Refugiados cristãos marcam tendas com a letra “N”
Com a constante perseguição e o reino de terror imposto pelo Estado Islâmico na região fronteiriça entre Iraque e Síria, muitos refugiados buscam um local seguro para escapar do conflito que tomou conta de sua terra.
Nos arredores de Erbil, capital do Curdistão, no norte iraquiano, existem vários campos de refugiados. Eles foram criados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e abrigam milhares de pessoas.
O Curdistão Iraquiano tem seu próprio governo, pois é considerado uma região autônoma e até o momento tem conseguido resistir às investidas do EI graças à milícia “peshmerga”, que têm apoio dos EUA. Estima-se que o número de refugiados no Curdistão Iraquiano já passa de 200 mil.
Entre as milhares de tendas beges fornecidas pelo ONU, a maioria abriga cristãos, que foram os maiores alvos do EI. Quando os terroristas invadem uma aldeia, dão a opção dos cristãos se converterem ao islamismo. Caso contrário, morrerão. A maioria se recusa e acaba sendo executada. Os poucos que conseguem escapar têm dado testemunho de sua fé.
Embora tenha graves problemas relacionados à saúde e saneamento básico, pode-se ver nas imagens das tendas que os cristãos continuam firmes. A maioria usou tinta spray para desenhar o mesmo “n” – que marca propriedade dos Nasrani (Nazarenos, em árabe)- que os milicianos do EI pintam na casa de cristãos.
A imagem de um dos acampamentos de Erbil vem sendo compartilhada milhares de vezes, acompanhadas por diferentes textos. Todos eles destacam o testemunho e a perseverança daqueles cristãos que perderam tudo por causa da sua fé. Destaque para a tenda número 68, que trás em árabe e inglês a frase “Jesus Cristo é a luz do mundo”. Com informações Conservative Tribune
Cristã é queimada viva pela família por causa de sua fé
Saeed (45) vive com sua família no sul do Iêmen. Dois meses atrás, ele acordou ao som de gritos. Quando entrou na cozinha viu sua esposa Nazeera envolta em chamas. O filho mais velho tentou apagar o fogo, sem sucesso e acabou se queimando também. Saeed conseguiu levar os dois para um hospital, onde sua esposa ficou internada por causa dos ferimentos.
De volta para casa, ouviu dos filhos que a mulher estava preparando uma refeição na cozinha, quando pegou uma garrafa de óleo de cozinha e colocou em uma panela quente. De repente, a garrafa explodiu e o fogo se espalhou pela cozinha. Os quatro filhos assistiram, gritando, a mãe ser queimada viva.
Cerca de duas semanas depois, Nazeera (33) morreu. Tempos depois, Saeed ouviu de membros tanto de sua família quanto da dela que foi tudo planejado. Os parentes haviam trocado o conteúdo da garrafa e colocado gasolina no lugar do óleo vegetal. O motivo é que ela se recusava a voltar ao islamismo.
Quando Saeed procurou a polícia para pedir ajuda, disseram-lhe que deveria trazer testemunhas que viram a garrafa de óleo de cozinha ser sabotada. De volta para a aldeia, descobriu que ninguém iria testemunhar. “Minha família disse que se eu estivesse morto e cortado em pedaços, eles nada fariam para ajudar nem seriam minhas testemunhas”.
Saeed e Nazeera eram um dos poucos cristãos da região que se converteram ao cristianismo. Por isso foram perseguidos durante anos. Temendo por sua vida e dos filhos, eles saíram do Iêmen e agora estão em um país vizinho.
Em contato com organizações que se dedicam a ajudar cristãos perseguidos, ele contou que as últimas palavras dela foram para que ele não se preocupasse e que cuidasse de seus filhos. Quando descobriram que ele tinha saído de casa, seus próprios parentes a invadiram, saqueando seu interior e depois a destruíram.
Saeed conta que toda sua família é muçulmana, assim como 99% das pessoas da região. Em 1997 ele leu um artigo no jornal que trazia a citação de algumas palavras de Jesus sobre perdão. Ficou impactado com aquilo, mas não é fácil encontrar Bíblias à venda no Iêmen. Somente em 2003 ele ficou sabendo de uma estação de rádio cristã que transmitia durante meia hora por dia um programa falado em iemenita. Passou a acompanhar o programa e foi assim que ele conheceu a Jesus. Casado desde 1998 com Nazeera, ela logo seguiu a nova fé do marido.
Porém, quando as pessoas de seu vilarejo começaram a notar uma mudança na forma como eles viviam, começaram a perturbá-los. Ele teve problemas no trabalho por se identificar como cristão. Certa vez, negou-se a contribuir com uma coleta em benefício do Hamas, a organização terrorista palestina, e foi suspenso do emprego. Recentemente foi espancado quando se recusou a fazer uma doação para uma associação islâmica filiada a outro grupo terrorista.
Seus parentes já haviam sequestrado sua esposa para convencê-la a deixar o “infiel”. Como ela se negava, acabou sendo vítima de sabotagem. Ao lembrar da esposa, Saeed disse saber que Deus permitiu que esse crime acontecesse para “fortalecer a nossa fé e nos usar mais no seu reino”. Ele afirma que sua família precisa da oração de outros cristãos, mas que estão decididos a continuarem seguindo a Jesus, mesmo que sejam os próximos a serem mortos. Com informações Morning Star
Jovem viaja por 2 anos para conhecer testemunhos de cristãos
O jovem francês Vincent Gelot, 26 anos, viajou por dois anos por países da Ásia, Oriente Médio e Europa Ocidental para conhecer comunidades cristãs e saber como esses grupos vivem.
De acordo com o G1, a viagem foi feita com seu carro, um antigo Renault 4L que lhe possibilitou conhecer 23 países e recolher testemunhos de cristãos em um grande livro de couro, produzido à mão por irmãs beneditinas.
O projeto ganhou o nome de “Mil e Uma Fés: na Rota dos Cristãos do Oriente” que tem como objetivo entender melhor qual é a realidade dos cristãos que vivem nesses países e assim dar visibilidade para essas comunidades.
Em seu site, Vincent diz que a viagem foi “uma aventura humana e espiritual”. Recentemente o jovem esteve no Vaticano e conseguiu que o Papa Francisco assinasse uma dedicatória no fim do livro.
Francisco teria agradecido pelos relatos escrevendo: “Muito obrigado por esses testemunhos da Igreja Oriental, uma igreja que nos deu tantos santos e agora sofre. Rezo por todos vocês, estou perto de vocês”.
Os relatos dessas viagens podem ser lidos no blog milleetunefoi.blogs.usj.edu.lb.
350 cristãos são mortos em uma semana na África
O que o Estado Islâmico tem feito no Oriente Médio, o Boko Haram está fazendo na África, afirmou o pastor Samuel Dali. As conquistas territoriais recentes do grupo muçulmanos no nordeste da Nigéria, indica que o governo não sabe como pará-los.
Dali é presidente da Igreja dos Irmãos na Nigéria. Em entrevista ao World Watch Monitor contou como milhares de cristãos estão fugindo para Camarões para sobreviver.
Na semana passada, cerca de 350 cristãos foram assassinados, além do fechamento de um Instituto Bíblico e de muitas igrejas. Para Dali e outros líderes cristãos, a imposição da sharia (lei islâmica) poderá gerar muitas outras mortes no país com o maior número de evangélicos do continente africano.
Os guerrilheiros do Boko Haram tomaram as regiões de Borno e Adamawa pouco tempo depois do seu líder Abubakar Shekau avisar que estava estabelecendo um califado islâmico na Nigéria.
As Nações Unidas divulgaram recentemente que cerca de 1,5 milhão de nigerianos já abandonaram suas casas devido aos ataques de Boko Haram. Seu alvo preferido são os cristãos, que em geral recebem a “oportunidade” de se converter ao islamismo e passar a lutar juntamente com eles. Os que se recusam são assassinados e suas casas são saqueadas e queimadas. Em alguns casos, suas mulheres e filhos são sequestrados.
A situação nas regiões do nordeste da Nigéria é calamitosa. Nas últimas semanas, milhares de pessoas fugiram para a casa de parentes em outras regiões do país. Há notícias de que o Boko Haram pretende tomar a capital e destituir o presidente Goodluck Jonathan, que é cristão.
O governo nigeriano declarou estado de emergência em três estados do norte: Adamawa, Borno e Yobe. O Dr. Bitrus Pogu, um importante líder em Chibok acredita que em breve “a lei islâmica governará toda a Nigéria”. Oficialmente, metade da população é muçulmana, 40% são cristãos e os restantes são animistas. Com informações de Christian Headlines e World Watch Monitor
Cristãos pegam em armas para se defender do Estado Islâmico
Cristãos no Líbano estão formando grupos armados para se protegerem das ameaças do Estado islâmico. Após tomar partes do Iraque e da Síria, a organização terrorista já fez ações no país vizinho. Soldados libaneses foram sequestrados e decapitados, além do surgimento de ameaças pichadas em locais de culto.
O jornal libanês Daily Star informou que as mensagens ameaçadoras foram pintadas com spray na semana passada em duas igrejas de Trípoli (segunda maior cidade do país) . Elas diziam: “Viremos para matar vocês, adoradores da cruz”, e “O Estado islâmico quebrará a cruz”. Há notícias de cruzes sendo queimadas na região e igrejas sendo vandalizadas. Cresce o medo entre os cristãos, que são minoria, cerca de 35% da população.
A Associated Press relatou que os cristãos nas cidades fronteiriças de Qaa e Ras Baalbek têm organizado “esquadrões de defesa” para proteger-se do Estado Islâmico e outros grupos extremistas que lutam na Síria. Eles afirmam que estão prontos para resistir e não permitir que ocorram em seu território os sequestros, crucificações e decapitações que ocorreram em outros países.
“Nós todos sabemos que se eles vierem, cortarão nossas gargantas”, disse um morador empunhando sua arma. O líder Suleiman Semaan afirma: “Não queremos atacar ninguém, mas não queremos que ninguém nos ataque”.
O influente político cristão Samir Geagea fez um apelo que os cristãos não peguem em armas. Embora classifique o Estado Islâmico de “tumor canceroso”, lembrou que entre 1975 e 1990 o Líbano foi terrivelmente afetado pela guerra civil entre cristãos e muçulmanos.
Os militantes jihadistas do EI fizeram incursões em território libanês no mês passado, mas não conseguiram entrar no país. Sequestraram soldados, que acabaram mortos. O governo já afirmou que está preparado para revidar, caso hajam novos ataques, mas é difícil controlar os muçulmanos libaneses simpatizantes do EI. Uma coalizão de igrejas cristãs do Líbano fez um apelo às autoridades religiosas muçulmanas para que proíba ataques contra os cristãos e outras minorias no país. Ainda não receberam uma resposta oficial. Com informações Yahoo