mão das Escrituras, citando-as com profusão quando lhe convém.

Isso significa que para os espíritas não faz diferença se a Bíblia é ou não a Palavra de Deus – desde que possam usá-la quando desejam dar à sua crença uma aparência cristã, ou seja, citando passagens isoladas quando parecem dar apoio às teorias espíritas.

Quando, porém, o ensino das Escrituras refuta as suas teorias, dizem então que elas não são a Palavra de Deus pela qual devemos testar o que cremos. Fica claro, portanto, que o Kardecismo, ao mesmo tempo em que alega ser cristão, nega a Palavra de Deus, a base do verdadeiro Cristianismo. Aliás, é notório que seus próprios expositores e defensores ora apelam para a Bíblia em busca de apoio, ora negam firmemente que ela tenha qualquer valor para a sua fé.

Doutrinas Kardecismo/Espiritismo

Reencarnação e a invocação de mortos são as duas principais estacas de sustentação de toda a fraude espírita. Se ambas forem removidas, o Espiritismo ruirá irremediavelmente. Outras crenças são: (1) A de que ninguém pode impedir o homem de sofrer as conseqüências dos seus atos; (2) A pluralidade dos mundos habitados; (3) A caridade como virtude única, aplicada tanto aos vivos como aos mortos; (4) E perto dos homens estão os espíritos “guias”. Vejamos outras:

1. Sobre Deus: A doutrina espírita acerca de Deus é ambígua, ora assumindo aspectos deístas, ora aspectos panteístas,ora confundindo-se com a doutrina de Deus do Cristianismo histórico. Os autores espíritas parecem não conseguir estabelecer um consenso sobre esse assunto de vital importância. Até mesmo nas obras de um único autor encontram-se contradições flagrantes. Mas, na sua maioria acredita em um Deus, que embora exista, é um ser impessoal habitando um mundo longínquo.

2. Sobre a Trindade: A doutrina da Trindade é uma das teses básicas do Cristianismo bíblico e histórico e faz parte do fundamento doutrinário que o distingue de todas as demais religiões e também da maioria das seitas pseudocristãs. Estas seitas, em sua tentativa de oferecer ao homem um sistema religioso de auto salvação, isto é, em que ele se salva por seus próprios méritos, excluem e negam a existência do Deus trino. Entretanto, a revelação bíblica aponta para a impossibilidade de o homem efetuar sua própria salvação e mostra como o próprio Deus se encarnou para tornar possível ao homem o acesso ao seu Criador. O espiritismo em geral nega a doutrina da Trindade. Kardec evita comentar esse assunto, mas grande parte dos escritores espíritas assume uma posição frontalmente contrária à crença na Trindade.

Para eles, Deus é um ser existindo em forma de uma só pessoa, o Pai, e negam que o Filho seja Deus e até rejeitam a existência do Espírito Santo como ser pessoal.

3. Sobre a Divindade de Cristo. Este assunto acha-se intrinsecamente ligado ao da Trindade, porém será analisado em separado por ser um dos mais proeminentes temas da Bíblia e também por ocupar um lugar importante nos escritos espíritas. A divindade de Cristo é negada pelas autoridades exponenciais do Espiritismo. Isso se dá em função de sua crença na unicidade de Deus. O problema surge quando o próprio

Kardek se contradiz, ora afirmando uma coisa, ora outra. Aparentemente, ele reconhece como fidedignos os escritos dos evangelistas, pois estes “receberam diretamente do Mestre as instruções”, embora despreze o restante do Novo Testamento. Porém, põe em dúvida a autenticidade até mesmo do que os evangelistas disseram, como se vê no seguinte comentário seu a respeito de João 1. 1-14, um texto que declara explicitamente a natureza divina de Jesus: “É de notar-se, antes de tudo, que as palavras acima citadas são de João e não de Jesus e que, ainda quando se admita que não tenham sido alteradas, elas não exprimem, na realidade, mais que uma opinião pessoal, uma indução, em que se depara com o misticismo habitual da sua linguagem; não poderiam, pois, prevalecer contra as reiteradas afirmações do próprio Jesus”. Kardec traduz várias referências dos Evangelhos que parecem demonstrar que Jesus não era mais do que mero homem e afirma que ele era Filho de Deus no mesmo sentido em que qualquer homem poderia ser chamado de “filho de Deus”. Não se deve esquecer que tanto Kardec como outros líderes espíritas negam a inspiração divina das Escrituras, citando-as apenas quando querem provar algum ponto de seu interesse.

A Federação Espírita Brasileira aceita a cristologia de Jean-Baptista Roustaing, também francês, autor de Espiritismo Cristão ou Revelação da Revelação, em que defende a tese de que o corpo de Jesus não era

real, de carne e osso, mais fluídico, dando apenas a impressão de real. Sua posição é semelhante à dos antigos docetistas, uma seita gnóstica do século I a.C.

Embora nossa primeira preocupação seja com a questão da divindade de Jesus e não com a sua humanidade, cumpre esclarecer que a Bíblia afirma reiteradas vezes a plena humanidade do Filho de Deus. O apóstolo João condenou os ensinos dos gnósticos de sua época, que entre outras coisas negavam que Jesus tivesse vindo em carne, dizendo que seu corpo humano era mera aparência. O Senhor Jesus demonstrou a sua plena humanidade em diversas ocasiões, experimentando sentimentos e necessidades humanos não pecaminosos como cansaço (Jo 4:6), sede (Jo 19:28) e fome (Mt 4:2). Depois da ressurreição, ele apareceu aos discípulos que se haviam trancado em uma casa com medo dos judeus. Os seus discípulos, pensando tratar-se de um espírito ou fantasma, ficaram atemorizados. Jesus então, assegurou-lhes ser ele mesmo, dizendo: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24:39).

4. Sobre os Milagres de Jesus. A negação da divindade de Jesus pelo Espiritismo é acompanhada pela subseqüente negação de seus milagres e, mais sutilmente, pela negação da validade dos seus ensinos. Com uma linguagem engenhosa, Kardec procura enaltecer a Jesus, atribuindo-lhe a condição de “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo”. Entretanto as escrituras demonstram claramente que Jesus é muito mais que um modelo moral – ele é Deus e homem ao mesmo tempo, e é o Salvador que deu sua vida para a redenção da humanidade. Depois de exaltar a Jesus como modelo de perfeição, Kardec se volta, então, contra Jesus, contestando sutilmente a autoridade de seus ensinos. Ele formula a seguinte pergunta: “Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual é a utilidade do ensino que os espíritos dão? Terão que nos ensinar mais alguma coisa?” E esta é a res62 posta que ele coloca na boca dos espíritos. “Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se torne inteligível para todo mundo. Muito necessário é que aquelas leis sejam explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam. A nossa missão consiste em abrir os olhos e os ouvidos a todos, confundindo os orgulhosos e desmascarando os hipócritas: os que vestem a capa da virtude e da religião, a fim de ocultarem suas torpezas. O ensino dos espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão”.

Portanto, a asserção de Kardec, supostamente dada pelos espíritos, de que “muito necessário é que aquelas leis (de Jesus) sejam explicadas e desenvolvidas” fica desprovida de sentido, uma vez que tais “leis” se encontram perfeitamente desenvolvidas nas Escrituras e se desejarmos entendê-las basta apenas que as estudemos, “conferindo cousas espirituais com cousas espirituais”. O próprio Senhor Jesus enfatizou a necessidade de tal estudo para podermos compreender suas palavras, dizendo: “Examinai as Escrituras, porque julgai ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5:39).

OS CULTOS AFRO-BRASILEIROS

O Brasil é considerado hoje o maior país espírita do mundo, com cerca de 5.500 centros espíritas espalhados pelo território nacional. O número de terreiros ligados aos cultos afros é ainda muito maior.

A origem dos cultos afros

Os cultos afro-brasileiros tiveram a sua origem no Brasil com a chegada dos africanos. Com a colonização do Brasil após a sua descoberta no ano de 1500, faltaram braços para a lavoura. Com isso, os proprietários da terra tentaram subjugar o índio pensando empregá-lo no trabalho agrícola. Entretanto, o índio não se deixou subjugar, o que levou os colonizadores a voltarem-se para a África em busca de mão de obra para a lavoura. Começa assim um período vergonhoso da História do Brasil. O sofrimento dessa gente é descrito pelo poeta Castro Alves em suas poesias “Navio Negreiro” e “Vozes d’África”.

Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos desde o momento da partilha da África e durante a viagem nos navios chamados “tumbeiros”, que podia se estender a cerca de dois meses. Os maus tratos continuariam depois, para a maioria deles até a morte.

Os africanos chegaram divididos em dois grupos principais: sudaneses (os da Guiné e da Costa da Mina) e os bantos (Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam na Bahia, enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia, Recife e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil, como litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo. Chegando em solo brasileiro o africano trazia consigo, além de sua religião e de seus deuses, uma vasta riqueza cultural expressa na música, na comida, nas artes e nos costumes. O vínculo familiar era quebrado devido à distribuição dos escravos, para as diversas regiões de trabalho. Isso também gerou uma diversidade nas religiões africanas.

O Panteão Africano

Os orixás são divindades intermediárias entre Olórun (o deus supremo) e os homens. Muitos deles são antigos reis, rainhas ou heróis divinizados,os quais representam as vibrações das forças elementares da natureza – raios, trovões, ventos, tempestades, água, fenômenos naturais, como o arco-íris – atividades econômicas primordiais do homem primitivo – caça, agricultura – os minerais, como o ferro, que serviu tanto a essas atividades de sobrevivência como às de extermínio – a guerra – e ainda as grandes ceifadoras de vidas, as doenças epidêmicas, como a varíola etc. Vejamos alguns dos orixás mais importantes:

Exu: é um orixá de múltiplos e contraditórios aspectos. Gosta de suscitar dissensões e disputas, de provocar acidentes e calamidades. É astuciosos, grosseiro, vaidoso, indecente, de tal maneira que os primeiros missionários o compararam ao diabo da teologia. Pode revelar o seu lado bom, se for tratado com consideração. Se não lhes forem feitos sacrifícios e oferendas, as catástrofes aparecem. Seu dia é a segunda-feira e suas cores são o preto e o vermelho.

Ogum: terrívelguerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Como orixá, é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal. As pessoas consagradas a Ogum usam colares de contas de vidro azul escuro e, algumas vezes, verde. O seu dia da semana é terça-feira. Seu nome é sempre mencionado por ocasião de sacrifícios dedicados aos diversos orixás no momento em que a cabeça do animal é decepada com uma faca – da qual ele é o senhor. Quando Ogum se manifesta no corpo em transe de seus iniciados, dança com ar marcial, agitando sua espada.

Oxossi: o deus dos caçadores teria sido o irmão caçula ou filho de Ogum. Protege os caçadores, dando-lhes caça abundante. Seus iniciados usam colares de contas azuis- esverdeadas e seu dia é a quinta-feira.

Ossain: é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, pois ele é o detentor do axé (o poder), imprescindível até aos próprios deuses. Seus seguidores  sam colares de contas verdes e brancas e seu dia da semana é o sábado.

Xangôé viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos e malfeitores. O raio é considerado um de seus instrumentos de punição. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal que lhe sacrificam. Seus fiéis usam colares de contas vermelhas e brancas, e quarta-feira é o seu dia.

Oiá-Iansã: é a divindade dos ventos e das tempestades. Foi a primeira mulher de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso. Os fiéis de Iansã, seu nome mais conhecido no Brasil, usam colares de conta de vidro grená. A exemplo de Xangô, a quarta-feira é o seu dia. Ela se manifesta através de seus iniciados, usando uma coroa semelhante à dos reis africanos, cujas franjas de contas escondem o seu rosto; suas danças são guerreiras. Recebe sacrifícios de cobras e oferendas de acarajés.

Oxum: é a divindade do rio de mesmo nome que corre na Nigéria. Era, segundo dizem, a segunda mulher de Xangô. As mulheres que querem ter filhos dirigem se a Oxum, pois ela controla a fecundidade. Seus adeptos usam colares de contas de vidro de cor amarelo-ouro e numerosos braceletes de latão. O seu dia é o sábado e recebe sacrifícios de cabras.

Oxumar: é a serpente arco-íris, a mobilidade, a atividade e dirige as forças que produzem o movimento. Oxumaré é, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Essa dupla natureza aparece nas cores vermelha e azul que cercam o arco-íris. As pessoas de Oxumaré usam colares de contas de vidro amarelas e verdes, e seu dia é a terçafeira. As oferendas são de pratos de comida onde se misturam feijão, milho e camarões cozidos no azeite de dendê.

Obaluaê ou Omulu: deus da varíola e das doenças contagiosas. Seus iniciados dançam inteiramente revestidos de palha da costa, curvados para frente, como que  atormentados por dores, coceiras e febre. São-lhe oferecidos milhos cozido, carne de bode, galos e pipocas. Seus adeptos usam colares de contas marrons com listas pretas e seu dia é a segunda-feira.

Oxalá: O “Grande Orixá” ou “O Rei do Pano Branco” é o mais importante e o mais elevado dos deuses iorubás, de caráter obstinado e independente. Foi o primeiro a ser criado por Olodumaré, o deus supremo. Seus iniciados usam colares de contas brancas, vestem-se de branco e seu dia é a sexta-feira. No candomblé, mesmo os adeptos de outros orixás se vestem de branco na sexta-feira, tal é o prestígio de Oxalá.

Iemanjá: seu nome indica “mãe cujos filhos são peixes” e é representada com seios volumosos, símbolo da maternidade fecunda e nutritiva. O fato de possuir seios mais que majestosos – ou somente um deles, segundo outra lenda – foi a causa de desentendimentos com seu marido. Seus iniciados usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se de azul-claro. Iemanjá recebe sacrifícios de carneiros e oferendas de pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola. Iemanjá é o orixá das águas e do mar; o seu dia é o sábado. É uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Iemanjá é festejada várias vezes no ano. A data tradicional de sua festa é oito de dezembro, mas há festas durante o mês todo, principalmente nos fins de semana. Entretanto, é por ocasião da última noite do ano que ela recebe grandes homenagens.

O Sincretismo

A presença dos africanos no Brasil logo provocaria o surgimento de um fenômeno conhecido como sincretismo religioso, que é a união dos opostos, um tipo de mistura de crenças e idéias divergentes. Os escravos não abririam mão de seus cultos e de seus deuses. Devido a um doutrinamento imposto pelo catolicismo romano, os africanos começaram a buscar na igreja, santos correspondentes aos seus orixás.

Aqui estão alguns exemplos:

Exu – diabo

Ogum – São Jorge

Oxossi – São Sebastião

Ossain – São Benedito

Xangô – São Jerônimo

Iansã – Santa Bárbara

Oxum – Nossa senhora das Candeias

Oxumaré – São Bartolomeu

Omulu – São Lázaro

Oxalá – Senhor do Bonfim

Iemanjá – Nossa senhora da Imaculada Conceição

Além dessas, ainda há outras entidades presentes nos cultos afro brasileiros que representam o espírito de pessoas falecidas: caboclos, (espíritos de índios), pretos- velhos (espíritos de escravos africanos), Erê ou Ibêji (espírito infantil), além de marinheiros, boiadeiros, ciganos etc.

Quando alguém passa a estudar os cultos afros, uma das coisas que observa é a impossibilidade de se fazer uma análise objetiva sobre a origem ou a atuação dos  orixás, devido a tantas informações divergentes e contraditórias. Existem muitas lendas que tentam explicar o surgimento dos deuses africanos e as informações variam muito de um terreiro para o outro. Os próprios adeptos dos orixás admitem isso.

No culto afro, um pai-de-santo diz uma coisa e outro diz outra coisa, com base numa informação que lhes foi passada oralmente. Felizmente, a fé cristã conta com a Bíblia Sagrada, uma obra de referência de todo confiável.

O relacionamento com Deus

Devemos considerar também a posição dos orixás no culto afro, onde eles desenvolvem o papel de mediadores entre o Deus supremo e os homens. Não pode ser esquecido também que os filhos-de-santo, uma vez comprometidos com os orixás, vão ver em constante medo de suas represálias ou punições. Além do constante medo de punições em que vive o devoto do orixá, ele deve ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada agradáveis a fim de satisfazer os deuses.

O sacrifício aceitável

Um outro aspecto muito importante no culto afro é o significado do “ebó”: “oferenda ou sacrifício animal feito a qualquer orixá, no sentido primitivo. Algumas vezes as oferendas são colocadas ao ar livre... Termo mais comumente empregado para oferenda especial a Exu, pedindo o bem ou o mal de alguém, ou agradecendo, colocadas em encruzilhada, sendo vulgarmente chamada “despacho”. Oferenda com finalidades maléficas, feitiçaria”. (Olga Cacciafore – Dicionário de Cultos Afro- Brasileiros).

Para justificar a matança de animais oferecidos aos orixás, os adeptos do culto afro não hesitam em mencionar os sacrifícios de animais nas Escrituras Sagradas: “Somos tão cristãos quanto os católicos. Mas seguimos também a lei de Moisés. Ele ordenou que os sacrifícios fossem feitos com carneiros, cabras, bois, galinhas, pombos e assim por diante. Não é verdade? Nós apenas obedecemos a seus mandamentos” (Donald Pierson – Brancos e Pretos na Bahia).

Com relação à morte

Ao dialogar com os adeptos do culto afro ou ler suas publicações, percebe-se que os orixás têm medo da morte. Quando um filho-de-santo está próximo da morte, o seu orixá praticamente o abandona. Essa pessoa não entra mais em transe, pois o orixá procura evitá-la. Quanto ao assunto salvação e vida após a morte, no culto afro não é bem definido e às vezes é até confuso. Aqui também as informações são conflitantes, variando de um terreiro para o outro ou de um pai de santo para o outro. Na umbanda, devido à influência kardecista, ensina-se a reencarnação. Já o candomblé parece não oferecer qualquer esperança de vida após a morte.

Com relação à liberdade

Sem dúvida muitas pessoas hesitam em abandonar os terreiros, pois foi-lhes dito que se o fizerem sofrerão conseqüências desastrosas. Mas qualquer pessoa que quiser desvencilhar-se do jugo dos orixás para encontrar a liberdade espiritual e uma ova vida em Cristo poderá fazê-lo sem qualquer temor, pois a Palavra de Deus afirma: “Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo” (I Jo 3:8). O próprio Jesus disse: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Se, pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:32,36)

SOCIEDADE TEOSÓFICA

Podemos definir a Teosofia como uma apresentação panteísta (Deus é o conjunto de todos os seres) do velho gnosticismo, que procura reunir verdades filosóficas, científicas e religiosas encontradas em todas as fontes filosóficas e religiosas. Pelo que dizem os teosofistas, a Sociedade Teosófica “é um crescente sistema de pensamento, resultante de cuidadosos estudos e pesquisas”, e mais, “é nada menos que o alicerce sobre o qual se assentam todas as fases do pensamento e da atividade humana”. A Teosofia contraria praticamente todas as doutrinas básicas da fé cristã. Também não encontra apoio no Judaísmo. Tem algumas analogias com o Budismo e o Hinduísmo. Tanto o Cristianismo como o Judaísmo e o Islamismo, todos confessam crer num Deus pessoal, na ressurreição corporal e na autoridade das escrituras do Antigo Testamento. A Teosofia rejeita todas essas doutrinas e, no entanto, continua a apresentar-se como “a religião unificadora e conciliadora”.

É interessante observar que a Teosofia revela grande admiração pelo Gnosticismo, uma seita antiga, que se desenvolveu nos três primeiros séculos da era cristã e quase conseguiu causar danos irreparáveis à fé cristã. Eles adotaram grande parte da terminologia e do vocabulário que desprezavam o aspecto material do mundo e do homem, falavam de um Deus impessoal, e de vários planos de progressão espiritual que culminavam com a salvação e reconciliação universais por meio da reencarnação e adotavam o conceito da vida como uma roda, que sem o menor constrangimento copiaram do Budismo.

Origem histórica

Foi uma mulher que fundou essa moderna versão das filosofias hindu e budista, conhecida em nossa era como Sociedade Teosófica. Até onde sabem os mais renovados estudiosos do assunto, o termo “Teosofia” surgiu no terceiro século, com um notável pensador da época, Amônio Sacca, que foi mestre de Plotino, o grande filósofo romano. Portanto, a Teosofia já é bem antiga, e remonta ao Oriente, mais precisamen68

Seitas e Heresias te à Índia. Os livros sagrados do Hinduísmo, constituem a base para grande parte de suas doutrinas. Outros escritos que influenciaram fortemente a formação da Teosofia foram os de Gautama Buda e dos primeiros escritores gnósticos. A Teosofia alega ser uma religião universal, com natureza própria. Mas um estudo atento de sua eclética origem revela que grande parte de sua “teologia original” provém de fontes facilmente identificáveis.

A história da Teosofia moderna na América tem início com as atividades de

uma jovem senhora russa, de fortes inclinações místicas, Madame Helena Blavatsky,

no ano de 1875, em Nova Iorque.

Helena Petrovna nasceu em Ekaterinoslav, na Rússia, em 1831. Era filha de Pedro Hahn, da família Von Hahn, da Alemanha. Ainda bem jovem, com a idade de dezessete anos, Helena Petrovna casou-se com um general czarista de nome Blavatsky, homem nobre de grande cultura, mas vários anos mais velho do que ela. É do conhecimento geral que Helena era pessoa de gênio violento e exaltado. Pelo menos um de seus biógrafos afirma que ela se casou com o General Blavatsky apenas para “espicaçar” sua governanta, mulher de língua ferina, que num momento de raiva havia dito que nem aquele velho cavalheiro se casaria com uma megera como Helena. Diga-se em favor da jovem que logo se arrependeu da sua vingança contra a governanta, mas a essa altura já havia enredado o general, e foi obrigada a concordar com o casamento.

Pouco depois de separar-se do marido, Helena passou a fazer longas viagens, o que eventualmente propiciou-lhe um contato com religiões místicas. Entregou-se então ao estudo dessas crenças no Tibete, Índia, Egito, Cuba, Canadá, Texas, Louisiana, terminando por fim em Nova Iorque. Nessa cidade ficou tempo suficiente para fundar em 1875, a Sociedade Teosófica, juntamente com o Coronel H. S. Olcott e com W. Q. Judge, dois fervorosos devotos. A Sra. Blavatsky tinha um alto apreço por Judge que assumiu a chefia da Sociedade Teosófica Ariana, da qual foi presidente até seu falecimento em 1896. Madame Blavatsky fundou também a Escola Teosófica de Londres em 1888. Durante suas viagens pela Índia e

Inglaterra influenciou fortemente uma mulher de nome Annie Besant, que iria assumir as rédeas do movimento após a morte dela, de Judge e da sucessora deste, Catherine Tingley. A Sra Besant morreu em 1933 e a presidência da Sociedade passou às mãos de George Arundale e C. Jinara Jodosa.

A doutrina da Sociedade Teosófica

Pela doutrina teosófica, existem no universo sete planos distintos. O mais denso deles é o físico. O seguinte na ordem é o plano astral, e acima desse há o mental. Depois vêm quatro planos superiores de natureza espiritual. Mas esses ainda são “meros nomes” que apenas os iniciados e adeptos podem conhecer. Naturalmente o homem possui um corpo físico, um mental e um astral. Mas no atual estágio da evolução cósmica, esses chamados corpos espirituais superiores, com algumas exceções, ainda estão aguardando organização.

Pelo que ensinam as publicações teosóficas, existe uma grande confraria de “mahatmas” ou “mestres” que constituem exemplos de reencarnações altamente desenvolvidas e que habitam um espaço nos extremos do distante Tibete. Esses seres divinos tomaram posse de Madame Blavatsky, e através dela procuraram alcançar as gerações que vivem atualmente sobre a terra, dando-lhes as grandes verdades das religiões do mundo, por ele restauradas, e que haviam sido corrompidas pela humanidade.

A esse quadro extremamente imaginoso, os teosofistas acrescentam os sete planos de desenvolvimento pelos quais todo homem deve passar para chegar ao céu deles, o “Devachan”. Ao contrário do que ensina o Cristianismo com relação à redenção e ao castigo dos pecados, a Teosofia só fala de perdão para os pecados com base em milhares e milhares de reencarnações, pelas quais o homem avança em direção ao “Devahan”. Quanto ao castigo pelo pecado ou rebelião do homem, eles só apresentam os terrores do “Kâma-Loka” (estado intermediário onde as almas mortas sofrem pelos pecados cometidos enquanto aguardam a reencarnação ou a oportunidade de passar a viver emum novo corpo).

A Sociedade Teosófica afirma que possui três objetivos básicos, que são os seguintes: Primeiro, formar um grupo fraternal da humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor. Segundo, estimular o estudo de religiões, filosofia e ciência comparadas. Terceiro, pesquisar as leis da natureza ainda desconhecidas, e os poderes latentes do homem.

Para que um indivíduo se torne afiliado da sociedade tem de concordar pelo menos com o primeiro deles; os outros dois são opcionais. A sociedade não possui dogmas nem credos, é totalmente assectária, e reúne em suas fileiras fiéis de todas as crenças e mesmo quem não tem crença nenhuma. A única exigência que faz a seus membros é a de que tenham para com as crenças de outros a mesma tolerância que desejam eles tenham para com a sua. Mais algumas crenças da Teosofia:

1. Sobre Deus. A Teosofia vê Deus em termos estritamente impessoais, ao mesmotempo em que afirma que o homem, num sentido espiritual, é parte de Deus. Aindaem consonância com essa posição, a Sra. Besant afirmou certa vez que “o homem éuma inteligência espiritual, um fragmento da divindade revestido de matéria”. Krishnamurti,o filho adotivo dela, também disse que todos nós somos parte de Deus e precisamos sondar-nos profundamente para encontrar no fundo de nosso ser o Deus quehá em nós. Com respeito à divindade de Cristo e a sua singular posição de Salvador domundo, a Teosofia afirma que todos os homens por nascimento são divinos, e“portanto, com o tempo todos se tornam cristos”.

A Bíblia contém muitas passagens que refutam esses conceitos anticristãos sobre Deus e o Senhor Jesus. Ela apresenta de forma insofismável a personalidade de Deus e a divindade de Cristo bem como outras verdades que os teosofistas negam. O Deus da Bíblia criou o homem, e é uma Pessoa distinta e à parte dele (Gn 1.27). É uma personalidade consciente (Ex 3,14; Is 48,12; Jo 8,58). É um Deus trino; são três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito santo, mas numa só essência ou natureza (Dt 6.4; G1 3.20).

2. Sobre Jesus. A Teosofia comete um erro grave comum a todas as seitas gnósticas. Ela faz distinção entre Jesus e Cristo. Para ela, Jesus é apenas o homem exterior, e Cristo uma consciência divina imanente a ele e a todos os homens, em grau maior ou menor. Os teosofistas não vêm a Jesus como o Cristo da revelação divina, um ser distinto do Cristo imanente a todos os homens. Eles não entendem que o termo Cristo (no grego, Christos) é um título que corresponde ao vocábulo hebraico Messias.

3. Sobre o sacrifício de Jesus. Eles não somente se opõe ao verdadeiro ensino bíblico sobre a natureza e personalidade de Deus, e sobre a divindade de seu Filho, mas também nega veementemente o sacrifício vicário de Cristo por nossos pecados (I Jo 2.2). Em lugar dela, ensinam a inexorável lei do “karma” (a soma do peso doserros de cada um, que só pode ser expiado pelas boas ações que se pratica numa sucessão de outras vidas (reencarnação)). Isso às vezes é chamado de “Lei de causa e efeito”. Annie Besant denominou-o “lei de causação... que constrange o homem... a largar mão de todas as suas idéias errôneas acerca de perdão, expiação vicária, misericórdia divina, bem como o restante do ópio que a superstição oferece ao pecador”. Então, pela aplicação da lei do “karma”, eles tranquilamente passam por cima da doutrina bíblica da expiação e negam ou ignoram a autoridade das Escrituras.

 Para os teosofistas, o amor redentor de um Deus pessoal revelado pelo sacrifico vicário de seu bem mais precioso, seu Filho Jesus Cristo, é totalmente desnecessário, e tampouco é o meio de salvação para a humanidade. Basta esse fato para que afastemos de nossa mente qualquer idéia sobre uma compatibilidade da Teosofia com o Cristianismo.

4. Sobre o pecado, a salvação e a oração. Em contraste com o ensino bíblico acerca do pecado, salvação e oração, a Teosofia iguala Deus às divindades pagãs Buda e Vishnu, e define a oração como “concentração mental”. Além disso, eles creem que um indivíduo só fica livre de seus pecados se sofrer no “Kâma-Loka”, “um plano semimaterial, subjetivo e invisível para nós, onde ficam as personalidades desencarnadas, as formas astrais”... É o hades dos antigos gregos, o amenti dos egípcios, e a terra das sombras silenciosas...”. O homem só obtém a salvação através de várias reencarnações, terminando com a absorção do seu ego. Essas alternativas para a revelação bíblica não podem ser consideradas muito agradáveis, mas é o que a Teosofia tem para oferecer.

O sistema todo tem origem oriental. Sua doutrina é budista e hinduística, e seu vocabulário, gnóstico. De cristão, ele tem apenas sua terminologia chave, e o objetivo disso é imitar o conteúdo do evangelho. O teosofista orgulhosamente rejeita a expiação efetuada na cruz, preferindo confiar em sua própria justiça (e na aplicação da lei do “karma”). Ele prefere enfrentar os horrores do “Kâma-Loka” do que ajoelhar-se diante de Jesus Cristo (Fp 2:10.11).

Concluindo, não nos deixemos enganar pelo verniz de intelectualidade e filosofia que envolve o linguajar do teosofista, nem nos curvemos às suas tentativas de depreciar a palavra da cruz, tachando-a de “loucura”. Não precisamos nos submeter à suposta “revelação superior” que eles dizem possuir, à sua alegação de que a Teosofia é uma revelação mais elevada dirigida à nossa época, A Bíblia diz várias vezes que “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (I Co 1:l8). A Teosofia nada mais é que outra tentativa de substituir a autoridade de Cristo e das Escrituras pela “filosofia e vãs sutilezas” do mundo (Cl 2:8).

ISLAMISMO

O Islamismo é uma das principais religiões do mundo, e não uma seita, sendo bastante diferente do Cristianismo. Entretanto, como o Ocidente experimentou uma imprevista invasão da crença mulçumana, achamos por bem oferecer algumas orientações aos crentes para que se sinta apto a falar de sua fé aos muçulmanos. Infelizmente, a maioria dos cristãos tem pouco conhecimento do Islamismo e receia testemunhar de Cristo para seus adeptos. “Não há Deus senão Alá, e Maomé é seu Profeta”. Esta é a

Shahada, a “confissão” que os fiéis muçulmanos do mundo inteiro repetem diariamente. E essa declaração de fé realmente os distingue de todas as outras religiões do mundo, inclusive do Cristianismo e Judaísmo. Há no mundo entre 600 e 800 milhões de indivíduos que afirmam que Alá é seus Deus e Maomé seu profeta. O Islamismo é uma das qua tro principais religiões da terra, ao lado do Cristianismo, Judaísmo e Hinduísmo.

Nesta breve análise da crença, iremos definir seus termos mais importantes, mencionaremos suas seitas mais proeminentes e daremos um resumo de seu ensino básico, contrastando-o com o Cristianismo bíblico. Apresentaremos ainda alguns conselhos práticos sobre a melhor forma de se falar do evangelho a um muçulmano

História e doutrinas do Islamismo

Islamismo é o nome da religião que surgiu a partir das revelações e ensinamentos de Maomé. O vocábulo Islã em árabe significa “submissão”. Muçulmano é o nome que se dá ao adepto do Islamismo. O termo é cognato de Islã em árabe e significa “aquele que se submete”. Muçulmano é o indivíduo que se submete à vontade de Alá, revelada através de Maomé. Alá é o termo islâmico que significa Deus, e seria difícil a tradução para a nossa língua. Certo escritor muçulmano definiu-o da seguinte maneira: “Essa palavra designa um Deus singular, que possui todos os atributos da perfeição e beleza elevados ao infinito. Nós, muçulmanos, achamos que o termo “Deus” não comunica com exatidão todo o sentido do nome “Alá”. Maomé é o nome popular de um árabe que nasceu na cidade de Meca em 570 a.C. (e morreu por volta de 632 a.C.). Ele afirmava ser profeta e dizia que iria restaurar a verdadeira religião de Alá e a adoração a ele em todo o mundo, assim como Jesus Cristo fora profeta em sua época, para o seu povo. Maomé significa “o louvado”.

Alcorão é um termo árabe que significa “recitação” e designa o conjunto de revelações que Alá teria supostamente dado a Maomé através do seu arcanjo, sendo por tanto o livro sagrado do Islamismo. Os muçulmanos crêem na lei de Moisés, nos Salmos de Davi e no Injil ou evangelho de Jesus Cristo. Contudo creem que esses textos sagrados foram revogados e substituídos pelas escrituras que vieram através de Maomé, e que a Bíblia dos cristãos e judeus não passa de uma versão distorcida dessas escrituras. Em todos os pontos em que a Bíblia diverge do Islamismo, eles afirmam que a Bíblia está incorreta. O termo surá designa as divisões do Alcorão, e corresponde aproximadamente ao que nós chamamos de “capítulos”. O Alcorão contém cento e quatorze revelações, cada uma constituindo uma surá ou capítulo. Eles aparecem em ordem de extensão: as mais breves primeiro, as mais longas por último. O livro não é estruturado em ordem cronológica.

Outro texto importante na literatura islâmica é o Hadith, que em árabe significa “coletânea de tradições”. São costumes que dão origem à intrincada estrutura políticae social do Islamismo. O termo califa em árabe significa líder e designa osprincipais dirigentes dessa fé, principalmente os sucessores imediatos de Maomé. Onome aiatolá designa um mestre ou líder espiritual do Islamismo. Noventa por cento dos muçulmanos do Oriente Médio são sunitas. Eles reconhecem apenas os quatro califas que sucederam diretamente a Maomé, e só eles. Praticamuma forma de Islamismo de interpretação moderada. O segundo maior grupo é oda seita Xiita. Eles interpretam e aplicam os textos do Alcorão de forma bem literal,mostrando-se mais ativos e fanáticos que os primeiros. Noventa e três por cento dosmuçulmanos do Irã pertencem a essa seita, tendo sido liderados pelo mais poderoso aiatoláxiita, Khoumeini.

Outra seita que precisa ser mencionada é a Andian, fundada no século XIX. Apesar de pequeno, é o grupo que, nos últimos 40 anos mais tem produzido material em defesa do Islamismo perante o Cristianismo e o Judaísmo. Acha-se em grande atividade nos campus universitários dos Estados Unidos, onde exerce um forte proselitismo entre os estudantes. Outra seita é a Sufi, o grupo místico do Islamismo. Muitos dos muçulmanos mais conservadores rejeitam esse grupo. Alguns dos escritores sufis parecem trocar o monoteísmo estritamente unitariano do Islamismo tradicional por uma forma de “panteísmo imanente”.

As crenças Islâmicas

À primeira vista, o Islamismo pode parecer quase compatível com o Cristianismo e o Judaísmo. Estamos sempre ouvindo algumas pessoas afirmarem que os muçulmanos creem no mesmo Deus que os cristãos, ressalvando: “Apenas não aceitam Jesus Cristo”. Entretanto, como veremos, o deus dos muçulmanos não é semelhante ao Deus dos cristãos.

1. Sobre Deus. Para o muçulmano, o único Deus verdadeiro é Alá. A Trindade é um conceito blasfemo; não existe tal coisa. Jesus Cristo é um profeta de Alá. Não é filho de Deus, nem é Deus (Sura 4.171). O pecador não pode aproximar-se do deus muçulmano, tão perfeito e santo que só se comunica com a humanidade através de uma série de anjos e profetas. É um deus que castiga, não um Deus que concede graça;um deus cheio de ira, e não de amor. O grande desejo do muçulmano é submeter-se a ponto de conseguir deter o braço vingador de Alá. Assim, se por um capricho Alá o permitir, ele talvez consiga herdar a vida eterna e viver num paraíso terreno caracterizado por glutonaria e prazer sexual. O conceito que os muçulmanos têm de Deus não é o de um Pai amoroso e compassivo.

2. Sobre Jesus Cristo. Para o muçulmano, Jesus é apenas um dos vários profetas de Alá. Ele foi profeta para o seu povo, em sua época. O profeta Maomé é superior a ele. Jesus não é o Filho de Deus, nem uma Pessoa da Trindade. Ele não expiou os pecados de ninguém, embora fosse um homem sem pecado. Para os muçulmanos, Jesus não morreu na cruz. Dizem as suas tradições que ou ele colocou Judas Escariotes lá, em seu lugar, ou então Deus o livrou das mãos dos judeus de forma miraculosa, antes de ele ser crucificado. A maioria dos adeptos dessa religião crê que ele foi levado para o céu corporalmente, sem ter passado pela morte (Sura 4.157)

3. Sobre o pecado e a salvação. Para o Islamismo, eles acham-se associados a dois conceitos: as obras e o destino (kismet). O muçulmano que deseja escapar ao castigo de Alá tem de realizar as obras dos “Cinco Pilares da Fé” (Surá 10.109). São eles: (1) recitar o Shahada (“Não há Deus senão Alá e Maomé é seu Profeta”);

(2) recitar diariamente as cinco orações prescritas, em árabe (Salat ou Namaz) para a qual tem de ajoelhar-se e prostrar-se na direção de Meca, a cidade santa do Islamismo;

(3) dar esmolas (Zakat), o que é bem diferente do dízimo, pois o muçulmano tem de gastar apenas a quadragésima parte de sua renda em contribuições de caridade;

(4) jejuar (Satum ou Ruzehk) durante todo o mês de ramada, período em que o fiel deve abster-se de alimentos sólidos e líquidos desde o nascer do sol até o pôr do sol, para assim expiar os pecados cometidos no ano anterior; (5) fazer uma peregrinação (Hajj) à Meca, a cidade santa, pelo menos uma vez durante a vida. Antigamente a “guerra santa” (Jihad) era uma das condições impostas pela fé. Os primeiros muçulmanos criam ser obrigação sagrada matar todos aqueles que não abraçassem a fé verdadeira. Atualmente o Islamismo é mais moderado, embora ainda existam alguns xiitas que querem que a Jihad volte a ser exigência básica da fé islâmica.

Finalizando, precisamos amar o muçulmano. Esse povo tem um forte zelo por “Deus” e um grande desejo de segui-lo e adorá-lo durante toda a vida. Precisamos respeitar sua sinceridade e comunicar-lhe o evangelho transformador de Jesus Cristo. Se o crente demonstrar o poder da Palavra de Deus por intermédio do Espírito Santo, e seu viver for uma constante demonstração da paz e gozo que têm aqueles que amam a Jesus Cristo, constituirá para o muçulmano uma prova de que ele também pode conhecer e adorar o verdadeiro Deus, e não os distorcidos conceitos ensinados por Maomé.

 

EXERCÍCIO 4

 

1. ____ Do espiritismo Comum fazem parte: a quiromancia, a cartomancia e a astrologia.

2. ____ O Espiritismo reivindica ser a verdadeira religião, superior a todas as outras.

3. ____ Allan Kardec afirma que “o Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa”.

4. ____ Os orixás são divindades que atuam entre o deus supremo e os homens.

5. ____ Na umbanda ensina-se a reencarnação.

6. ____ O orixá abandona a pessoa quando está próxima da morte.

7. ____ A Teosofia revela grande admiração pelo Gnosticismo.

8. ____ Pela doutrina teosófica, existem no universo sete planos distintos.